Na segunda metade dos anos 2000, o segmento de sedans iniciou uma nova fase. Modelos com preços de compactos e espaço interno de médios começaram a pipocar no mercado. Esse é um dos fatos que explica o Chevrolet Cobalt, que recebeu a última atualização importante na linha 2017: a introdução de um motor recalibrado, que aumentou a potência e reduziu o consumo.
O carro surgiu em 2011, depois da estreia do Renault Logan. Mas com a mesma lógica. Ser um sedan de baixo custo com porta-malas generoso e bom espaço interno.
O design não importava muito, como visto também nos rivais que se seguiram (entre os quais Nissan Versa e Fiat Grand Siena). O lance do Cobalt era oferecer custo benefício, preço de manutenção razoável e bastante espaço. Conheça agora 10 fatos sobre o Chevrolet Cobalt 2017.
Já avaliamos o Nissan Versa, que tem proposta parecida com a do Chevrolet Cobalt: assista ao vídeo!
1- Trajetória
O Cobalt foi lançado pela Chevrolet em 2011. O três volumes começou com o motor 1.4 e foi um dos primeiros modelos da nova fase da GM no Brasil no início da década de 2010.
A montadora renovou seu portfólio com uma plataforma global em comum. Saíram de cena os modelos baseados na europeia Opel e entravam projetos sobre a arquitetura Gamma II, de origem GM Korea.
Além do Cobalt, a Chevrolet lançou no país diferentes modelos no espaço de dois anos. Spin, Sonic, Onix, novo Prisma e a linha Cruze. Sem falar na segunda geração da caminhonete S10.
O Cobalt começou apenas com o motor 1.4, mas um ano depois passou a ter opção do 1.8. Virou o queridinho dos taxistas graças ao seu porta-malas espaçoso e ao preço competitivo.
Ao longo dos anos, recebeu equipamentos como central multimídia MyLink e serviço de concierge OnStar. O Chevrolet Cobalt ainda passou por uma reestilização na linha 2017.
No primeiro semestre de 2019, a GM encerrou a produção do Cobalt. O sedã já estava com as vendas combalidas devido à boa aceitação do Prisma (da primeira geração do Onix) e à iminência da chegada de seu substituto, o Onix Plus.
2- Desempenho do Chevrolet Cobalt 2017
Como dito, um dos fatos marcantes do Chevrolet Cobalt é seu custo/benefício. Por isso, não espere nada além dos motores Família I da GM.
Os exemplares 1.4 penam bastante. Os 106/98 cv de potência não são suficientes para mover os 1.100 kg do sedã. As acelerações são lentas e o modelo demora a embalar.
O motor 1.8 é a pedida para quem não tem paciência e quer um motor mais forte. Inicialmente com 108/106 cv, tem aquele rodar áspero. Ao menos, na linha 2017, passou a gerar 111 cv quando abastecido com etanol no Chevrolet Cobalt.
O maior ganho foi nas retomadas. Segundo a GM, 90% do torque de 17,1 kgfm está disponível a 2.500 rpm. E realmente o Chevrolet Cobalt 2017 responde bem em baixos giros, o que melhorou o desempenho do carro em subidas e ultrapassagens.
O curioso é que o contraste de modernidade no conjunto é que contribui para um desempenho razoável. A GM equipou o Chevrolet Cobalt com o moderno câmbio automático de seis marchas do sedan médio Cruze.
As trocas são ágeis, apesar de uma imprecisão em médias rotações - mais culpa de atuar com um propulsor velho. Tem até mudanças sequenciais, só que naquele insuportável modo de teclinhas no pomo da alavanca da transmissão.
Mesmo assim, para o segmento na época, o Chevrolet Cobalt tinha uma caixa automática de verdade, enquanto outros sedãs apostavam em câmbios automatizados bem problemáticos - a GM felizmente tinha abandonado o Easytronic que equipou o Agile.
3- Consumo
Como dito, trata-se de um motor datado e isso se reflete em um consumo apenas regular. Ainda mais um sedã pouco aerodinâmico no design e relativamente pesado. Confira as médias de consumo do Chevrolet Cobalt na tabela 2017 do PBEV (em km/l).
Consumo do Chevrolet Cobalt 2017 1.4
- Etanol cidade: 8,5
- Etanol estrada: 10,4
- Gasolina cidade: 12,5
- Gasolina estrada: 15,1
- Nota categoria: B
- Nota geral: B
Consumo do Chevrolet Cobalt 2017 1.8
- Etanol cidade: 8,3
- Etanol estrada: 10,4
- Gasolina cidade: 12,1
- Gasolina estrada: 15,1
- Nota categoria: B
- Nota geral: B
Consumo do Chevrolet Cobalt 2017 1.8 AT
- Etanol cidade: 7,6
- Etanol estrada: 10,0
- Gasolina cidade: 11,1
- Gasolina estrada: 14,4
- Nota categoria: C
- Nota geral: B
4- Dinâmica
O Chevrolet Cobalt é um carro de proporções volumosas e com proposta puramente familiar. Além de um terceiro volume bastante proeminente, tais características, claro, cobram a conta no comportamento dinâmico.
Mas o Cobalt 2017 está longe de ser um carro totalmente desengonçado. Nas versões 1.8, a direção é direta. A suspensão por eixo de torção na traseira é meio molenga nos buracos. Porém, a adoção de bitolas mais largas garante uma estabilidade boa nas curvas.
5- Espaço de carro médio
É o destaque e maior apelo do Chevrolet Cobalt. São 2,62 metros de entre-eixos, algo parecido com o do Toyota Corolla da época. Se comparado a compactos, então, os ocupantes não têm do que reclamar.
Motorista e carona têm boa folga para ombros e pernas. No banco traseiro é possível acomodar perfeitamente dois adultos e uma criança sem apertos.
