Desbancar o VW Gol e o Fiat Palio e assumir o posto de carro mais vendido do país não é para qualquer um. Pois o Chevrolet Onix conseguiu fazer com que a coroa de modelo mais emplacado do país fosse parar no seu capô. É bem verdade que a Volkswagen deu uma mãozinha, ao se equivocar no posicionamento do Up!, canibalizando a própria linha, mas o hatch compacto da General Motors tem muito (mas muito) mérito.
Lançado em 2012 para ser o modelo de volume gigantesco que Celta e Corsa tentaram ser, o Chevrolet Onix logo assumiu a liderança do ranking de vendas da Fenabrave, em 2014. E foi o primeirão (com folgas) por seis anos consecutivos, inclusive em 2020, já na segunda geração, enquanto o “velho” continuou em linha em versão única Joy, mas representando apenas 20% do mix de emplacamentos.
Manutenção simples, introdução de equipamentos até então inéditos na categoria de compactos, ampla rede de concessionárias e política agressiva nas vendas diretas são só alguns dos fatores que ajudaram o Onix a ser o líder. E, vamos combinar, que só perdeu o posto em 2021 porque a matriz da GM deu de ombros para a filial brasileira na questão falta de semicondutores. Caso contrário, provavelmente ainda estaria no topo.
Desta forma, esta primeira geração do Onix tem história para contar. Por isso, o Vrum reúne os 10 fatos principais que você precisa saber sobre o hatch e ponderar se vale investir em um usado.
1 - Conjunto mecânico
Um dos pontos fortes do Onix está justamente nas opções de motores. Calma, não significa que sejam fortes no desempenho, mas tanto o 1.0 quanto o 1.4 são conjuntos mecânicos de quatro cilindros veteranos, porém, com fama de robustez e manutenção descomplicada.
O motor “mil” se garante mais na cidade com seus 80cv/78cv. Entretanto, o 1.4 de 106cv/98cv oferece acelerações discretamente melhores. Eles trabalham com câmbio manual de cinco marchas ou caixa automática de seis velocidades, porém, a partir da linha 2016 reestilizada, a transmissão manual passou a ser de seis marchas.
2 - Tem câmbio automático
Um dos grandes destaques do Chevrolet Onix foi justamente “democratizar” o câmbio automático no segmento de compactos. Todavia, em 2014, quando poucos modelos do segmento ofereciam esse tipo de transmissão (quando muito, as famigeradas caixas automatizadas), o hatch da Chevrolet já tinha suas versões de entrada com opções ATs.
O bacana é que não era qualquer caixa automática para por na prateleira. O Chevrolet Onix 1.4 2014 estreou o câmbio automático de seis marchas GF6 de segunda geração, que já equipava a linha do hatch e sedã médios Cruze.
3 - Consumo do Chevrolet Onix
Acontece que as opções automáticas, como sempre, bebem mais. No caso do Onix, fazem uma diferença boa, especialmente na cidade e em relação às configurações 1.0. Recorremos à tabela de eficiência energética do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro de 2018 e resgatamos os índices mais econômicos de algumas versões do Onix:
Chevrolet Onix LS ou LT 1.0 MT6
- Consumo etanol: 8,8km/l e 10,5km/l
- Consumo gasolina: 12,9km/l e 15,3km/l
- Classificação categoria: A
- Classificação geral: B
Chevrolet Onix LT ou LTZ 1.4 MT6
- Consumo etanol: 8,6km/l e 10,2km/l
- Consumo gasolina: 12,5km/l e 14,9km/l
- Classificação categoria: B
- Classificação geral: B
Chevrolet Onix LT ou LTZ 1.4 AT¨6
- Consumo etanol: 7,9km/l e 9,6km/l
- Consumo gasolina: 11,7km/l e 13,9km/l
- Classificação categoria: C
- Classificação geral: B
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4 - Chevrolet Onix tem MyLink
Outra “socialização” promovida pelo Chevrolet Onix foi no que diz respeito à conectividade. O modelo produzido em Gravataí (RS) foi um dos primeiros do segmento de entrada do mercado brasileiro a disponibilizar uma central multimídia fácil de operar, intuitiva e relativamente completa.
Desde o início, o compacto oferece o MyLink – inicialmente como opcional e, com o passar do tempo, como item de série em boa parte da linha. Com tela de seis polegadas, tem conectividade com Android Auto e Apple CarPlay.
5 - Liquidez e desvalorização
Carro que vende bem e tem boa fama não fica muito tempo parado na loja. Portanto, o Chevrolet Onix é daqueles automóveis rápidos de vender no segmento de segunda mão. Além disso, o índice de depreciação é moderado. Em 2018, por exemplo, o Chevrolet Onix foi um dos 10 carros que menos desvalorizaram após um ano, segundo a agência Autoinforme, com perda de 9,3%.
