Bons tempos aqueles onde o consumidor tinha uma penca de hatches médios para escolher. Mas, atualmente, modelos como o Chevrolet Astra são uma saudosa e carinhosa lembrança. Pelo menos, é possível saciar essa ausência com boas opções do modelo da General Motors no mercado de carros usados.
O importante é que o carro mantém a boa relação custo/benefício que marcou a segunda metade de sua vida no Brasil. Verdade que muito pelo fato de o Chevrolet Astra ter se perpetuado no nosso país sob uma mesma geração, a segunda, que perdurou por quase 13 anos, de 1998 a 2011. Veja agora 10 fatos sobre o Chevrolet Astra.
1 – Relembrando um pouco da trajetória do Astra
A segunda geração do Chevrolet Astra foi lançada por aqui em 1998 e sucedeu a primeira leva do modelo médio, que foi importada da Bélgica em variantes hatchback e station-wagon. O exemplar brasileiro, por sua vez, foi produzido em carrocerias hatch e sedan (a partir de 1999), inicialmente em variantes duas portas.
O Chevrolet Astra começou sua vida no Brasil com motores 1.8, de 110cv, e 2.0, de 112cv, que no ano seguinte ao lançamento teve a potência aumentada para 128cv. Em 2002, surgiram as versões com câmbio automático de quatro marchas.
Em 2003, o Chevrolet Astra passou por sua primeira reestilização. O motor 1.8 saiu de cena, a gama estreou a versão esportiva GSI e também passou a ter opções quatro portas. O propulsor virou flex no ano seguinte e ainda houve tempo para uma inusitada versão com kit gás, sobre a qual falaremos abaixo.
No restante de sua trajetória no Brasil, o Chevrolet Astra hatch passou a conviver com sua geração mais moderna no país, vendida como Vectra GT. Contabilizou algumas séries limitadas, uma versão SS e perdeu as configurações duas portas.
No fim de vida, passou a ser vendido em versão única no mercado brasileiro e a potência do motor 2.0 foi aumentada mais uma vez: na ocasião, para até 140cv. O Chevrolet Astra deixou de ser fabricado no país em 2011.
2 – Uma boa relação custo/benefício
O Chevrolet Astra chegou para comprar briga especialmente com o Volkswagen Golf e o Fiat Brava – e, posteriormente, com o Ford Focus. Na primeira metade da década de 2000, no auge dos hatches médios, foi por vezes o mais vendido da categoria.
Em 2004, por exemplo, teve quase 20 mil unidades emplacadas. Superou em muito o Golf (14 mil), o Focus (11 mil) e o Fiat Stilo (10 mil).
Com a chegada de outros rivais e o passar do tempo, GM passou a evidenciar a relação custo/benefício do Chevrolet Astra. O hatch se tornou opção aos compactos premium. Ou seja, oferecia espaço de médio pelo preço dos pequenos mais completos, como VW Polo e Fiat Punto.
Mesmo assim, se manteve bem nas vendas. Em 2010, já como linha 2011 e em configuração única, o Chevrolet Astra anotou mais de 30 mil unidades vendidas. Ficou atrás no segmento de hatches médios apenas do Hyundai i30, que teve 36 mil unidades negociadas naquele ano.
3 – O que dizer do desempenho do Chevrolet Astra?
Desde seus primórdios, este Chevrolet Astra, de 1998 a 2011, usou motor Família II da GM. Como dito, começou com o 1.8 e 2.0, ambos oito válvulas. Mas o desempenho começou a ficar mais legal perto do fim de vida.
Dois anos antes de sair de linha, o Chevrolet Astra teve seu motor flex recalibrado para 140cv (etanol)/133cv (gasolina). O grande trunfo do propulsor sempre foi a arrancada. Com boa força em rotações baixas, o Astra logo atinge boas velocidades.
As primeiras relações do câmbio manual são um pouco longas e o 0 a 100km/h fica abaixo dos 11 segundos. Sabendo trabalhar a transmissão, é possível obter retomadas espertas.
4 - Comportamento dinâmico do hatch médio
Para encarar Golf e Focus não basta ter um desenho arrojado e motor bem disposto. A dinâmica era fator preponderante nesta categoria, e a GM fez um trabalho eficiente com o Chevrolet Astra.
Mesmo para os padrões atuais, a plataforma T-Body, de origem Opel e do fim dos anos 1990, resulta em um carro com construção sólida. O Astra tem boa estabilidade nas curvas e pede poucas correções na direção quando em altas velocidades.
