Atualmente, a Nissan tem um portfólio enxuto no Brasil, mas nem sempre foi assim. Nos anos 2000, a marca japonesa tinha uma diversidade de modelos de automóveis nas suas concessionárias, inclusive minivans e hatchbacks médios. O Nissan Tiida era um deles e reunia um pouco das duas categorias.
O carro era uma alternativa para quem é fã de marca japonesa em um segmento em que as fabricantes como Honda e Toyota nem colocavam as rodas. O Nissan Tiida então aproveitou essa lacuna e deixou seu recado nos seis anos em que esteve à venda. Hoje, no mercado de usados é sugestão para quem gosta de hatch espaçoso.
1 – Um pouco da trajetória do Nissan Tiida
Inspirado no conceito C-Note revelado em 2003, o Nissan Tiida foi lançado no Brasil no primeiro semestre de 2007. Importado do México, estreou com o motor 1.8 16V que o acompanhou por toda a sua trajetória no mercado brasileiro, e opções de câmbio manual ou automático.
Em 2009, esse conjunto virou flex e teve a potência levemente aumentada. Já 2010 marcou a primeira e única reestilização do Tiida, que deixou de ser vendido no Brasil em julho de 2013, diante de um segmento que já apresentava sinais de enfraquecimento.
2 – Concorrência pesada
No entanto, quando chegou, o Nissan Tiida foi participar de festa de gente grande e animada. Seus rivais eram modelos como Ford Focus, Hyundai i30, Volkswagen Golf, Citroën C4, Peugeot 307, Chevrolet Vectra GT e Fiat Bravo.
Mas tinha o bom argumento de ser o único hatch médio de marca japonesa a atuar no Brasil – Honda e Toyota há tempos concentravam esforços nos seus sedans fenômenos de venda. Desta forma, o Nissan Tiida teve vendas interessantes, ainda mais levando-se em consideração as limitações de volumes por ser importado – em 2012, teve quase 10 mil licenciamentos.
3 – O modelo ainda existe
O Brasil só conheceu a primeira geração do Nissan Tiida. Desde 2015, porém, o modelo está em sua terceira geração. Em mercados europeus é negociado como Pulsar. Já em países como China e Rússia, é vendido como Tiida.
4 – Como é o desempenho do Tiida?
O motor 1.8 é o mesmo desde a chegada do Nissan Tiida. A única diferença é que virou flex em 2009. Mas pouco mudou no desempenho. Os 126cv com etanol e 125cv, com gasolina, proporcionam arrancadas competentes e a caixa manual tem relações bem escalonadas, além de uma bela sexta marcha que funciona como overdrive. Cumpre o 0 a 100km/h abaixo dos 10 segundos.
Com câmbio automático de quatro velocidades, o cenário muda um pouco. A transmissão entrega conforto, mas peca em precisão, especialmente em médias rotações, situações nas quais a transmissão fica um pouco claudicante em qual marcha engatar.
5 – Consumo não é dos melhores
Não é o ponto forte do Nissan Tiida flex. Veja as médias de consumo dos modelos com câmbio manual e automático.
Nissan Tiida 1.8 flex Manual
Consumo cidade etanol: 7km/l
Consumo cidade gasolina: 10,5km/l
Consumo estrada etanol: 8,7km/l
Consumo estrada gasolina: 12,9km/l
Nissan Tiida 1.8 flex Automático
Consumo cidade etanol: 6,9km/l
Consumo cidade gasolina: 10km/l
Consumo estrada etanol: 9,1km/l
Consumo estrada gasolina: 12,7km/l
6 - Espaço interno e conforto
Um dos grandes trunfos do Nissan Tiida é ser um hatch médio com uns trejeitos de minivan. Isso resulta em uma cabine otimizada, com boa posição de dirigir e banco traseiro corrediço que acomoda dois adultos e uma criança.
A sensação de espaço é realçada pelo teto elevado. Ainda há o bom porta-malas de 289 litros (com o banco traseiro todo para a frente) e um acabamento interno simples, mas com fechamentos corretos. O isolamento acústico falha em velocidades elevadas e a suspensão se ressente do curso alto dos amortecedores.
7 - Nossa dica de melhor versão
Indicamos o Nissan Tiida 2012, já com o face-lift e motor 1.8 flex. A versão SL com câmbio manual, tem preços entre R$ 28 mil e R$ 36 mil nos principais sites de compra e venda de automóveis (novembro/2023).
Entre os itens de série, uma relação interessante para a época: airbag duplo frontal, freios com ABS e EBD, ar-condicionado automático, bancos revestidos em couro, chave presencial para abertura das portas, teto solar, ajuste de altura do volante, rodas de liga leve e desembaçador, limpador e lavador do vidro traseiro.
8 – Modelo teve carroceria sedan
O Nissan Tiida conviveu com a sua variante sedan no Brasil. Mas pareciam dois carros completamente diferentes no mercado. A começar pelo design traseiro do três volumes, para lá de sem graça e controverso.
O acabamento interno do Nissan Tiida Sedan também parecia ser inferior ao do hatch médio. Assim como a lista de equipamentos, já que, para não competir com o Sentra, a Nissan colocou o modelo para brigar com os compactos mais completinhos da época.
9 – Gastos com manutenção
O carro não tem uma manutenção tão simples quanto um hatch de entrada produzido aqui. Mas também não é nenhum bicho-papão. Veja os preços de alguns componentes do Nissan Tiida flex 2012.
- Jogo com quatro pastilhas do freio dianteiro: de R$ 80 a R$ 140
- Jogo com quatro velas de ignição: de R$ 100 a R$ 190
- Bomba de combustível: de R$ 240 a R$ 350
- Kit troca de óleo (5 litros 5W30 + filtro): de R$ 290 a R$ 380
- Amortecedor traseiro: de R$ 420 a R$ 550 (par)
- Para-choque traseiro: de R$ 650 a R$ 800
- Farol direito: de R$ 340 a R$ 630
10 - Principais problemas do Nissan Tiida
São frequentes os relatos de problemas na caixa de direção do Nissan Tiida. Esta costuma apresentar folgas e trepidações excessivas. Muitos donos do hatch médio também reclamam dos freios do modelo. Desgaste precoce das pastilhas e discos que empenam são algumas das ocorrências mais comuns, além de relatos de fading.
Observe ainda a fixação de peças externas, como do defletor traseiro. As porcas costumam perder o poder de fixação com o tempo. Há ainda reclamações quanto a superaquecimento do motor.
É importante lembrar que os proprietários do Nissan Tiida foram convocados para uma campanha de recall para a troca do airbag do passageiro em modelos produzidos de 2007 a 2012.
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