6 - Facilidade de peças
Uma coisa leva à outra. Carro vende bem, aumenta a oferta de peças, o que baixa os preços dos componentes. Isso contribui para o dono de Onix ter facilidade em encontrar os itens e a um custo bastante razoável para o segmento de compactos. Confira alguns preços:
- Jogo de pastilhas de freios: entre R$ 270 e R$ 360
- Jogo de velas: entre R$ 80 e R$ 130
- Kit correia dentada: entre R$ 130 e R$ 250
- Bomba de combustível: entre R$ 630 e R$ 900
7 - Preços de revisão
A GM é uma das poucas montadoras que mantêm plano de revisões a preço fixo mesmo após os 60 mil quilômetros. Portanto, no caso do Onix, as manutenções na concessionária espelham as “anteriores” (de 10 mil, 20 mil quilômetros…). Confira os valores com base no Onix ano/modelo 2018:
1.0 e 1.4
- 50.000 km: R$ 628
- 60.000 km: R$ 1.460
- 70.000 km: R$ 600
- 80.000 km: R$ 732
- 90.000 km: R$ 952
8 - Principais problemas do Chevrolet Onix
O Onix de primeira geração tem alguns problemas que o mercado classifica como “crônicos”. Em fóruns sobre o compacto da Chevrolet e em relatos no site do Reclame Aqui há queixas sobre desgaste prematuro da correia dentada – algumas que se romperam antes dos 30 mil quilômetros – e das pastilhas de freio dianteiras – com menos de 10 mil quilômetros.
Outra reclamação recorrente diz respeito às falhas no motor de arranque, tanto em versões 1.0 como em 1.4. Infiltração nas lentes dos faróis e defeitos no compressor do ar-condicionado também dominam o rol das queixas. Vale lembrar que o Chevrolet Onix não oferecia filtro de ar da cabine de série, portanto é bom verificar se o antigo dono instalou a peça.
Existem ainda os pontos negativos em relação ao projeto. O acabamento interno não é dos melhores e a posição de dirigir deixa a desejar. Os modelos automáticos não vêm com aquelas aletas no volante para as trocas de marchas sequenciais, mas na forma de uma teclinha pouco prática no pomo da alavanca do câmbio.
Além dos problema já citados, fique atento também aos recalls que envolveram o primeiro Onix. Teve chamado para troca de pneus e de rodas em modelos com aros de aço (veículos produzidos em 2012), para troca do pedal de freio (2013), verificação dos encostos dos bancos (2013), troca do filtro e do tanque de combustível (2014), para outra inspeção de pneus (2017) e para isolamento dos relês (2018).
9 - A versão mais legal
As configurações LTZ 1.4 são as que reúnem os melhores predicados do Onix, com uma boa relação custo/benefício. Portanto, os modelos ano 2018 automáticos são uma boa pedida de carro bom para o uso cotidiano.
Entre os equipamentos principais, ar-condicionado, monitoramento da pressão dos pneus, rodas de liga leve, trio elétrico, sensor de ré, ajustes de altura do volante e do banco do motorista e computador de bordo. O modelo já saía de fábrica com a central MyLink e opção do sistema de concierge e chamada de emergência OnStar, e a direção já tem assistência elétrica, em vez de hidráulica.
Em sites de compra e venda de veículos, como Mobiauto, Webmotors e KBB Brasil, os preços médios do Chevrolet Onix LTZ 1.4 AT 2018 variam de R$ 63 mil a R$ 72 mil.
10 - Séries limitadas
Essa primeira leva do Onix teve duas edições especiais marcantes. Uma foi a Lollapalooza, em 2014, em homenagem ao festival com bandas que ninguém conhece e que era patrocinado pela Chevrolet. Baseado na LT 1.0 e limitado a 4 mil unidades, a série tem adesivos alusivos ao evento nas colunas traseiras e na tampa do porta-malas, faróis com lentes escurecidas, retrovisores na cor prata e antena esportiva.
Além disso, ostenta rodas de liga leve com aros de 15 polegadas e desenho exclusivo. Na cabine, o Chevrolet Onix Lollapalooza recebe carpetes, porta-óculos e detalhes na cor laranja em diferentes partes do acabamento.
7 a 1
No ano seguinte, a GM nem deu bola para os 7 a 1 do Mineirazzo da Copa de 2014. Então patrocinadora da CBF, a fabricante lançou o Onix Seleção com 3 mil unidades. Além do escudo da Confederação Brasileira de Futebol na carroceria, tem capas dos retrovisores na cor cinza, MyLink e rodas de liga leve de 15 polegadas. Também era baseada na LT 1.0.