5 - Nossa dica sobre a melhor versão
Indicamos o derradeiro ano do Chevrolet Astra, 2011. Vendido em versão solitária Advantage, o hatch tem preços médios entre R$ 31 mil e R$ 38 mil (valores coletados na última semana de agosto de 2023).
Aqui, o modelo já está com o motor 2.0 em sua maior potência. Além disso, com tanto tempo de estrada, o Chevrolet Astra 2011 é daquela safra onde todos os ajustes possíveis no projeto já foram feitos pela montadora.
Entre os equipamentos, não espere muito em relação a itens de segurança – de importante mesmo só o retrovisor eletrocrômico. Ar-condicionado automático, direção hidráulica, trio elétrico, volante com ajustes de altura e de distância, faróis com regulagem em altura e banco traseiro bipartido fazem do Chevrolet Astra 2011 um carro relativamente completo.
6 – Teve opção com kit de gás natural veicular
Quem lembra do Chevrolet Astra Multipower? Era a denominação da linha do hatchback médio para a configuração vendida com GNV. A opção foi lançada em 2004 como o primeiro carro nacional a sair de fábrica com gás natural veicular e capacidade para rodar com três combustíveis (etanol, gasolina e GNV).
O sistema era fornecido pela Redegás na época e o Astra Multipower logo fez a cabeça dos taxistas. São poucas as versões sobreviventes atualmente e é preciso atenção ao histórico de manutenção do kit.
7 – As séries bacanas do Chevrolet Astra
Foram muitas as edições especiais do Chevrolet Astra. A primeira foi em 2000, a série 500, limitada ao mesmo número de unidades do nome e em homenagem à chegada dos portugueses ao Brasil. Naquele mesmo ano, o carro ainda teve outra tiragem especial, chamada Millenium.
Em 2002, mais edições: Expression e Sunny. Cinco anos mais tarde, surgiram as séries Advantage e Advantage Plus, que depois viraram versões normais de acabamento dentro do portfólio. O Chevrolet Astra, inclusive, deu adeus em 2011 com a única opção disponível: Advantage.
8 – Hatch ganhou também 'traje esporte'
A sigla GSI remete a carros emblemáticos da General Motors dos anos 1990 e 2000. Corsa, Vectra e Astra experimentaram as três letras para embalar suas versões esportivas – ou “esportivadas”.
No caso do Chevrolet Astra GSI, ele foi apresentado junto com a remodelação da linha 2002. No lugar do motor oito válvulas, o 2.0 16V da minivan Zafira, capaz de gerar 136cv de potência.
O acerto esportivo no Astra, porém, era bem mais discreto que nos GSI antecessores. Tinha freios a disco nas quatro rodas e calibragem mais firme da suspensão dianteira – mais para aguentar o peso extra do motor multiválvulas.
O traje chamava mais a atenção, obviamente. Saias dianteiras e laterais, spoiler traseiro, rodas de liga leve aro 16” exclusivas, revestimento estampado no interior e quadro de instrumentos com fundo branco integravam o pacote visual do Chevrolet Astra GSi.
9 – E como são os preços de manutenção do Astra?
Mecanicamente, o Chevrolet Astra é um carro de manutenção relativamente simples e com peças fáceis de achar. No caso dos 2.0 16V e das versões com câmbio automático, as despesas costumam ser um pouco maiores.
Já os componentes têm preços razoáveis no mercado. Confira o preço de algumas peças do Chevrolet Astra 2.0 8V 2011.
- Jogo com quatro pastilhas do freio dianteiro: de R$ 80 a R$ 120
- Jogo com quatro velas de ignição: de R$ 70 a R$ 100
- Bomba de combustível: de R$ 160 a R$ 310
- Kit troca de óleo (4 litros 5w30 + filtro): de R$ 270 a R$ 340
- Amortecedor traseiro: de R$ 500 a R$ 850 (par)
- Para-choque traseiro: de R$ 480 a R$ 640
- Farol direito: de R$ 440 a R$ 590
10 – Confira os principais problemas do hatch médio
A tampa do comando de válvulas do motor do Chevrolet Astra é feita de plástico e perde o poder de vedação com o calor. Por isso, fique atento, porque, com o tempo, ela pode deixar vazar óleo lubrificante.
Outras queixas recorrentes de donos de Chevrolet Astra dizem respeito à suspensão dianteira, que apresenta ruídos excessivos e desgaste precoce das buchas. Para modelos 2003 e 2004, atenção ao motor. Os primeiros Astra flex apresentavam falhas na hora da partida e perda de potência.
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