O Chevrolet Corsa foi um modelo bastante importante para o mercado brasileiro. Foi o primeiro compacto no Brasil a popularizar a injeção eletrônica em toda a sua linha, além de ser um modelo alinhado a uma plataforma europeia.
Tal modernidade foi replicada na segunda geração do Chevrolet Corsa. Lançado em 2002, o hatch manteve algumas virtudes e aprimorou a parte mecânica. Não fez o mesmo sucesso da primeira fase, mas atualmente você encontra boas opções no mercado de usados.
1 – A trajetória do hatch compacto no mercado brasileiro
A segunda geração do Chevrolet Corsa foi lançada em abril de 2022. Com desenho menos arredondado, lanternas traseiras paralelas ao vidro e mais espaço interno, logo se destacou no segmento de compactos.
Em 2003, o novo Corsa estreou a tecnologia flex com o motor 1.8. O 1.0 que podia beber etanol e gasolina demorou um pouco mais e só surgiu em 2005, mesmo ano em que o 1.8 teve a potência aumentada.
O período de mudanças mais significativas neste Chevrolet Corsa 2 aconteceu em 2007. O modelo ganhou novas versões, acelerador eletrônico, equipamentos e estreou o propulsor 1.4, que passou a ser o mais vendido da linha – e o que figurou depois como opção única até o fim da produção do carro, em 2012.
Curiosamente, o primeiro Corsa hatch lançado em 1994 deixou de ser feito, mas sua plataforma já servia ao Celta, compacto de entrada da General Motors à época. Já o sedan derivado da geração de estreia do compacto conviveu com o novo Corsa Sedan e depois mudou o nome para Classic.
2 – Os motores do Chevrolet Corsa
Essa segunda fase do Chevrolet Corsa começou com duas opções de conjunto mecânico. O 1.0 da primeira leva do hatchback teve a potência aumentada de 60cv para 71cv – naquele tempo, ostentou o título de motor mil de 8 válvulas mais potente. O torque evoluiu pouco: 8,3kgfm para 8,8kgfm
Já o 1.8 entrou no lugar do 1.6. Com 102cv de potência e 16,8kgfm, é o mais divertido da linha compacta. Em 2003, esse propulsor Família I passou a ser flex e a gerar 109cv com etanol e 105cv, com gasolina. Mas é na versão SS que o bichinho fica mais legal, com 114cv (e)/112cv (g).
O motor mais popular, contudo, é o 1.4. Derivado do Família I, o conjunto rende 105cv com etanol e 99cv, com gasolina. A partir de 2009, já como linha 2010, e com a saída de cena das opções 1.0 e 1.8, passou a ser o único motor do Chevrolet Corsa – ainda foi usado por anos no Agile e, depois, na linha Onix até 2019.
3 - Cadê a embreagem?
A chegada do novo Chevrolet Corsa trouxe um modelo de câmbio semi-automático que dispensa o pedal da embreagem. O sistema já era usado – sem sucesso – no Palio Citymatic, mas a GM resolveu apostar nele nas versões 1.0 do seu hatch compacto.
Funciona do mesmo jeito que o Fiat e lembra um pouco os automatizados posteriores. Sem pedal da embreagem, o carro tem um sensor posicionado na manopla do câmbio manual, que detecta que o motorista quer fazer a mudança de uma das cinco marchas e aciona a embreagem, enquanto o condutor mexe na alavanca.
O sistema de transmissão semi-automática foi oferecido como opcional no Corsa 1.0. Porém, vendeu bem pouco.
4 – As crias do Corsa
Se o Corsa Ursinho de Pelúcia originou a inesquecível picape Corsa, uma perua com apenas o sobrenome Wagon e o sedan que depois se eternizou como Classic, o segundo Corsa trocou a variante de proposta familiar. No lugar de uma station wagon, a GM optou por aproveitar a arquitetura GM4300 para fazer o Meriva,
Baseado na minivan europeia da Opel (então, ainda uma marca da GM), o monovolume tinha um sistema modular de bancos incrível e ótimo aproveitamento de espaço interno. Além de ser o carro de sete lugares mais barato da sua era.
No mais, o segundo Corsa teve sua variante sedan. Enquanto a nova picape adotou o nome Montana.
