Embora mais arrendodadinho, o novo Uno tenta manter o estilo ?botinha? de perfil, que marcou a geração anterior. Além da forma, também se destacam as rodas de liga leve, que têm desenho mais esportivo, de cinco raios vazados, sendo um coberto com o nome da versão; o largo friso preto lateral, que também traz a inscrição Way encravada na porta traseira; as coberturas plásticas dos para-lamas; e as colunas centrais, maçanetas e barras do teto pintadas na cor preta. A identificação do kit Celebration fica na base da coluna central. A traseira chega a lembrar a do Kia Soul, com as lanternas verticalizadas no alto, que são de bom tamanho e bem visíveis, e o formato meio quadrado da tampa traseira, que incorpora a terceira luz de freio na parte de cima. O para-choque segue o mesmo desenho do dianteiro e incorpora luzes refletivas. Confira a galeria completa de fotos do novo Fiat Uno Way 1.0!
INTERIOR O novo Uno também impressiona por dentro, com soluções bem diferentes. No interior, predomina a cor preta, com detalhes em cinza escuro. O painel tem uma proposta interessante, podendo ser mudado, em várias opções de cor e desenhos, na parte que emoldura instrumentos, som e as saídas centrais do ar. Os instrumentos circulares contrastam com as formas quadradas e fundem elementos analógicos com digitais, que são mais difíceis de ser visualizados. Volante de três raios tem boa pega, a coluna de direção regula em altura (embora o curso seja limitadíssimo) e a buzina é fácil de ser acionada. O espaço interno é um pouco parecido com o do Mille, acomodando quatro adultos e uma criança. O porta-malas tem capacidade (280 litros) compatível com a categoria.
DETALHES Os mais interessantes são: possibilidade de desligar o airbag do passageiro, encosto traseiro reclinável, abertura interna de porta-malas e portinhola do bocal de abastecimento, porta-óculos e espelhinho interno no teto, cinzeiro de copinho e porta-revistas nos costados dos bancos dianteiros. Os negativos incluem os cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura opcionais (deveriam ser de série), comandos dos vidros mal posicionados, no painel; a regulagem dos encostos dos bancos dianteiros é por alavanca; e a falta de porta-trecos, pois os do painel não cabem nada.
RODANDO O motor 1.0 passou por evoluções, que incluem coletor de admissão de plástico, pistãos de peso reduzido, bielas mais leves e novo eixo-comando, e ganhou um pouco mais de fôlego, embora continue perdendo para alguns concorrentes. De qualquer forma, com três adultos anda bem na estrada e na cidade, mas, com o ar ligado, sofre nos morros mais íngremes de BH e nas retomadas. O câmbio tem engates macios e precisos e relações de marcha bem adequadas. Suspensão equaciona bem estabilidade e conforto, mas é barulhenta. Direção está bem calibrada, tanto para manobras quanto para altas velocidades.
No vídeo abaixo, assista a cobertura do Vrum no lançamento do Novo Uno
AVALIAÇÃO TÉCNICA
Positivo
Freios
Estão bem dimensionados e calibrados com ABS eficiente. O pedal de freio tem boa relação e sensibilidade, suas reações são equilibradas e o freio de estacionamento atuou normal. Apresentaram boa resistência térmica depois do uso mais severo em longa descida sinuosa.
Câmbio
É por comando manual, com cinco marchas à frente e tem inibidor de marcha a ré. O trambulador tem rumorosidade de funcionamento razoável, e o curso da alavanca é longo, característica da Fiat. A pega no pomo é aceitável, mas poderia ser mais anatômica. As relações de marchas/diferencial satisfazem numa dirigibilidade usual na cidade e em rodovias, mas as trocas são constantes com carga máxima e ar-condicionado ligado. A embreagem é macia, tem boa progressividade e curso.
Motor
A performance é razoável para a cilindrada e peso do veículo, mas com o veículo carregado, ar-condicionado ligado e trafegando numa topografia irregular é apenas aceitável o seu rendimento. As retomadas de velocidade e aceleração são discretas, e o torque máximo para motor de oito válvulas se dá em rotação muito alta (3.850rpm), obrigando o condutor a manter o giro elevado e usar bem o câmbio, para se ter dinâmica satisfatória e segura.
