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Suzuki Jimny: 10 fatos importantes antes da compra do jipinho usado

Jipinho é valorizado no mercado de usados por ser bom de trilha, robusto e divertido, mas cobra a conta na cidade

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O jipinho da Suzuki tem formas quadradas, no estilo utilitário raiz
O jipinho da Suzuki tem formas quadradas, no estilo utilitário raiz Foto: Suzuki/Divulgação

Os SUVs vieram na esteira de quem queria imagem aventureira, mas com conforto e sem pagar por equipamentos e recursos que jamais usaria. Com isso, modelos de jipe “raiz” viraram nicho de mercado. O que explica a boa valorização do Suzuki Jimny.

Suzuki Jimny 4x4 modelo 2019 azul de frente em movimento atravessando riacho
Suzuki Jimny tem boa capacidade para transpor riachos Foto: Suzuki/Divulgação

O pequeno utilitário atualmente é o único modelo vendido pela marca japonesa, mas aqui vamos falar da terceira geração do Suzuki Jimny, anterior à atual – esta conhecida pelo sobrenome Sierra. Um carrinho bom para o fora de estrada e que agrega muito mais imagem de aventura. Confira 10 fatos sobre o Suzuki Jimny.

1 – Como foi a trajetória do Jimny?

O Suzuki Jimny nasceu em 1965, feito pela empresa Hope Motor Company em meio ao milagre econômico do Japão, no pós-guerra. Conhecido como ON360, o pequeno jipe 4x4 usava motor de dois cilindros da Mitsubishi de apenas 21cv.

Só em 1970 é que a Suzuki assumiu a criança e a renomeou de Jimny 360. Tornou-se o primeiro modelo 4x4 da marca japonesa e também o primeiro com esse tipo de tração a ser fabricado em massa no Japão.

Suzuki Jimny 4x4 modelo 2019 verde limão de frente estático no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018
Suzuki Jimny 4x4 apresentado no Salão do Automóvel de 2018 em São Paulo Foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press

O Suzuki Jimny só deu as caras no Brasil em sua terceira geração, em 1998. Importado do Japão, usou durante todo o período à venda por aqui o motor 1.3 de 80cv com câmbio manual. O que mudou foi o sistema de engate da tração, antes por alavanca e, a partir de 2008, por acionamento eletrônico.

Em 2012, o Suzuki Jimny ganhou novas versões de acabamento e, três anos depois, recebeu para-choques modulares. Na linha 2018, o jipinho estreou central multimídia com espelhamento de celular, novo volante e painel de instrumentos com telinha digital.

A partir de 2019, passou a conviver com a quarta geração do jipe, que ganhou o sobrenome Sierra. Algumas séries depois e o utilitário veterano deixou de ser fabricado e vendido no fim de 2021. Ao todo, esta geração do Suzuki Jimny emplacou quase 20 mil unidades no Brasil

2 - Sumiu e voltou

A montadora japonesa começou este século meio conturbada no Brasil. Depois de iniciar as atividades em 1991, a Suzuki do Brasil Automóveis encerrou a venda de veículos 0km no país em 2003. A alta do dólar e a parceria da General Motors na Argentina teriam contribuído para o fim das operações.

A marca, contudo, retornou ao país em 2008, via Grupo Souza Ramos, atual HPE Automotores – também representante e fabricante licenciada da Mitsubishi. Com isso, o Suzuki Jimny voltou a ser vendido por estas bandas, inclusive, com direito à linha de montagem nacional.

Suzuki Jimny 4x4 modelo 2019 azul interior painel volante bancos dianteiros estático no estúdio
Acabamento interno é simples, com muito plástico rígido no painel e portas Foto: Suzuki/Divulgação

3 - Chegou a ser brasileiro

Pois é, em 2012, o Suzuki Jimny começou a ser feito na planta do Grupo Souza Ramos em Itumbiara, Goiás. Neste ano, foi apresentado no país em quatro versões com nomes sugestivos: 4All, 4Sun, 4Work e 4Sport.

Depois, em 2015, teve a linha de montagem transferida para a fábrica de Catalão, também em Goiás, onde a HPE produzia modelos da Mitsubishi, como o crossover ASX e a linha da picape média L200. A produção foi encerrada em dezembro de 2021.

4 – Como é o desempenho do Jimny?

O carro foi pensado para ser robusto e valente em trilhas, trechos fora de estrada e rotas pouco convidativas. Para tal, se vale de baixo peso, distância entre-eixos curta e mecânica robusta representada pelo motor 1.3 16V de quatro cilindros.

Os 85cv são suficientes para o pequeno Suzuki. Claro que você não vai arrancar como se não houvesse amanhã, até porque a proposta não é essa. Tanto que o 0 a 100km/h consome facilmente mais de 15 segundos.

Suzuki Jimny 4x4 modelo 2019 azul interior bancos dianteiros estático no estúdio
Os bancos dianteiros são confortáveis e, dependendo da versão, revestidos em couro Foto: Suzuki/Divulgação

As primeiras relações do câmbio manual de cinco marchas são mais curtas e o carro desenvolve gradualmente, Nas horas das ultrapassagens, é preciso reduzir para pegar o melhor dos 11,2kgfm de torque máximo, que atingem sua plenitude só acima das 4.000rpm.

Com tração integral permanente e um design caixotinho que pouco favorece a aerodinâmica, o Suzuki Jimny também está longe de ser referência em consumo. Na cidade, as médias ficam em 9,5km/l, e em 10,7km/l, na estrada.

