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Fiat Uno Mille: 9 fatos sobre o hatch compacto usado

Compacto foi revolucionário para sua época e é ótima opção para quem quer um carro econômico e robusto para o dia a dia

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Desenho assinado por Giorgetto Giugiaro, o Uno Mille recebeu o apelido de botinha ortopédica no Brasil
Desenho assinado por Giorgetto Giugiaro, o Uno Mille recebeu o apelido de botinha ortopédica no Brasil Foto: Fiat/Divulgação

O primeiro Fiat Uno foi um daqueles momentos marcantes da indústria automotiva mundial. Isso porque o modelo foi considerado revolucionário para a época. A aerodinâmica do carro, a posição de dirigir e o aproveitamento do espaço interno foram só alguns predicados que o tornaram um sucesso na Europa e no Brasil.

Fiat Uno Mille modelo 1992 duas  portas preto de frente estático no estúdio
Fiat Uno Mille modelo 1992 Foto: Fiat/Divulgação

Por aqui, inclusive, o Fiat Uno durou bem mais e até ganhou sobrenome depois de um tempo: Mille. Mesmo fora de linha há mais de 10 anos, o hatch compacto continua entre os mais vendidos e buscados no segmento de veículos usados, onde virou sinônimo de automóvel pequeno, econômico e robusto. Veja agora nove fatos sobre o Fiat Uno Mille.


1 - Trajetória do primeiro Fiat Uno

O Fiat Uno nasceu na Itália em 1983 e começou a ser produzido no Brasil em 1984. O desenho assinado por Giorgetto Giugiaro lhe rendeu o apelido de botinha ortopédica por aqui, onde o carro logo se tornou um dos mais vendidos do mercado – 13 mil unidades só no primeiro ano.

Começou com motores 1.0 e 1.3, e, ao longo dos anos 1980, teve uma de suas versões esportivas mais emblemáticas, a 1.5R, com motor a etanol de 85cv – depois, surgiu a mesma opção movida a gasolina. Tal versão foi substituída pela 1.6R nos anos 1990.

Nesta época, porém, já havia surgido o Fiat Uno Mille, em uma alusão ao conjunto 1.0. Durante a década de 1990, o compacto também experimentou reestilização, novo motor 1.5, injeção eletrônica e um sem fim de versões e séries especiais – e até variante com propulsor turbo.

Fiat Uno Mille Fire Economy Flex modelo 2009 quatro portas prata de frente em movimento no asfalto com praça ao fundo
Fiat Uno Mille Fire Flex Economy, modelo 2009 Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press

A partir dos anos 2000, o Fiat Uno passou a ser conhecido apenas com o sobrenome Mille. Ainda passou por uma discreta atualização visual em 2004, estreou motorização flex, adotou propulsor Fire, ofereceu kit Way e ainda teve versões bastante simples e aliviadas em equipamentos para disputar a base do mercado.

Com a chegada da segunda geração do Fiat Uno, a montadora passou a chamar o modelo antigo apenas de Mille. A querida botinha ortopédica continuou em produção até 2013, quando se despediu do país com uma série especial (da qual falaremos a seguir) e após 3,7 milhões de unidades vendidas em 39 anos.

2 - Por que o Fiat Uno virou Mille?

Nos anos 1990, o governo federal passou a dar incentivos para carros com motores de até 1.000cm³. A Fiat não pensou duas vezes, reduziu o curso dos pistões do manjado propulsor Fiasa, antes com 1.050cm³, diminuiu a lista de itens de série e “criou” o “carro popular”.

Assim surgiu o Fiat Uno com o sobrenome Mille, que passou a se valer das alíquotas menores de IPI para os veículos 1.0. O auge foi após 1993, quando o governo estabeleceu 0,1% do imposto para os carros “mil” com limite de preço até o equivalente a US$ 7.500. Mesmo passada essa tributação, o hatch manteve a alcunha e a proposta “popular”.

Fiat Uno Mille Fire Economy Flex modelo 2009 quatro portas prata de traseira estático na terra
Como o próprio nome diz, a versão Economy chegou prometendo consumo de combustível ainda mais baixo Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press

Só que ficou ainda mais popular em seu fim de vida. Em 2007, a Fiat lançou o Uno Mille Economy, que, como o próprio nome sugere, prometia ser mais econômico no consumo de combustível: cerca de 10%.

Isso graças à adoção de pneus de baixa resistência à rolagem, quinta marcha mais longa, uso de novo óleo lubrificante e um acerto de suspensão que deixou o carro mais baixo. Também foi aliviado em equipamentos – ar-condicionado e direção assistida eram opcionais –, e vinha com um indicador de consumo instantâneo.

3 – Uai, tem aventureiro?

O Fiat Uno Mille também teve direito a uma versão aventureira. Chamada de Way, ela foi lançada em 2006 na forma de um kit opcional. Desta forma, o compacto recebia suspensão elevada, molduras de plástico nos para-lamas, além de vão das portas e colunas pintados de preto.

