O segmento de picapes médias é bastante diversificado, mas tem alguns modelos que são “raiz”, daqueles que não têm medo de terra. A Mitsubishi L200 é uma dessas opções robustas da categoria, mas que, com a série Savana, não esquece o apelo de estilo que atrai picapeiros de todos os tipos.
A edição especial da picape média traz detalhes interessantes no desenho e acessórios (muito) funcionais que garantem aquela desbravada no off-road. Além disso, é bem equipada e acaba por oferecer relação custo/benefício interessante. Veja agora 10 fatos sobre a Mitsubishi L200 Triton Savana.
1 - A quinta geração da Mitsubishi L200
A picape média está em sua quinta geração global. Foi lançada no Brasil em agosto de 2016 com motor 2.4 16V e opções de câmbio manual e automático. À época, o modelo ainda convivia com configurações da quarta geração, estas voltadas para versões específicas de entrada e especialmente para vendas a frotistas.
A linha 2019 passou a ter apenas a geração atual da Mitsubishi L200, que foi remodelada em 2020. Naquele mesmo ano, a picape recebeu nova transmissão automática de seis marchas (a anterior tinha cinco velocidades). Nos últimos tempos, o modelo ganhou diferentes séries especiais.
2 - Savana, a série que é quase uma versão
A primeira vez que a série Savana surgiu na linha L200 foi em 2008, sendo replicada diferentes vezes na quarta geração. Nesta quinta fase do modelo, não foi diferente. Só que a edição especial tem quase status de versão de acabamento dentro da gama da picape média.
Feita em Catalão (GO) pelo Grupo HPE Autos, a Mitsubishi L200 Triton Savana ressurgiu em 2021. Desde então, está à venda nas concessionárias da marca japonesa. O preço atual da edição/versão é de R$ 299.990 (valores de março de 2024).
3 - Equipamentos e diferenciais
A Mitsubishi L200 Triton Savana chama a atenção especialmente pelos acessórios e detalhes externos. Snorkel, bagageiro com prancha e revestimento anti-riscos da caçamba e dos estribos dão aquela moral para o ímpeto aventureiro da picape – como exploraremos melhor a seguir. A caçamba ainda traz compartimentos que podem ser removidos e que acomodam pequenos volumes.
No desenho externo, grade dianteira, capas dos retrovisores e skid plate com acabamento preto brilhante. Eles contrastam com o tom grafite presente nos para-choques, snorkel, molduras dos faróis de neblina, acabamento dos para-lamas e estribos laterais – estes têm o nome “Savana” gravado.
A série é vendida em quatro opções de cores: verde Forest, bege Jizan, branco Fuji e amarelo Rally. O último tom é o mais bacana, mas, apesar de ilustrar as peças publicitárias e estar em destaque no próprio site da Mitsubishi, só é vendido sob encomenda.
Na parte de equipamentos, a Mitsubishi L200 Savana oferece seis airbags, controles de estabilidade, tração, descidas e subidas, bloqueio do diferencial traseiro, câmera de ré, ar-condicionado automático duas zonas, central multimídia JBL com tela de sete polegadas, GPS e Wi-Fi nativo, retrovisores rebatíveis eletricamente, banco do motorista com ajustes elétricos, entre outros.
4 - Série da série?
A marca japonesa sempre faz valer sua tradição no Rally dos Sertões por meio de edições especiais para a L200. Em 2023, porém, a Mitsubishi criou uma série em alusão ao rally em cima… da série L200 Triton Savana.
O modelo é vendido com detalhes na cor laranja: tem adesivos no capô e na base das portas, na grade dianteira e no peito de aço. Os estribos estampam a logomarca do Rally dos Sertões. Na cabine, mais laranja nas saídas do ar-condicionado e no console central, além de uma placa exclusiva da tiragem especial no painel.
5 – Desempenho da caminhonete
O conjunto mecânico é o mesmo do restante da linha. A picape média é movida pelo motor 2.4 turbodiesel da linha Mivec. Os 190cv garantem força nas acelerações e a Mitsubishi L200 Savana cumpre o 0 a 100km/h em pouco mais de 10 segundos. Nada mal para uma picape desse porte e com quase duas toneladas.
A adoção do câmbio automático de seis velocidades na carona da reestilização de 2020 aprimorou o desempenho da L200. Especialmente com as primeiras marchas mais curtas, que conferem mais agilidade nas arrancadas e ajudam no off-road – lembrando: com a caçamba vazia.