5 – Conforto não é seu ponto forte

Trata-se de um utilitário 4x4 compacto e voltado para o fora de estrada. Se você quer um jipinho com conforto de sedan, esqueça o Suzuki Jimny. O modelo da marca japonesa é um off-road raiz, com suspensão por eixo rígido e cabine com acabamento bastante funcional e simples.

No asfalto ele tem aquele comportamento de tratorzinho: quica bastante nos buracos e imperfeições da pista, mas você se acostuma. Além disso, compensa com bastante versatilidade para o fora de estrada.

A posição de dirigir é elevada e o volante pequeno tem boa pegada. Há espaço razoável para pernas e joelhos, e só não esqueça que são duas portas. O acesso ao banco traseiro é complicado e ali só cabem dois adultos de estatura mediana.

O porta-malas é quase folclórico, apenas 113 litros. Tem bagageiro no teto, mas não abuse. A capacidade de carga do Suzuki Jimny é de apenas 330kg.

Suzuki Jimny 4x4 modelo 2019 verde limão de traseira estático no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018
O jipinho da Suzuki tem a sua legião de fãs no fora de estrada Foto: Pedro Cerqueira/EM/D.A Press

6 – As capacidades do jipinho

Falta espaço, sobra valentia. Como dito, o jipinho tem mecânica que o credencia a encarar qualquer coisa. A suspensão por eixo rígido na frente e atrás com molas helicoidais garante a destreza em trechos enlameados ou com pedregulhos.

O Suzuki Jimny ainda se vale da tração 4x4 com reduzida com até 15 combinações de marchas. No geral, o 2WD é para a tração traseira e uso urbano, o 4WD distribui a tração nas quatro rodas e o 4WD-L aciona a reduzida.

Tem ainda as boas capacidades do carrinho. São 20cm de vão livre do solo, 35 graus de ângulo de entrada, 31 graus de ângulo central e 45 graus de ângulo de saída, além de 42 graus de inclinação máxima lateral.

7 - Boa safra do Suzuki Jimny

Indicamos o Suzuki Jimny 4All ano 2018. Tem preços médios entre R$ 70 mil e R$ 80 mil em sites de classificados como Webmotors, Mobiauto, KBB Brasil e OLX. Trata-se da versão de entrada do utilitário, sem acessórios e badulaques mais trilheiros.

A lista de equipamentos é na medida. Na segurança apenas o airbag duplo e freios com ABS exigidos por lei. Isofix, limpador e desembaçador do vidro traseiro, ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico e encosto traseiro rebatível e bipartido completam o pacote.

Nesta safra, o Suzuki Jimny já é equipado com a central multimídia com tela de sete polegadas. Tem CD Player, entrada USB, conexão Bluetooth e permite espelhamento de smartphones.

8 - Série especial legal

Em 2018, a Suzuki também apresentou a série Desert baseada no Jimny 4Sport (o “mais trilheiro”). Entre as diferenças visuais, bagageiro tipo cesta no teto, faróis com lentes escurecidas, grade dianteira e capas dos retrovisores na cor grafite, adesivos do mapa mundi nas laterais e a exclusiva cor bege Jizan – que remete às areias do deserto.

Mas a edição limitada traz itens funcionais, como estribo tubular, snorkel e pneus Pirelli Scorpion 215/75R15 MTR. Entre as alterações mecânicas, amortecedor de direção, suspensão elevada em 6,8cm, além de protetores nos quatro braços da suspensão e nos amortecedores traseiros.

Suzuki Jimny 4x4 modelo 2019 versão Desert branco de traseira estático na terra com vacas ai lado
A versão Desert tem o adesivo do mapa mundi na lateral e o cesto sobre o teto Foto: Suzuki/Divulgação

No interior, o Suzuki Jimny Desert tem bancos com revestimento especial, assoalho de borracha, bolsos frontais e laterais, logotipo e plaqueta com o nome da tiragem especial e revestimentos com texturas que imitam marcas de pneus. O bege aparece nas costuras aparentes dos bancos, nas molduras das saídas de ar e no acabamento central do painel.

9 – Custos com manutenção

Como todo utilitário mais voltado para o 4x4, obviamente o Suzuki Jimny costuma ter alguns componentes mais caros. Veja os preços de algumas peças.

  • Jogo com quatro pastilhas de freio dianteiro: de R$ 70 a R$ 150
  • Kit com quatro velas de ignição: de R$ 140 a R$ 270
  • Kit troca de óleo (4 litros 5W30 + filtro): de R$ 260 a R$ 390
  • Bomba de combustível: de R$ 270 a R$ 480
  • Jogo de amortecedores traseiros: de R$ 770 a R$ 900 (par)
  • Farol dianteiro: de R$ 500 a R$ 800
  • Para-choque traseiro: de R$ 900 a R$ 1.600

10 - Principais problemas do Jimny

A queixa mais comum de donos desta geração do Suzuki Jimny diz respeito ao sistema de direção. Trepidações excessivas no volante são recorrentes e muitas vezes é preciso trocar as buchas da barra estabilizadora e instalar calços, uma conta que pode chegar a R$ 10 mil em uma concessionária.

Fique atento também à corrente do sistema de engate do 4x4, a defeitos no sensor de rotação do virabrequim e ao desgaste das buchas dos braços da suspensão. E veja se o antigo dono não era daqueles de acionar a tração integral no asfalto liso, o que detona o diferencial.

O Suzuki Jimny teve um recall para troca do parafuso do tirante da suspensão em modelos produzidos de 2012 a 2014.

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