De Campos do Jordão, SP - Quando chegou ao Brasil, no início dos anos 1990, o Grand Cherokee reinava no segmento de SUV´s e em pouco tempo virou moda entre os endinheirados brasileiros. No fim da década, outros utilitários esportivos chegaram ao Brasil e todos eles viraram 'jipe' por uma metonímia, mas o diferencial do Cherokee era o puro DNA Jeep.
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Agora em sua quarta geração, o Jeep não têm tido uma vida muito fácil para sobreviver em nosso mercado, pois as atenções que antes eram voltadas unicamente a ele, agora são divididas por modelos de outras marcas de luxo como Mercedes-Benz, BMW, Audi e até Porsche. Nessa versão lançada agora com motor diesel, a Chrysler – que controla a marca Jeep -, quer valorizar os atributos da marca, como a excelente capacidade off-road e a grande autonomia que, segundo a Jeep, ultrapassa os 1400 quilômetros.
Fizemos um test-drive de cerca de 80 km. Mesmo curto, o trajeto contemplou trechos rodoviários de ótimo asfalto, estrada de terra com grandes obstáculos e um pequeno trecho urbano na cidade de Campos do Jordão (SP). Com tração integral nas quatro rodas que trabalha sob demanda e controle eletrônico de estabilidade, a direção na cidade e na estrada é muito segura. Mesmo sendo um veículo alto, as curvas são finalizadas sem passar insegurança aos ocupantes, mesmo quando feitas em velocidade máxima permitida na via, no caso, 110 km/h. O sistema ERM, que diminui a rolagem da carroceria em curvas, deixa a manobra mais confortável.
O novo câmbio de oito velocidades contribui para a redução de consumo. O divulgado pela marca é de 15,4 km/l, mas no asfalto conseguimos alcançar a marca de 16,1 km/l. Como o retorno do trecho rodoviário foi uma subida de serra, explorando mais o motor V6 turbodiesel, a média ficou em 13 km/l.
A condução fica mais prazerosa em terreno irregular. Saímos do asfalto e seguimos por uma trilha rumo ao Pico do Imbiri. Uma placa adverte que ali só é permitida a passagem de veículos 4x4. O Grand Cherokee tirou de letra. Para este trecho, com muitas pedras soltas, escolhemos o modo de seleção 'Rock' (pedra). Neste caso, o sistema de gerenciamento de tração, chamado de Selec-Terrain, a caixa de transferência, os diferenciais e o acelerador são coordenados para oferecer o máximo controle em baixa velocidade. Este modo só é ativado com a tração reduzida.
Na descida da serra, optamos em rodar no modo Sand (areia), quando o controle de tração opera com respostas mais sensíveis ao patinamento das rodas, ajustando a distribuição do torque. Há ainda os modos 'Lama', para terrenos muito escorregadios; 'Neve', para uso em gramas, por exemplo, já que aqui no Brasil não enfrentamos situações de neve ou gelo. Se quiser, pode deixar em 'Auto', quando o sistema se adapta automaticamente a qualquer condição do asfalto ou fora dele.
Coração italiano
Para levar os 2.393 kg desta versão, a Jeep usa um motor produzido na Itália, da VM Motori. São excelentes 56 kgfm de torque disponíveis entre 1.800 e 2.800 rpm. O propulsor turbodiesel V6 3.0 litros desenvolve 241 cv de potência a 4.000 rpm. Segundo a Jeep, vai da inércia aos 100 km/h em 8,2 segundos com velocidade máxima de 202 km/h.
O consumo combinado estrada/cidade declarado pela Jeep é de 13,3 km/l, cerca de 10% econômico do que na sua versão anterior. O câmbio ZF também proporciona economia na cidade. O divulgado pela fábrica é de 10,8 km/l, mas como nosso trajeto em perímetro urbano foi muito pequeno, não conseguimos aferir o consumo nesta condição.
Design
Por fora, a tradicional grade de sete aletas continua dando a identidade ao modelo, como nas gerações anteriores, mas agora ela está mais afilada, assim como os faróis de duplo xênon. As luzes diurnas de Led contornam o desenho do farol e marca a identidade do carro, o deixando reconhecível pelo retrovisor do carro à sua frente. Na parte traseira, as lanternas também foram contornadas por Leds, mas percebemos que o a luz de posição fica mais intensa nas extremidades da lanterna e não acompanha o restante da peça com a mesma luminosidade, o que desvaloriza o conjunto. No lugar da régua cromada entre as lanternas traseiras, está o logo Jeep de proporções exageradas.
Rodas de liga-leve de aro 20 polegadas e maçanetas de acabamento cromado, dão um toque adicional de requinte na versão Limited, a única em que o motor diesel está disponível.
Por dentro, o novo volante de três raios em couro possui até sistema de aquecimento. No frio de 12ºC de Campos do Jordão, foi bem vindo. A unidade testada pelo Vrum tinha bancos e forros de portas revestidos em couro preto e o painel seguia na mesma cor. Também foram colocados alguns detalhes cromados, como os frisos no painel e no porta-malas. O quadro de instrumentos configurável agora é de sete polegadas e sensível ao toque. A central multimídia Uconnect tem interface premiada pela facilidade de uso e oferece entradas auxiliar, USB e de cartão SD, conexão Bluetooth, além de sistema de som Alpine, com nove alto-falantes, um subwoofer e recurso Matrix surround sound. A tela principal no painel é de 8,4 polegadas e inclui navegação GPS da Garmin, que poderá ser atualizado sem custo nas concessionárias.
Na versão Limited, os passageiros do banco traseiro podem curtir as duas telas de alta definição de 9 polegadas atrás dos encostos de cabeça. Elas reproduzem imagens do leitor de Blu-ray, embutido no conjunto formado pelo porta-objetos e apoio de braço central dianteiro.
O computador de bordo, chamado de EVIC (sigla inglesa para centro eletrônico de informação do veículo), foi incorporado ao display personalizável de TFT de 7 polegadas. A tela permite mais de 100 configurações, com mostradores claros e de fácil leitura. As opções são escolhidas por meio dos botões à esquerda no volante. Mas seu manuseio é um tanto quanto complicado e num primeiro momento com o carro, pode confundir o motorista no trânsito.
Preço
O Jeep Grand Cherokee Limited diesel custa R$ 239,9 mil já com o pacote com leitor de Blu-ray e três telas. A Jeep informou que há um lote de veículos vindo da fábrica em Detroit (EUA) com teto solar comum, que deve acrescer cerca de R$ 5 mil neste valor. Há ainda a opção de teto panorâmico, que virá nos próximos lotes por aproximadamente R$ 10 mil a mais.