2023 e 2024 foram anos interessantes para quem procurava adquirir um carro elétrico. Além da chegada de mais opções europeias, marcas como BYD e GWM, por exemplo, apostaram em modelos com preços baixos e ajudaram e muito a popularizar esses carros. Mas, afinal, ainda faz sentido comprar um carro elétrico em 2025?
O que é preciso saber antes de comprar um carro elétrico?
Antes de adquirir um carro elétrico, o consumidor precisa levar em consideração alguns pontos básicos. Em vez de pensar em valores, potência, design ou equipamentos, é importante entender o uso que o carro terá, a rotina do motorista e pontos de recarga.
É importante entender esses pontos pois a rede de recarga pública ainda está longe do ideal, e em muitos casos, há eletropostos privados, exclusivos para clientes de restaurantes ou hotéis, por exemplo, o que atrapalha o proprietário se estiver muito distante de casa.
Antes de ter um carro elétrico o consumidor precisa analisar sua rotina com o carro. Se boa parte do trajeto for urbano e de poucos km rodados por dia, é possível recarregar uma ou duas vezes por semana, do conforto de sua residência usando uma tomada doméstica.
Caso o interessado use o veículo para viajar por longas distâncias, a pouca estrutura de recarga em rodovias pode atrapalhar e muito a rotina. Se a viagem contar com uma descida de serra, a bateria pode recuperar energia na descida, mas no trajeto de subida irá usar mais energia, então é necessário levar isso em consideração.
Autonomia depende do condutor
Você já fez as contas e sabe quantos km roda por dia ou semana, então é a hora de ver o alcance dos carros. O elétrico mais acessível do país, o Renault Kwid E-Tech tem alcance de 185 km segundo os padrões do Inmetro. O BYD Dolphin Mini, por sua vez, consegue 280 km também de acordo com o Inmetro, e o JAC E-JS1 pode rodar 181 km.
Modelos mais caros como o GWM Ora 03 tem capacidade para 228 km de alcance, e o BYD Dolphin 291 km na versão tradicional e 330 km na variante Plus.
Em tese, os carros conseguem rodar mais do que o indicado pelo Inmetro, entretanto, isso irá depender das condições de uso e do estilo de condução do motorista. Em dias mais quentes, por exemplo, o alcance dos carros elétricos tende a diminuir.
Tempo de recarga pode ser crucial
Há quem só pode ter um carro em casa e precisa do carro para fazer viagens e se deslocar pela cidade. Nesses casos, o tempo de recarga é um item crucial.
No caso do Kwid E-Tech, por exemplo, em uma tomada doméstica de 15 a 80% leva 8 horas e 57 minutos, mas em carregadores rápidos de 30 kW, o tempo é reduzido para 40 minutos. No caso do carro elétrico mais vendido do país, o BYD Dolphin Mini, leva cerca de 7 horas para uma recarga completa em casa, mas 30 minutos para ir de 30% a 80% em carregadores DC.
A recomendação é ter sempre uma rede doméstica robusta para conseguir carregar o carro. Alguns modelos já são entregues aos clientes com o equipamento Wallbox, que reduz o tempo de recarga, mas precisa ter uma rede elétrica doméstica preparada.
Quem quiser ligar o carro na tomada e esperar o tempo necessário, precisará de um plug preparado para receber tomadas de 20 amperes. A recomendação é sempre consultar um eletricista para realizar as mudanças necessárias.
Quais os pontos positivos de comprar um carro elétrico?
Para muitos motoristas, comprar um carro 100% elétrico é vantajoso devido aos menores custos de manutenção, já que o motor possui menos partes móveis, não precisa trocar óleo do motor, correia, entre outros itens.
O custo com combustível é mais elevado que o da energia elétrica, e especialmente quem tem energia fotovoltaica na residência ou no trabalho, consegue reduzir ainda mais esses valores. Em alguns estados, carros elétricos pagam menos IPVA, sendo possível até mesmo obter isenção total do tributo. Em São Paulo, por exemplo, esses modelos estão isentos do rodízio.
Além disso, os carros elétricos são totalmente silenciosos, o que garante mais conforto para os ocupantes.
Quais os pontos negativos de comprar um carro elétrico?
A principal barreira para a aquisição de um carro elétrico ainda está no preço. No Brasil, o modelo mais acessível é o Renault Kwid E-Tech, que custa R$ 99.990 no site de ofertas da Renault, bem mais que os R$ 63.990 cobrados pelo Kwid de entrada.
Além dos valores elevados, os valores elevados para a eventual substituição de uma bateria e cabos de alta tensão em caso de colisão podem afastar muitos clientes em potencial.
A baixa autonomia também afasta muitas pessoas que só podem ter um carro na garagem e precisa contar com esse carro não só para deslocamentos urbanos, mas também para trajetos mais longos.
Qual o momento certo para comprar um carro elétrico em 2025?
O melhor momento é exatamente agora. Em janeiro de 2024, o imposto de importação sobre carros elétricos passou de zero para 10% e, em julho, subiu para 18%. Em julho de 2025, o imposto será de 25%, antes de atingir os 35% em julho de 2026.
Modelos importados neste início de ano serão impactados diretamente pelo dólar elevado, o que irá aumentar o valor final do veículo.
A boa notícia é que as fabricantes ainda contam com carros importados em 2024 no estoque, o que pode significar condições interessantes, ou pelo menos a manutenção dos preços do ano passado.
Qual o preço carros elétricos mais baratos do Brasil em 2025?
| Modelo | Preço | Alcance (Inmetro) |
| Renault Kwid E-Tech | R$ 99.990 | 185 km |
| BYD Dolphin Mini (4 lugares) | R$ 118.800 | 280 km |
| Caoa Chery iCar | R$ 119.990 | 197 km |
| JAC E-JS1 | R$ 126.900 | 181 km |
| GWM Ora 03 Skin | R$ 150.000 | 232 km |
| BYD Dolphin | R$ 159.800 | 291 km |
| BYD Yuan Pro | R$ 182.800 | 250 km |
| BYD Dolphin Plus | R$ 184.800 | 330 km |
| Renault Megane E-Tech | R$ 204.900 | 337 km |
| Fiat 500e | R$ 214.990 | 227 km |
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