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Volkswagen Gol Rallye 1.6 - Fórmula original

Versão de visual aventureiro do hatch tem basicamente o mesmo conjunto mecânico das outras versões, com algumas modificações, e agrada no geral, apesar das suspensões rígidas

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Volkswagen traz de volta a versão Rallye na quinta geração do Gol, que tem como principal alteração a suspensão ligeiramente elevada, além de adereços como faixas nas laterais, aerofólio traseiro e interior todo escurecido. Equipado com câmbio automatizado I-Motion e motor 1.6, o hatch apresenta bom desempenho, mas é um pouco duro, transferindo as irregularidades do solo para o habitáculo, causando desconforto.

Para aventuras leves

Na indústria automotiva existem alguns mistérios que por vezes são difíceis de entender. É o caso das versões com apelo esportivo ou fora de estrada, que na verdade oferecem apenas um visual diferenciado. Basta um pneu dependurado na tampa traseira ou faixas nas laterais e rodas de liga para encantar o consumidor. Mas mercado de automóveis é assim e o que manda é a vontade de quem compra. O consumidor quer, o fabricante vende. Por esse motivo, a Volkswagen já está comercializando a versão Rallye da quinta geração do Gol, comprovando que a fórmula deu certo. Com adereços visuais e alterações nas suspensões e freios, o hatch tem o mesmo motor 1.6 das demais versões, proporcionando robustez e agilidade na cidade ou na estrada. Porém, é um pouco duro e peca em alguns detalhes.

ESTILO A primeira versão Rallye do Gol foi lançada em 2004, na terceira geração do modelo. O produto agradou e em 2007 foi vendido também na quarta geração. Agora é a vez de o Gol G5 ganhar a versão Rallye, que chega com uma série de atrativos para quem gosta de carro com visual diferenciado. Testamos o modelo na cor especial de lançamento, a amarelo Solaris, que contrasta de forma positiva com os vários detalhes em preto, como na grade, nas molduras das caixas de rodas e nas faixas laterais. Nos para-choques, detalhes em cinza completam o visual. Na frente, destaque para os faróis auxiliares maiores nas extremidades do para-choque. Eles acumulam as funções de farol de neblina e de longo alcance, também conhecido como de milha. As rodas de liga leve aro 15 polegadas, com pneus de perfil 55, dão um toque mais comportado. O mais apropriado seriam pneus de uso misto um pouco mais altos. Na traseira, o aerofólio superior, também na cor preta, e as lanternas escurecidas definem o conjunto. A inscrição Rallye pode ser vista na frente, traseira e laterais.

BREU TOTAL Quem não gosta de ambientes escuros talvez tenha certa dificuldade para se acostumar com o interior do novo Gol Rallye. O acabamento é todo na cor preta, inclusive o teto, obrigando o uso do ar-condicionado nos dias de calor intenso. O painel é de plástico duro, com instrumentos de fundo preto e grafismo branco, facilitando a visualização. Os comandos não estão muito bem posicionados, mas o volante, que tem boa pega, conta com ajuste de altura e distância, além dos comandos para o som e acesso ao computador de bordo. Os bancos, revestidos em tecido e com a inscrição Rallye, não são dos mais confortáveis. No banco traseiro falta o terceiro apoio de cabeça, e o cinto de segurança central é abdominal. O espaço interno é mediano, ideal para quatro ocupantes, e o porta-malas é compatível com os demais modelos do segmento.

MUDANÇAS Na parte mecânica, as principais modificações do Gol Rallye estão na suspensão, que ficou 28mm mais alta que a versão normal. Amortecedores e molas são diferentes, a barra estabilizadora tem maior diâmetro e o eixo traseiro foi substituído por outro mais rígido. Na prática, o hatch ficou um pouco mais alto, facilitando a transposição de obstáculos em pisos irregulares, sem comprometer a estabilidade em curvas, que continua muito boa. Mas a calibragem da suspensão prejudica o conforto de marcha, já que transfere as imperfeições do solo para dentro. O freio conta opcionalmente com o ABS, mas na ausência do sistema uma válvula sensível à carga no eixo traseiro faz as devidas compensações. Porém, não supre o sistema antitravamento. Na prática, os freios funcionaram bem no asfalto e na terra. A direção foi bem calibrada e tem diâmetro de giro pequeno, facilitando as manobras.

DESEMPENHO O motor que equipa o Gol Rallye é o já conhecido 1.6 Total Flex, que agrada pelo bom torque em baixas rotações e potências satisfatórias tanto com gasolina quanto com etanol. A versão testada estava equipada com o câmbio automatizado I-Motion, que melhorou significativamente, minimizando os desagradáveis trancos nas mudanças de marchas. O carro ficou mais esperto nas arrancadas e retomadas, mas está longe de ter um desempenho esportivo. O câmbio tem ainda a opção de trocas de marchas manuais e a tecla S, que proporcionam respostas mais rápidas. O computador de bordo apontou consumo médio de 6,2km/l na cidade e 11,5km/l na estrada com etanol. Já com gasolina, os números ficaram em 8km/l na cidade e 13km/l na estrada.

SALGADO
A versão Rallye é uma opção interessante para quem faz questão do visual diferente e precisa de carro um pouco mais alto, para trafegar em estradas de terra, sem exageros. O que pega na versão equipada com câmbio I-Motion é o preço, R$ 43.030, um tanto quanto salgado.

Veja o teste ponto a ponto do Gol Rallye 1.6.

A versão tem alguns detalhes em preto, como nas caixas de rodas