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Volkswagen Eos 2.0 TSI - Mais nervoso do que aparenta

Cupê pode até ter estilo discreto para a proposta, mas a situação se modifica quando a capota é recolhida no porta-malas e o motor turbo é chamado na responsabilidade

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Na seleta gama de automóveis que proporcionam o verdadeiro prazer de dirigir, existe um com estilo comportado e à primeira vista não demonstra do que realmente é capaz. Trata-se do Volkswagen Eos, um cupê de duas portas construído sobre a plataforma da quinta geração do Golf. Um dos seus principais atrativos são a capota de vidro, que abre e fecha em 25 segundos; o motor turbo de 200cv; câmbio automático com dupla embreagem; e muita eletrônica. É um carro duro como um kart, tem muitos ruídos internos e espaço honesto apenas para dois, porém, anda muito e com segurança.

ESTILO
O Eos não tem o visual atualizado em relação à família VW comercializada na Europa. Afinal, por lá o Golf já está na sexta geração. O cupê desembarcou no Brasil em 2009 e veio para aumentar o time de modelos Premium da marca, junto com o Passat CC. Apesar de não ter estilo ousado, o Eos agrada por suas linhas fluidas e comportadamente esportivas. Com a capota fechada, poderia ser até confundido com um discreto sedã, mas as duas portas, a linha de cintura elevada e a coluna traseira mais larga revelam os traços do cupê.
Na frente robusta, destaque para os faróis ovalados bi-xenon, com fachos de luzes direcionais, e grade com desenho em V e moldura cromada invadindo o para-choque. As laterais são lisas e o para-brisa tem inclinação acentuada, que praticamente se junta ao teto de vidro, que, dividido em cinco partes, compõe o sistema de capota Coupé Sun roof Convertible (CSC), de acionamento elétrico. A traseira é curta e tem lanternas com elementos circulares com LEDs, invadindo a tampa do porta-malas.

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TRANSFORMAÇÃO
Se, com a capota fechada, o Eos não convence que é um esportivo, basta acionar uma tecla no console central para que, em 25 segundos, se transforme em um imponente conversível. Desse jeito, não tem como passar desapercebido. O visual muda e assim ficam expostos alguns probleminhas do cupê. O espaço interno é ideal para duas pessoas, já que o banco traseiro é limitado, com o encosto a praticamente 90 graus. Apesar disso, conta com apoios de cabeça e cintos de segurança retráteis de três pontos. O porta-malas tem uma boa parte ocupada quando a capota está aberta, sobrando pouco espaço para a bagagem. Lá dentro, fica todo o mecanismo da capota e mais uma grande bolsa com o defletor que pode ser montado no banco traseiro, para desviar o fluxo de ar e reduzir a turbulência. O conversível é estiloso, mas pouco apropriado para os dias de sol quente (para os carecas, só com muito protetor solar e boné) e incompatível com a violência nos grandes centros urbanos.

POR DENTRO
O interior tem acabamento fino, sofisticado, com revestimento em couro nos bancos e painéis das portas. O painel é coberto com material emborrachado, agradável ao toque, com todas as partes bem encaixadas e sem rebarbas. Os comandos estão bem localizados, ao alcance do motorista. Os instrumentos circulares, com fundo preto e números brancos, são de fácil visualização. Um visor central digital, com tela sensível ao toque, dá acesso ao som e sistema de telefonia. O computador de bordo fornece as demais informações necessárias ao motorista. O volante multifuncional tem ajuste de altura e distância e, na parte de trás, aletas para troca de marchas. Porém, para um carro de preço elevado, fazem falta os comandos elétricos na regulagem dos bancos dianteiros. Apenas o ajuste lombar é elétrico.

Sérgio Melo acompanhou o lançamento do Eos no Brasil, que aconteceu em São Paulo. Boris Feldman cobriu o lançamento mundial, na Grécia



DIRIGINDO
Para quem gosta de dirigir, o VW Eos é puro prazer, apesar de alguns pequenos detalhes. Os bancos dianteiros têm desenho esportivo, são confortáveis e ajudam o motorista a se ajustar facilmente. Porém, com a capota fechada, o carro se transforma em uma incômoda fábrica de ruídos. Já sem o teto, a condução fica mais prazerosa, apesar dos fatores contra já citados. A visibilidade traseira é limitada, mas os retrovisores de bom tamanho e os sensores de estacionamento minimizam o problema.

ACELERANDO
O ingrediente que realmente transforma o Eos de um pacato cupê a um esportivo nervoso é o seu conjunto mecânico associado à eletrônica. O motor 2.0 turbo esbanja força e potência, garantindo desempenho impressionante. E não para por aí. A transmissão é automática de seis marchas Tiptronic DSG, ou seja, com dupla embreagem, que garante trocas rápidas, sem o menor risco de tranco. Tem ainda a opção de trocas manuais, na alavanca ou nas aletas do volante. Faz sentir pena do ainda pouco evoluído câmbio automatizado também usado pela VW em seus carros menos nobres. Tudo para garantir o máximo aproveitamento da força do motor, com arrancadas e retomadas muito rápidas, dignas de um verdadeiro esportivo. É preciso dosar o pé no acelerador para não cantar pneu a todo momento. Não chega a ser um beberrão convicto: na cidade, apresentou consumo de 6,5km/l, e na estrada, 10,5km/l.

SEGURANÇA
O sistema de direção Servotronic foi muito bem calibrado, aumentando o peso proporcionalmente à velocidade. Isso garante segurança nas estradas e facilidade em manobras, já que tem também bom diâmetro de giro. As suspensões fazem do Eos um verdadeiro kart, ou seja, um carro colado ao chão, com estabilidade impressionante em curvas, mas com muita transferência das imperfeições do solo para dentro, causando desconforto. Os pneus perfil 45 também contribuem para tal. O carro tem eficiente sistema de freio com ABS, controle de estabilidade (ESP) e de tração (ASR), além de uma extensa lista de equipamentos de série, que inclui proteção para o caso de capotamento.

Na traseira curta com colunas largas, destaque para as lanternas com elementos circulares e LEDs



Veja a avaliação ponto a ponto do Volkswagen Eos 2.0 TSI