Sem falar no porta-malas, que é um verdadeiro latifúndio. São 563 litros capazes de acomodar toda a sorte de malas, bolsas, mochilas e volumes.
6- Chevrolet Cobalt 2017 tem multimídia
A GM foi uma das primeiras montadoras a democratizar a central multimídia. A MyLink passou a ser oferecida em várias linhas compactas da fabricante e estreou no sedã em 2013.
No Chevrolet Cobalt, é item de série na linha 2017. Com tela de 7”, permite espelhamento de celular, tem navegação intuitiva, entrada USB e informação de trânsito em tempo real.
7- Séries especiais
O Chevrolet Cobalt teve duas séries especiais ao longo de sua vida no Brasil. Em 2013 a Advantage serviu para o sedã e também para a minivan Spin. Por fora, molduras laterais e coluna e retrovisores pintados na cor preto brilhante contrastam com a cor cinza Mond da carroceria.
Com as duas opções de motores, o Cobalt Advantage recebe bancos parcialmente de couro e rodas de liga-leve escurecidas aro 15”. A lista de equipamentos é baseada na versão LTZ e inclui multimídia MyLink, ar-condicionado, direção hidráulica, airbags frontais, freios ABS, trio elétrico e faróis de neblina.
Em 2015 foi a vez do Chevrolet Cobalt Graphite. O objetivo da edição limitada foi tentar colar imagem de requinte no sedã compacto para tentar atrair clientes dos modelos médios de entrada.
Para tal, o modelo traz itens como detalhes em preto brilhante na moldura da central MyLink - esta com sinal de TV digital - e na grade frontal. Por fora, o Cobalt Graphite ainda foi vendido com frisos cromados, rodas aro 15” usinadas e faróis com lentes escurecidas.
Os bancos com couro (parcialmente) têm costuras aparentes. Já o painel ganhou acabamento mais escurecido. A série especial teve apenas opção de motor 1.8 e entre os itens de série recebeu sensor de ré, volante multifuncional com ajuste de altura e faróis de neblina .
8- Versão legal
A dica é o Chevrolet Cobalt 2017 na versão LTZ com motor 1.8 e câmbio automático. Nos principais sites de compra e venda de carros seminovos e usados, é negociado com preços entre R$ 54 mil e R$ 61 mil.
O Cobalt LTZ era um dos mais completos da linha do sedã da Chevrolet em 2017. Além do ganho de potência no motor 1.8, o modelo trocou a assistência hidráulica por elétrica na direção.
Entre os equipamentos, o Chevrolet Cobalt oferece airbag duplo e freios com ABS (já obrigatórios em 2017), monitoramento de pressão dos pneus, alarme e sensor de ré na parte de segurança. Ar, trio, faróis de neblina, rodas de liga-leve, ajustes de altura do banco do motorista e do volante vêm no pacote
Na parte de conectividade, a central MyLink com espelhamento de celular e tomada USB. Além do serviço de concierge e assistente de chamada de emergência do OnStar - pago à parte.
9- Manutenção
Um dos motivos que fez o Chevrolet Cobalt fazer sucesso na praça foi também o seu custo de manutenção. O motor 1.8 é conhecido dos mecânicos e as peças são fáceis de achar, além de terem preços competitivos no mercado de reposição.
O óleo do propulsor 1.8 mudou justamente no Chevrolet Cobalt 2017. Antes era 5w30 e depois passou a ser 0w20, um pouco mais caro, porém, com menor viscosidade.
Preços de algumas peças do Chevrolet Cobalt 2017 1.8
- Jogo de pastilhas de freio dianteiro: de R$ 75 a R$ 95
- Kit com 4 velas de ignição: de R$ 60 a R$ 90
- Kit óleo (4 litros 0W20 + filtro): de R$ 350 a R$ 460
- Bomba de combustível: de R$ 540 a R$ 700
- Jogo de amortecedores traseiros: de R$ 380 a R$ 510
- Farol dianteiro: de R$ 500 a R$ 670
- Para-choque traseiro: de R$ 430 a R$ 620 (não pintado)
A Chevrolet mantém as revisões com preço fixo na rede para o Chevrolet Cobalt 2017. Veja a tabela para manutenções acima dos 40 mil km.
Revisões com preço fixo do Chevrolet Cobalt 2017 1.8
- 40.000 km: R$ 724,00
- 50.000 km: R$ 624,00
- 60.000 km: R$ 1.496,00
- 70.000 km: R$ 596,00
- 80.000 km: R$ 748,00
10- Principais problemas
Fique atento a vazamentos e trepidações no sistema de assistência da direção se o Chevrolet Cobalt é de antes de 2017. Se estiver de olho em algum seminovo ou usado, teste também a central MyLink, que costuma apresentar defeitos.
Na hora de dirigir, ouvido atento.São vários os relatos de donos do Chevrolet Cobalt de desgaste precoce dos componentes da suspensão dianteira e das pastilhas de freio. Observe também ruídos da bomba de combustível, motivo de muita dor de cabeça entre os donos - e até de recall.
Recalls
- troca do pedal dos freios em modelos produzidos em 2011 e em 2013
- substituição da porca de fixação da bomba de combustível e eventual troca do tanque nos sedãs montados entre 2011 e 2013
- substituição do filtro de combustível em unidades feitas entre 2013 e 2014
- troca dos parafusos dos coxins em carros fabricados em 2014
- substituição do cinto de segurança em veículos produzidos em 2014 e 2015
- colocação de isolante nos terminais do relê de unidades do Chevrolet Cobalt fabricadas em 2016, 2017 e 2018
Assista ao vídeo e saiba mais sobre o recall para substituição dos parafusos dos coxins da transmissão do Chevrolet Cobalt:
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