UAI

Carros ruins de mercado podem valer a pena? Sim: veja 5 modelos

Veículos que venderam pouco quando eram novos podem se tornar convidativos depois de usados

Publicidade
Nissan Sentra sempre foi coadjuvante no mercado, mas tem bons atributos
Nissan Sentra sempre foi coadjuvante no mercado, mas tem bons atributos Foto: Nissan Sentra sempre foi coadjuvante no mercado, mas tem bons atributos

Uma espécie de lei do mercado diz que um carros que vendem bem quando novos continuarão bons de mercado depois de usados. O VRUM já demonstrou que essa regra tem exceções quando publicou um levantamento dos automóveis mais difíceis de revender. Porém, há ainda uma outra face para essa moeda: alguns modelos que foram rejeitados quando eram zero-quilômetro podem valer a pena atualmente.

Carros ruins de mercado que podem ser bons negócios

Para começar, eles têm valores de compra inferiores aos dos concorrentes mais consagrados. Além do mais, têm mecânica simples e boa oferta de equipamentos. A contrapartida é justamente a revenda, que também tende a ser mais demorada: nada é perfeito, concorda? Esclarecidos os prós e os contras, confira o listão!

1. Fiat Linea

Derivado do Punto, Fiat Linea tem, hoje, boa relação custo/benefício

  • Anos de fabricação: de 2008 a 2016
  • Melhores versões: LX, HLX e Essence com motor 1.8 E-torQ e câmbio manual; evite o sistema automatizado Dualogic
  • Preços*: de R$ 25.085 a R$ 37.375

O Linea não convenceu quando era novo: afinal era derivado do Punto, que é um compacto, mas tinha preço de sedan médio. Também pesou a falta de tradição da Fiat no segmento. Mas, hoje, ele pode valer a pena. Afinal, tem valor de mercado inferior ao de carros como Honda Civic, Toyota Corolla e Chevrolet Vectra de anos equivalentes, mas não fica para trás em equipamentos ou em espaço no porta-malas (que tem 500 litros).

Em relação a esses concorrentes, a desvantagem do sedan da Fiat é o espaço no banco traseiro, ligeiramente inferior. Ainda assim, o modelo está longe de ser apertado. E, ao contrário do antecessor Marea, o Linea tem manutenção simples, especialmente se o motor for o 1.8 E.torQ, que é compartilhado com uma série de modelos. Mas o comprador deve fugir de unidades equipadas com o câmbio automatizado Dualogic.

2. Renault Clio hatch

Renault Clio passou pela última atualização na linha 2013

  • Anos de fabricação: de 1999 a 2016
  • Melhores versões: qualquer uma, desde que com carroceria de quatro portas; evite unidades de duas portas
  • Preços*: de R$ 8.936 a R$ 33.008

Esse é para quem quer um veículo bem acessível. Os preços de um Clio são sensivelmente inferiores que os de carros compactos "queridinhos" do mercado, como Fiat Palio ou Volkswagen Gol. E, apesar da má-fama de alguns modelos franceses, o hatch da Renault tem mecânica simples e robusta; isso vale para as duas opções de motorização, 1.0 e 1.6.

Em quesitos como espaço interno e porta-malas, o Renault Clio está na média do segmento. Como ocorre em todos os veículos de entrada das décadas passadas, a oferta de equipamentos não é muito generosa, mas é possível encontrar unidades equipadas com ar-condicionado e direção hidráulica. Vale lembrar que, até 2004, toda a gama trazia airbags frontais: esses equipamentos voltaram a vir de série a partir da linha 2014.

3. Nissan Sentra

Última geração do Nissan Sentra chegou ao Brasil em 2013

  • Anos de fabricação: de 2005 a 2020
  • Melhores versões: qualquer uma, desde que das duas últimas gerações; evite unidades da primeira linhagem (até 2006)
  • Preços*: de R$ 26.230 a R$ 92.873

Enquanto alguns carros japoneses rapidamente caem nas graças do mercado brasileiro, outros acabam não emplacando. É esse o caso do Sentra, que sempre foi um coadjuvante diante do Toyota Corolla e do Honda Civic. Isso, porém, não significa que o sedan da Nissan não tenha qualidades, pelo contrário: ele só não está à altura dos rivais no momento da revenda, mas é justamente isso que o torna mais acessível.

Ao longo do tempo, o Nissan Sentra teve três gerações no Brasil. A primeira delas, com motor 1.8, teve poucas unidades comercializadas e, hoje, é bastante rara. Por isso, é a que tem menor oferta de peças de reposição. Mais comuns, as duas safras seguintes trazem um propulsor 2.0: não é difícil encontrar unidades em bom estado. Uma linhagem inédita tem lançamento previsto para este ano.

4. Chevrolet Vectra GT

Chevrolet Vectra GT figura no ranking dos 10 modelos difíceis de revender da Mobiauto

  • Anos de fabricação: de 2007 a 2011
  • Melhores versões: qualquer uma
  • Preços*: de R$ 29.337 a R$ 41.103

Ao contrário do sedan da gama, o Vectra GT não entusiasmou o consumidor brasileiro. O mercado de carros usados repete esse padrão, e o modelo com carroceria de três-volumes tem maior aceitação. Mas o fato é que eles compartilham quase todos os pontos positivos e negativos: a exceção é o porta-malas, que, obviamente, é menor no hatch, com 345 litros.

A dirigibilidade do Vectra GT não é tão afiada quanto a de concorrentes como Volkswagen Golf e Ford Focus. Entretanto, o modelo da Chevrolet não deixa a desejar em desempenho, graças ao motor 2.0 Família II, que equipa todas as versões. Cabe destacar que esse propulsor tem manutenção simples e barata, mas não é econômico. Há duas opções de câmbio: manual de cinco marchas ou automático de quatro.

5. Peugeot 2008

Esquecido pelo mercado, Peugeot 2008 tem preços mais acessíveis

  • Anos de fabricação: de 2015 à atualidade
  • Melhores versões: qualquer uma, desde que equipada com câmbio automático; evite unidades com caixa manual
  • Preços*: de R$ 52.120 a R$ 110.606

De todos os carros deste listão, o 2008 é o único que ainda está em produção. Pelo menos por enquanto, pois não há sinais de que a Peugeot pretenda lançar uma nova geração no país: a linha 2023 trouxe apenas detalhes como novidades. O SUV compacto nunca vendeu bem, mas pode valer a pena no mercado de usados, já que é possível encontrar carros com pouco tempo de uso por preços convidativos.

O 2008 não se destaca positivamente na categoria dos SUVs, mas tampouco fica aquém da concorrência. O espaço interno está na média, assim como o porta-malas de 402 litros. Há duas motorizações: 1.6 turbo (conhecido como THP) ou 1.6 de aspiração natural. O primeiro entrega ótimo desempenho, mas o segundo tem manutenção mais em conta. Só não opte por unidades com câmbio manual, que são as mais rejeitadas.

*Valores de acordo com a tabela Fipe das versões indicadas entre o primeiro e o último ano de fabricação

Assista ao vídeo e saiba mais sobre o Peugeot 2008:

https://www.youtube.com/watch?v=Wlm9nrnMJ10&t=56s