Suspensão
O conforto de marcha é razoável, mas merecia melhor acerto para um hatch leve com motor de baixa potência, pois o nível das transferências das imperfeições do solo para dentro incomoda sobre piso irregular usual, mesmo sendo equipado com pneus da série 65. A estabilidade é muito boa, com ótima velocidade e precisão em curvas de raios variados, com inclinação aceitável da carroceria.
Iluminação
Os faróis com refletor único apresentaram eficiência normal no baixo e no alto. Há auxilio de faróis de neblina embutidos no para-choque, mas não tem regulagem elétrica de altura em função da carga transportada. Porém é fácil a alteração do facho por meio de chaveta atrás do corpo dos faróis. Há luz de cortesia somente no porta-luvas e na zona do teto tem uma lanterna simples junto ao retrovisor, com resultado razoável em iluminação. O quadro de instrumentos tem fácil leitura noturna.
Limpador do para-brisa
São seis jatos os esguichos no para-brisa, que quando acionados ativam automaticamente o sistema de varredura, feitas por palhetas de boa qualidade que limpam uma boa área. No vidro traseiro, o sistema é também eficiente, com esguicho único de cima para baixo com boa vazão. O reservatório d?água tem fácil identificação e manuseio.
Estepe/macaco
O estepe fica no porta-malas e o pneu é igual aos de uso. A operação de troca é normal.
Vedação
Boa contra água e poeira.
Regular
Acabamento da carroceria
A qualidade do acabamento final da pintura é boa, com tonalidade homogênea da tinta, ausência de escorrimentos e impurezas. As quatro portas apresentam pontos de desnivelamento entre si e a carroceria, principalmente nas zonas arredondadas, além de folga fixa diferenciada entre os dois lados. O capô tem boa montagem, mas a tampa traseira está descentralizada e desalinhada. Os apliques envolventes dos para-lamas, para-choques e frisos protetores das portas têm boa montagem. O campo de visão dos retrovisores é ótimo.
Vão do motor
Há isolante acústico somente em parte do painel de fogo, com resultado em insonorização aceitável. A sistematização dos vários componentes está bem feita, tem um aspecto organizado e os itens de verificação permanente são de fácil identificação e manuseio. O condensador do ar-condicionado apresenta vários pontos com as aletas de ventilação amassadas. O ângulo de abertura do capô é muito bom.
Altura do solo
É a mesma das versões normais e ao contrário do Mille Way. Não tem de série chapa em aço para toda a zona inferior do motopropulsor, sendo o ponto mais baixo em relação ao solo a abraçadeira da tubulação de descarga primária na sua curvatura logo depois do catalisador. Não ocorreram interferências com o solo no nosso percurso misto de provas.
Climatização
São quatro as velocidades da caixa de ar, com cinco opções de direcionamento do fluxo de ar climatizado. É por comando manual, e os comandos são fáceis de operar, mas no veículo testado o comando de acionamento do ar-condicionado apresenta folga axial. Os quatro difusores de ar do painel têm formato circular, giram 360 graus e apresentaram boa vazão e angulação das aletas direcionais. O sistema é eficiente, com baixo tempo para climatizar todo o habitáculo, e está bem vedado.
Direção
Os pneus homologados para esta versão Way, que sugere uso misto (asfalto/terra) mais constante, não são de uso misto. A coluna de direção tem ajuste angular em altura. O diâmetro de giro com 9,8 metros é muito bom, e a velocidade do efeito/retorno agrada. As suas reações são boas com ótima leveza e conforto (assistência hidráulica) no uso urbano, e segura, boa sensibilidade e firmeza em rodovias.
Alarme
A chave de ignição é codificada, mas os símbolos de travar e destravar as portas estão invertidos, em função da extremidade da chave no uso e pega usuais, e eventualmente ocorre acionamento involuntário da função travar/destravar no manuseio, ao ligar/desligar o motor. O veículo testado estava dotado de proteção perimétrica das partes móveis, e volumétrica dentro do habitáculo. A porta do condutor tem função de abertura e fechamento por um toque, mas não tem sistema antiesmagamento.
