(Com Jorge Lopes) A Chevrolet sempre investiu em versões diferenciadas para os seus modelos, e a Midnight e a RS aos poucos foram chegando em toda a linha. Testamos o Chevrolet Tracker nas duas versões, com a intenção de saber se vale o investimento nas diferenças visuais e no conteúdo. Tanto a Midnight quanto a RS figuram como versões intermediárias e trazem preços que pretendem ser atrativos.
O Chevrolet Tracker tem apresentado bons números de vendas no segmento de SUVs compactos. Foi o terceiro modelo mais emplacado até maio, com 24.010 unidades, atrás do VW T-Cross (24.771) e do Hyundai Creta (25.352). O modelo já teve a versão Midnight na geração anterior, mas na atual repete a fórmula e ainda traz a até então inédita RS.
Quais são os dotes da versão Midnight?
O Chevrolet Tracker já é um SUV compacto bem conhecido no mercado brasileiro por oferecer estilo moderno, bom conjunto mecânico, espaço interno compatível com o segmento e pacote de equipamentos generoso, dependendo da versão. O Tracker Midnight traz sob o capô o motor 1.0 turbo associado ao câmbio automático de seis velocidades.
O Tracker 1.0 turbo Midnight tem preço sugerido de R$ 141.960, ou seja, cerca de R$ 10 mil mais cara que a LT e pouco mais de R$ 2 mil mais barata que a LTZ com essa motorização. A proposta da versão é disponibilizar acabamento escurecido tanto no exterior quanto no interior. Por fora, o Tracker Midnight traz faróis halógenos com máscara negra, grade frontal e gravatinha da marca em preto brilhante, mesmo acabamento dado ao para-choque e retrovisores. As rodas de liga leve são de 17 polegadas.
Por dentro, o Chevrolet Tracker Midnight traz bancos com revestimento premium (imitação de couro) com costura aparente, mesmo acabamento do volante multifuncional com a base achatada. Fora isso, o acabamento segue o padrão do modelo, com muito plástico no painel. Mas o interior da versão Midnight não é totalmente escurecido, pois as colunas das portas e o teto são revestidas em material cinza claro.
A lista de equipamentos de série do Chevrolet Tracker Midnight traz seis airbags, acendidmento automático dos faróis, câmera de ré, multimídia MyLink com tela de oito polegadas, sensor de ré, entrada USB para o banco traseiro e rodas de liga leve de 17 polegadas. Mas a versão não traz alertas de colisão frontal e de ponto cego e frenagem autônoma de emergência, disponíveis na LTZ por R$ 2.130.
FICHA TÉCNICA
TRACKER 1.0 TURBO MIDNIGHT
MOTOR Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 12 válvulas, 999cm³ de cilindrada, flex, turbo, que desenvolve potência máxima de 116cv (com gasolina e etanol) a 5.500rpm e torques máximos de 16,3kgfm (g) e 16,8kgfm (e) a 2.000rpm TRANSMISSÃO Tração dianteira e câmbio automático de seis velocidades, com opção de trocas manuais SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS Dianteira, independente tipo McPherson, com barra estabilizadora; e traseira, semi-independente, com eixo de torção/ de liga leve de 7 x 17 polegadas/215/55 R17 DIREÇÃO Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica progressiva FREIOS Com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e EBD CAPACIDADES Do tanque, 44 litros; porta-malas, 393; e de carga útil (passageiros mais bagagem), 410 quilos DIMENSÕES Comprimento, 4,27m; largura, 1,79m; altura, 1,62m; distância entre-eixos, 2,57m PESO 1.228 quilos DESEMPENHO Velocidade máxima, 185km/h(e)
Aceleração até 100km/h, 10,9 segundos(e)CONSUMO (*) Cidade – 11,9km/l (g) / 8,2km/l (e)
Estrada – 13,7km/l (g) / 9,6km/l (e)
Dirigindo o Chevrolet Tracker 1.0 turbo
Se o Chevrolet Tracker Midnight não oferece grandes vantagens no visual e no conteúdo, o conjunto mecânico não decepciona. O motor 1.0 turbo tem potência máxima de 116cv e 16,8kgfm de torque, que garante desempenho honesto no trânsito urbano, com agilidade nas arrancadas. Já na estrada as retomadas de velocidade são seguras, mas sem entusiasmo, compatíveis com a cilindrada do motor.
Na prática é um carro interessante de dirigir, com boa estabilidade em curvas, mas um pouco mais duro no que diz respeito à transferência das irregularidades do solo. O câmbio automático de seis velocidades permite a troca de marchas apenas por meio da tecla na lateral do pomo da alavanca. As marchas são bem escalonadas e favorecem o bom aproveitamento da força do motor. No nosso circuito misto de teste (cidade e estrada), o Chevrolet Tracker Midnight apresentou consumo médio de 10,5km/l.
O que o Tracker RS tem a oferecer?
Já o Chevrolet Tracker RS, vendido por R$ 159.750, vem equipada com teto solar panorâmico, faróis dianteiros tipo projetor em LED com máscara negra e luzes diurnas, grade frontal em estilo colmeia e detalhes em preto brilhante e logo Chevrolet na cor preta. A versão traz ainda rodas de liga leve de 17 polegadas calçadas com pneus 215/55 R17, espelhos retrovisores externos elétricos com luz indicadora de direção integrada, bancos com revestimento premium na cor preta e acabamentos internos em preto com detalhes em vermelho.
O pacote do Tracker RS ainda conta com airbags frontais, laterais e de cortina, controle de estabilidade e de tração, alerta de colisão frontal, assistente de partida em rampa, frenagem automática de emergência e alerta de ponto cego. O Chevrolet Tracker RS é R$ 2.900 mais barato do que a versão Premier, que tem lista de equipamentos bem mais completa.
Ao volante do Tracker RS 1.2 turbo
O Tracker RS tem motor turbo 1.2 de três cilindros, que desenvolve 133cv e 21,4kgfm de torque quando abastecido com etanol. O motor é bem dimensionado para o SUV, com boas acelerações e retomadas confiantes. Na estrada, o Tracker desenvolve bom e o motor dá conta do recado, tendo desempenho aceitável para um 1.2 turbo, com máxima de 184 quilômetros e acelerando até os 100km/h em 9,4 segundos.
Acoplado ao motor, o Tracker RS tem câmbio automático de seis marchas, com conversor de torque. O câmbio casa bem com o motor e tem trocas suaves e boa relação de marchas. Ponto negativo do Tracker RS foi consumo. Em nosso circuito misto, entre cidade e estrada, o SUV teve média de 9km/l.
Os freios, também são bem dimensionados, sendo disco na dianteira e tambores na traseira. Eles dão conta do recado, apesar de esperarmos freios a discos nas quatro rodas, visto ser uma versão RS. O Chevrolet Tracker RS tem boa estabilidade, com suspensões bem calibradas, sendo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, e não transmitem muito as irregularidades do solo para o interior.
FICHA TÉCNICA
TRACKER 1.2 TURBO RS
MOTOR (*) Dianteiro, transversal, três-cilindros em linha, 12 válvulas, turbo, injeção eletrônica de combustível, 1.199cm³ de cilindrada, flex, que desenvolve potências de 132cv (gasolina) e 133cv (etanol) a 5.500rpm, e torques de 19,4kgfm (g) e 21,4kgfm (e) a 2.000rpm PERFORMANCE (*) Velocidade máxima de 185km/h (e)
Aceleração até 100km/h em 9,4 segundos (e)CONSUMO (**) Cidade: 11,2km/l (g)/7,7km/l (e)
Estrada: 13,5km/l (g)/9,4kml (e)
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