5 - Dirigibilidade e conforto
Apesar da direção torta – herança maldita dos compactos da GM desde o Chevette –, o Chevrolet Corsa 2 é mais agradável de dirigir do que a primeira geração. A posição do condutor é relativamente ergonômica, há pouco mais de espaço para pernas e joelhos, mas nada que permita aos ocupantes se esparramarem.
A direção também é mais direta e o carro tem construção sólida, o que se traduz em mais firmeza em curvas acentuadas e frenagens bruscas. O isolamento acústico é razoável, assim como o acabamento, mas lembre-se que trata-se de um hatchback pequeno dos anos 2000. O porta-malas leva apenas 260 litros.
6 – Teve até versão esportiva
No fim de 2005, a Chevrolet criou as variantes SS para as linhas 2006 do Corsa, Astra e Meriva. Sigla para Super Sport, tornaram-se versões “esportivadas” dos três modelos, sempre com motor mais potente e muito apelo visual – e apenas nas cores vermelho ou preto.
No Chevrolet Corsa SS, grade diferenciada e com o logotipo SS e saias dianteiras chamam a atenção de cara. O carro ainda tem detalhes cinza nas duas faixas pintadas na carroceria, nas maçanetas e nas capas dos retrovisores.
Rodas aro 14 polegadas exclusivas, para-choque na cor do veículo e com faróis de neblina, lanternas com lentes escurecidas, spoiler traseiro e ponteira de escapamento cromado também fazem parte do pacote SS do Chevrolet Corsa. Dentro, detalhes em vermelho com cinza e quadro de instrumentos diferente.
O motor 1.8 passou por algumas mudanças. Ganhou cabeçote com balancins roletados, tuchos menores e mais leves, coletor de escape tubular e hastes das válvulas menores. Em nome da redução de peso, o coletor de admissão é de plástico. À época, a GM falava em 0 a 100/h em 10,1 segundos com etanol e em 10,4 segundos, com gasolina.
7- Kit de acessórios
Na linha 2010, já sem a configuração SS, restou ao Chevrolet Corsa um pacote de personalização. Chamado de Energy, o kit de acessórios incluía saias laterais, spoiler dianteiro e traseiro, aerofólio, adesivos nas colunas centrais e traseiras, faixas laterais e escapamento cromado.
O Corsa Energy também tem faróis de neblina com lâmpadas Blue Vision e lanternas escurecidas. Nas laterais, dois frisos paralelos. O motor é o único existente daqueles tempos para o modelo: o 1.4.
8 - Nossa dica de melhor versão
Com preços entre R$ 23 mil e R$ 30 mil, indicamos o Chevrolet Corsa 2010 na versão Premium. Porém, pesquise por modelos equipados com os opcionais da época (lembre-se que o segmento de compactos era bem diferente se comparado aos dias atuais).
Ou seja: ar-condicionado, airbag frontal, faróis e lanterna de neblina, além de rodas de liga leve, eram vendidos à parte. De série, o Corsa Premium 2010 tinha direção hidráulica, trio elétrico, ajuste de altura do banco do motorista, encosto traseiro rebatível e bipartido, alarme e limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro.
9 – Uma ideia sobre a manutenção do Chevrolet Corsa
Já é um carro antigo, que vendeu bem e com conjuntos mecânicos conhecidos. A manutenção não é complicada e as peças não são difíceis de encontrar no mercado de reposição. Confira os preços de alguns componentes do Chevrolet Corsa 1.4 2010:
- Jogo com quatro pastilhas do freio dianteiro: de R$ 70 a R$ 100
- Jogo com quatro velas de ignição: de R$ 50 a R$ 90
- Bomba de combustível: de R$ 220 a R$ 350
- Kit troca de óleo (4 litros 5W30 + filtro): de R$ 150 a R$ 230
- Amortecedor traseiro: de R$ 240 a R$ 390 (par)
- Para-choque traseiro: de R$ 150 a R$ 300
- Farol direito: de R$ 170 a R$ 280
10 - Principais problemas do hatch
Donos deste segundo Chevrolet Corsa dizem que o carro tem um problema crônico na sonda lambda. Mangueiras que ressecam rapidamente e causam vazamentos também são outras reclamações frequentes dos proprietários do hatch compacto da General Motors.
Fique atento ainda a problemas na tampa do comando de válvulas. E também à parte elétrica, que costuma dar pau, ainda mais se o antigo dono do Chevrolet Corsa não fez as revisões corretamente.
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