Volume do porta-malas
O declarado é de 280 litros e o encontrado foi 250 litros com o banco traseiro na posição normal e mantendo o triângulo de segurança dentro do vão de carga.
Negativo
Nível interno de ruídos
O habitáculo não é silencioso quando se trafega sobre piso de terra, asfalto ruim e paralelepípedo. O efeito aerodinâmico é notório e crescente a partir de 100km/h, chegando a incomodar em alta velocidade, em que se tem acréscimo do atrito do ar com as barras longitudinais no teto, mesmo com o seu recobrimento aerodinâmico.
Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan
FICHA TÉCNICA
MOTOR
Dianteiro, transversal, de quatro cilindros em linha, oito válvulas, 999,1cm³ de cilindrada, que desenvolve potências máximas de 73cv (gasolina) e de 75cv (álcool) a 6.250rpm e torques máximos de 9,5kgfm (gasolina) e 9,9kgfm (álcool) a 3.850rpm
TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio manual de cinco velocidades
SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, do tipo McPherson, com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais e barra estabilizadora; e traseira, com eixo de torção e rodas semi-independentes / 5,5 x 14 polegadas, em liga leve / 175/65 R14
DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica
FREIOS
A disco, sólido, na dianteira; e a tambor, na traseira, com ABS (opcional)
CAPACIDADES
Tanque, 48 litros; peso, 920 quilos; carga útil (passageiros e bagagens), 400 quilos; porta-malas, 280 litros
DESEMPENHO
Velocidade máxima (km/h) (**) 149 (g)/151 (a); aceleração até 100km/h (**) 16,8 (g)/15,8 (a); consumo cidade (km/l) (**) 14,3 (g)/10,1 (a); consumo estrada (km/l) (**) 18,2 (g)/12,4 (a)
DIMENSÕES (A x B x C x D x E) (m) (*)
3,77 x 1,65 x 1,54 x 2,37 x 1,86
(*) A: comprimento, B: largura, C: altura, D: entre-eixos e E: medida de conforto (distância entre o pedal de freio e o encosto do banco traseiro)
(**) Dados dos fabricantes
g: gasolina e a: álcool
EQUIPAMENTOS
DE SÉRIE
Conforto/conveniência ? Alerta de manutenção programada, encosto do banco traseiro reclinável, conta-giros, ganchos no porta-malas, odômetros parcial, porta-luvas com tampa e tomada 12V no painel.
Aparência ? Para-choques na cor cinza escuro, faróis de fundo preto e frisos e molduras nos para-lamas na cor cinza escuro.
Segurança ? Três apoios de cabeça rebaixados com regulagem de altura no banco traseiro, terceira luz de freio e Fiat Code.
OPCIONAIS
Freios ABS, airbags para motorista e passageiro, direção hidráulica, alças de segurança traseiras, ar-condicionado, para-brisa degradê, banco do motorista com regulagem de altura, cintos dianteiros com regulagem de altura, cintos laterais traseiros retráteis de três pontos, cinzeiro do tipo copinho, comando interno de abertura do porta-malas e da portinhola do bocal de abastecimento, console do teto, espelho de cortesia para motorista no para-sol, faróis de neblina, para-brisa térmico, porta-óculos, rádio CD com MP3 (Bluetooth, USB etc.), rodas de liga leve, travamento automático das portas, vidro traseiro térmico com limpador e lavador, comando elétrico dos vidros dianteiros, coluna de direção com regulagem de altura e volante revestido.
QUANTO CUSTA
O Uno Way 1.0 tem preço básico sugerido de R$ 28.750. Completo, com todos os opcionais, sobe para R$ 38.576.
NOTAS (0 A 10)
Desempenho 8
Espaço interno 7
Porta-malas 8
Suspensão/direção 8
Conforto/ergonomia 7
Itens de série/opcionais 7
Segurança 8
Estilo 9
Consumo 7
Tecnologia 8
Acabamento 6