Já a sexta mais longa funciona quase como um overdrive, para aliviar o consumo, principalmente em velocidades de cruzeiro na estrada. As ultrapassagens, por sua vez, são beneficiadas pelo torque de 43,9kgfm, mas que só aparece em 2.500rpm – pouco usual em motores turbodiesel, quando a força está disponível geralmente antes das 2.000rpm.
6 – Conforto não é ponto forte
Picapes médias, salvo algumas exceções, não são muito fortes neste quesito. A estrutura sobre longarinas e o projeto voltado para fora de estrada e transporte de carga obviamente não vão resultar em um modelo com comportamento de carro de passeio. Mesmo assim, a Mitsubishi L200 Savana consegue um meio-termo bacana.
Não chega a ser tão desengonçada como as picapes médias dos anos 2000. A carroceria torce dentro da normalidade e, com a caçamba vazia, a suspensão quica bem nos buracos mais acidentados da cidade. Em compensação, tudo isso resulta em uma picape valente para o off-road, como veremos a seguir.
A posição de dirigir é bastante prática e razoavelmente ergonômica. O motorista ainda é brindado com as regulagens elétricas do banco e com o volante com ajustes de altura e distância. O banco traseiro é mais limitado: dois adultos e uma criança ficam justos ali, sem sobras para pernas e com o encosto mais ereto.
7 - Capacidade off-road
Terra, lama, pedra. Para a Mitsubishi L200 não tem tempo ruim, e não é exagero. A picape foi projetada realmente para aguentar o tranco de trilhas e estradas de terra. Os números corroboram isso. São 33 graus de ângulo de ataque, 26 graus de ângulo de saída e 23,3cm de vão livre do solo.
O sistema 4x4 Super Select II da Mitsubishi L200 permite tração nas quatro rodas integral e parcial, além de reduzida. No caso da Mitsubishi L200 Triton Savana, ainda tem capacidade para atravessar trechos alagados com até 70cm de profundidade – contra 60cm do restante da linha.
O modelo dispõe de snorkel, protetor de cárter, peito de aço e pneus GoodYear Duratrack 265/70 R17. O bagageiro com acabamento X-Liner anti-riscos suporta até 50kg e vem com duas pranchas de desencalhe.
8 - Nossa dica de melhor compra
Indicamos as Mitsubishi L200 Triton Savana ano 2023, já com a transmissão de seis marchas e preços entre R$ 200 mil e R$ 230 mil. São exemplares, inclusive, que ainda estão dentro da garantia de três anos. E tem um monte de unidades amarelinhas nos principais sites de compra e venda de veículos.
9 – Uma ideia sobre os preços de manutenção
Uma picape média e 4x4 nunca terá manutenção barata. Então, esqueça se você está acostumado com revisões de Onix e Gol. O motor turbodiesel e os sistemas de transmissão e tração da Mitsubishi L200 exigem mão de obra qualificada e, geralmente, o custo de pós-venda da picape é salgado.
Confira os valores de revisão com preço fixo da Mitsubishi L200 Triton Savana 2023:
- 10.000km: R$ 1.595
- 20.000km: R$ 1.595
- 30.000km: R$ 1.595
- 40.000km: R$ 2.479
- 50.000km: R$ 1.595
- 60.000km: R$ 1.595
Veja também os preços de algumas peças da Mitsubishi L200 Triton Savana 2023:
- Jogo com quatro pastilhas do freio dianteiro: de R$ 200 a R$ 320
- Bomba de combustível: de R$ 2.400 a R$ 3.600
- Kit troca de óleo (8 litros 5w30 + filtro): de R$ 470 a R$ 560
- Amortecedor traseiro: de R$ 500 a R$ 700 (par)
- Para-choque traseiro: de R$ 1.500 a R$ 2.200
- Farol direito: de R$ 2.500 a R$ 4.100 (LEDs)
10 - Principais problemas da Mitsubishi L200
A mangueira do intercooler do sistema turbo e o radiador costumam ser fontes de problemas para os donos da Mitsubishi L200 Triton de quinta geração. Fique atento também ao comportamento do câmbio automático, se apresenta vibração excessiva ou trancos – e se o antigo dono fez as trocas do fluido da caixa corretamente.
Lembre-se que falamos de um veículo fora de estrada, com sistema de tração robusto que exige manutenção preventiva e cuidadosa. Verifique se a substituição do lubrificante da caixa de transferência da Mitsubishi L200 Triton foi feita com produto correto e dentro dos prazos (a cada 100 mil km), assim como a do óleo dos diferenciais (a cada 80 mil km).
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