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Sem identidade definida, Mini Paceman agrada os que curtem um estilo mais descolado

Mini Paceman está longe de ser um carro discreto e seu estilo divertido consegue empolgar muita gente, mas preço alto contribui para que ele se mantenha um modelo exclusivo.

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Cupê, hatch médio premium ou SUV? Nem mesmo a BMW, dona da Mini, soube definir o Paceman, lançado no ano passado como o modelo mais exótico da descolada marca britânica. Ele acabou sendo chamado pela própria BMW de Sport Activity Coupé, mas a verdade é que o Paceman não tem concorrentes diretos. É a pedida ideal para quem leva um estilo de vida mais divertido ou que não faz nenhuma questão de ser discreto.

 

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O Paceman é daqueles carros que não passam despercebidos por onde passa, embora sua identidade com a marca Mini seja muito forte, pois é quase um Cooper 'anabolizado'. Por ser raro nas ruas, levanta a dúvida e muita gente pergunta se é ele é o novo Mini Cooper. Embora pertença à família Cooper, o Paceman tem dimensões mais generosas e atributos que o permitem arriscar um passeio off-road. Se o fora de estrada for a sua intenção, há opção de tração 4x4, o único opcional, oferecido por R$ 5 mil a mais.


Por R$ 141,9 mil (preço de concessionária, consultado na revenda Mini Euroville, de Belo Horizonte) o Paceman traz de série ar-condicionado digital, bancos de couro, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), controles de tração e estabilidade, sensor de estacionamento traseiro, sistema de entretenimento com tela de 6,5 polegadas, GPS e som Harman Kardon. O motor é o já conhecido 1.6 turbo com injeção direta de combustível, 184 cv e 24,5 kg de torque, que podem virar 26,5 kgfm acionando a tecla Sport. A transmissão é automática de seis velocidades com opções de trocas manuais na alavanca ou por borboletas atrás do volante. Nesta versão testada, a tração é dianteira. O Paceman All4 (tração 4x4), é vendido por R$ 146,9 mil.


Vida a bordo

Com 4,11m de comprimento, o Paceman é muito ágil na cidade. É fácil de estacionar, tem boa visibilidade e uma ergonomia primorosa. O Paceman agrada quem pega o trânsito pesado diariamente pelo conforto; a mulher que vai às compras pelo espaço de razoáveis 330 litros no porta-malas; quem pega estrada nos fins de semana pelo bom desempenho do motor e pela boa altura livre do solo se o seu caminho incluir alguma estrada de terra até o sítio.


Mesmo com as portas grandes e com o banco que desliza para facilitar o acesso ao banco traseiro, essa ação está longe de ser tão prática quanto um carro 4 portas, por isso, quem tem crianças ou usa muito o espaço atrás, paga um preço pela esportividade das duas portas. São quatro lugares bem definidos. Os dois bancos traseiros são divididos por um console com porta-copos, que desliza em um trilho de aço inox. A noite ele é iluminado por LEDs que podem alternar de cor entre azul, amarelo, vermelho, rosa, verde e branco. Quem vai atrás, não passa apertos, isso se você não tiver mais de 1,85 m. A carroceria alta privilegia o espaço para pernas e cabeça. 

Dois bancos individuais traseiros são separados por um console em alumínio com porta-copos


Desempenho

Como os 26,5 kgfm de torque já estão inteiramente disponíveis aos 1.700 rpm, é comum os pneus cantarem nas arrancadas com os motoristas mais animados. A força precoce do Paceman beneficia as retomadas, uma condução bem esportiva na cidade e muita segurança em ultrapassagens na estrada.


No painel central há uma fileira de interruptores que lembram os de uma cabine de avião. Um deles dá um tom mais esportivo às respostas do carro e o motor ganha 2 kg de torque. Já que falei do botão de avião, vale dizer também que não há nada de convencional na cabine do Paceman. A alavanca de freio de estacionamento parece um manche e o velocímetro está inserido bem ao centro, de forma nada discreta (como em qualquer Mini). O conta giros fica em um mostrador redondo atrás do volante, onde também fica um pequeno velocímetro digital. Os ajustes da central multimídia é feito a partir de um pino multidirecional, facilitando a tarefa. O sistema é bem parecido do usado nos modelos BMW, mas o GPS do Mini, embora seja bem fácil de operar, não é tão rico em detalhes como o disponível no Série 3, por exemplo. O sistema de som é de altíssima qualidade e fornecido pela conceituada marca Harman Kardon.


A suspensão do Paceman é muito dura, sendo perceptível qualquer irregularidade do solo e as 'crateras' de São Paulo não são nada absorvidas. As rodas de aro 18 polegadas ajudam no desconforto ao rodar em vias mal pavimentadas. Os pneus runflat dispensam o estepe e ao furarem, ainda conseguem rodar em velocidade de no máximo 80 km/h até que você siga para o reparo.

Faróis de xênon são de série no Paceman


Em nosso teste, o computador de bordo acusou a baixa pressão do pneu, que estava furado. O próprio sistema de comunicação do carro pede para que você se encaminhe para uma assistência técnica Mini mais próxima. Imagine se você estiver no interior da Bahia, ou em lugar inóspito? Antes de voltarmos à Mini para que o problema fosse resolvido, paramos em duas borracharias, ambas no Bairro Morumbi, em São Paulo e nenhuma se dispôs a fazer o serviço.


Consumo

Pesando 1.405 kg, o Paceman tem volume de carros até mesmo maiores que ele e o consumo acaba sendo prejudicado. Rodando apenas em trânsito urbano na cidade de São Paulo e sempre com o ar condicionado ligado, nossa média foi de 8,5 km/l. A média não é péssima, mas também não empolga.


Veredicto

É um carro muito exclusivo e como sua carroceria compacta de duas portas não atende um grande leque de consumidores, acaba se tornando um modelo ainda mais raro nas ruas, principalmente considerando o alto valor cobrado por ele. Sem concorrentes no mercado, ter um Mini Paceman na garagem não depende apenas de ter cerca de R$ 140 mil disponíveis na conta para a compra do carro novo, mas você precisa combinar com o estilo jovial e divertido dele. Se o dinheiro e o estilo descolado não é problema, vai fundo, que certamente você irá se diferenciar do resto ao volante de um Paceman.