Fiat Uno Mille Fire Way 1.0 Flex modelo 2006 quatro portas prata de frente em movimento na terra
Fiat Uno Mille Fire Way 1.0 Flex, modelo 2006 Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press

Em 2008, o pacote virou versão de acabamento fixa na linha. Detalhe é que, no fim de vida, o Fiat Uno Mille Way ainda teve direito a uma série especial Xingu. Agradou tanto que a segunda geração do Uno também teve suas variantes Way – e série Xingu – com motores 1.0 e 1.4.

4 – Desempenho do hatch compacto

Vamos falar do último motor que o Fiat Uno Mille usou. O conhecido e robusto 1.0 Fire, que gera apenas 66cv com etanol e 65cv, com gasolina. É pouco, sofre nas ladeiras, mas consegue fazer o leve compacto de 820kg transitar pela cidade sem maiores problemas – e pressa. O 0 a 100km/h leva incontáveis 14,7 segundos.

A proposta, porém, não é ser um bólido. Mas é um carro com desempenho competente e com consumo baixo. Neste aspecto, as relações mais curtas do câmbio de cinco marchas ajudam o Fiat Uno Mille a sair do lugar e as médias urbanas de 9km/l com etanol e de quase 13km/l, com gasolina, são mais que verossímeis.

Fiat Uno Mille Fire Economy Flex modelo 2009 quatro portas prata cofre do motor 1.0 Fire estático na terra
Motor Fire 1.0 flex garante baixo consumo de combustível Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press

5 - Projeto atemporal

Um dos fatos de o Fiat Uno ser meio revolucionário está no seu design. Pequeno por fora, mesmo com 3,69m de comprimento e 2,36m de distância entre-eixos, o carrinho oferece uma cabine muito bem aproveitada, e superior aos rivais da época do lançamento.

Motorista tem posição alta de dirigir e bom vão para pernas e joelhos, além de ergonomia funcional. No banco traseiro é possível acomodar dois adultos e até uma criança sem sofrer demais. E ainda sobra um porta-malas razoável de 290 litros.

Fiat Uno Mille Fire Economy Flex modelo 2009 quatro portas prata porta-malas estático no asfalto
Porta-malas não é dos maiores, mas é compatível com o tamanho do carro Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press

Tem a questão do coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,36 proporcionado pelo design assinado por Giorgetto Giugiaro. Se comparado aos compactos da época, dava um banho. Só para se ter ideia, o próprio antecessor Fiat 147 tinha Cx de 0,50.

6 - Nossa dica de melhor versão

Vamos de Fiat Uno Mille em seu último ano de produção, 2013, na versão Economy Way – para fazer uma graça. Facilmente você encontra modelos em bom estado de conservação, com preços entre R$ 27 mil e R$ 34 mil, e com itens que eram opcionais à época (lembre-se que ele era Economy).

Por isso mesmo você só vai ter ar-condicionado, direção com assistência hidráulica, controle elétrico dos vidros dianteiros, travas elétricas, banco rebatível e limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro.

7 - Série de despedida

Uma das séries mais emblemáticas do Fiat Uno foi justamente a de adeus, a Grazie Mille. Vendida nas cores verde Saquarema (essa exclusiva) e preto Bari, foi limitada a 2 mil unidades numeradas e atualmente tem gente que pede mais de R$ 70 mil nela no mercado de usados – mas não vende também.

Faróis com lentes escurecidas, rodas de liga leve aro 13 polegadas exclusivas, ponteira do escapamento esportiva, adesivos com o nome da série e frisos laterais são alguns dos diferenciais. O acabamento interno tem tecido bordado e o emblema da série especial espalhado pelo carpete, teto e até nas pedaleiras.

8 – Uma ideia sobre os custos de manutenção

O Fiat Uno Mille é aquele carro que não mete medo no mecânico. Ainda mais se for com o conhecido motor Fire. Simples de mexer, também tem peças baratas.

  • Jogo com quatro pastilhas de freio dianteiro: de R$ 50 a R$ 100
  • Kit com quatro velas de ignição: de R$ 60 a R$ 130
  • Kit troca de óleo*: de R$ 120 a R$ 250
  • Bomba de combustível: de R$ 170 a R$ 300
  • Jogo de amortecedores traseiros: de R$ 350 a R$ 520 (par)
  • Farol dianteiro: de R$ 150 a R$ 380
  • Para-choque traseiro: de R$ 200 a R$ 400
    *Veja a recomendação do modelo no manual: há desde 3 litros de 5W30 a 4 litros de 15W40

Fiat Uno Mille Fire Economy Flex modelo 2009 quatro portas prata roda de liga leve estático no asfalto
Versão Economy do Uno Mille tem pneus de baixo atrito para otimizar o consumo de combustível Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press

9 - Principais problemas do Fiat Uno Mille

Na fase Fire, o Fiat Uno Mille costuma apresentar defeitos no motor de arranque e também vazamentos de óleo. Observe se há dificuldades em engatar a marcha do câmbio e faça uma inspeção na parte elétrica, que costuma dar problemas. Falhas ao acelerar também são comuns.

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