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Chevrolet Vectra GT: 10 fatos sobre o 'Astra promovido'

Modelo não durou muito no mercado, porém é opção para quem tem saudades de um hatch médio e não quer gastar muito

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Hatch médio permaneceu em produção durante pouco tempo
Hatch médio permaneceu em produção durante pouco tempo Foto: Hatch médio permaneceu em produção durante pouco tempo

Os hatches médios deixaram saudades no mercado brasileiro. Hoje, só tem o Cruze para fazer as honras da categoria entre as marcas generalistas. Porém, um outro exemplar da Chevrolet, o Vectra GT, pode matar as saudades por menos da metade do preço de um Renault Kwid

Isso com muito mais equipamento, espaço, conforto e desempenho, obviamente. E apesar de ter ficado pouco tempo no mercado, o hatch médio da General Motors se vale de sua base europeia para entregar todas essas virtudes. Além de ter um desenho bacana, que envelheceu com dignidade. Veja agora 10 fatos sobre o Chevrolet Vectra GT.

1- Nem uma coisa, nem outra

Para início de conversa, não se engane pelo nome do Chevrolet Vectra GT. Ele não era nem uma coisa, nem outra. Era somente uma versão brasileira do Astra europeu, assim como o “novo” Vectra sedã lançado em 2005 - apelidado merecidamente de Astrão.

Ou seja: ele não era um médio-grande como o Vectra europeu, que lá fora já tinha sido substituído pelo Opel Insignia, mas sim um médio como Ford Focus e Volkswagen Golf. Além disso, também não tinha nada de esportivo para receber a sigla GT, como veremos mais para a frente.

2- Passagem relâmpago

Chevrolet Vectra GT vermelho de lateral
Top de linha Vectra GT-X tem rodas de 17 polegadas

O Vectra GT teve uma passagem muito rápida pelo Brasil. Começou a ser produzido aqui em 2007, sobre a base do Opel Astra europeu. Chamado de Astra H, esta terceira geração do hatch médio tinha sido lançada em 2004. Na época, a GM ainda era dona da marca alemã (hoje, da Stellantis) e baseava boa parte de sua linha em projetos europeus.

O carro foi lançado apenas em duas versões de acabamento, GT e GT-X, essa última com um visual um pouco mais esportivo. Passou por uma reestilização em 2009, mas sobreviveu muito tempo. Em junho de 2011 o Vectra GT deixou de ser produzido e foi substituído pelo Chevrolet Cruze Sport6.

3- Dois Astras ao mesmo tempo

Sim, duas gerações do Astra conviveram por quase cinco anos no Brasil. Vamos voltar um pouco no tempo. Em 1995, a GM começou a vender no Brasil o modelo em sua geração F (a primeira), importada da Bélgica nas configurações hatch e station-wagon.

Três anos depois a montadora passou a produzir o novo Astra G no Brasil, nas variantes hatch e sedã. À base de remodelações, o carro da Chevrolet sobreviveu no mercado e conviveu com seu sucessor, só que com roupa Vectra GT, a partir de 2007. Os dois hatches se despediram no mesmo ano de 2011.

4- Não tem nada de GT, mas anda bem

Motor 2.0 do Chevrolet Vectra GT
Motor 2.0 tem bom fôlego, principalmente em baixas rotações, mas não é econômico

Está longe de ser um esportivo como a sigla GT poderia sugerir, mas o motor não decepciona. O Família II da GM - mesmo de Zafira e Vectra - tem bastante disposição. Mesmo no início, quando o 2.0 8V do Chevrolet Vectra GT rendia 128cv com etanol e 121cv, com gasolina.

Na carona do face-lift de 2009 a GM deu uma guaribada no motor quatro-cilindros. O conjunto ganhou comando de válvulas roletados, coletor de admissão de plástico e componentes de menor atrito para melhorar a eficiência. De quebra, a potência passou para 140/133cv.

Um dos grandes destaques no desempenho é justamente a força em baixas rotações. Antes mesmo de o ponteiro do conta-giros chegar a 2.500rpm, pode pisar que o motor enche rapidamente e não te deixa na mão. Só mesmo as versões com o câmbio automático AF-20 de quatro marchas não entregam a agilidade esperada.

5- Consumo do Chevrolet Vectra GT

Agora, não espere eficiência. O Chevrolet Vectra tem fama de beberrão, mesmo depois da repaginada no motor em 2009. É preciso muito pé leve para fazer o carro - com caixa automática - alcançar médias de 6km/l com etanol e 8km/l com gasolina, na cidade. 

Nas opções manuais, não melhora muito. O Vectra mais potente e teoricamente mais eficiente anotava, segundo avaliações da época, cerca de 6km/l no ciclo urbano, com álcool, e de 8,5km/l, com combustível de origem fóssil.

6- Conforto e equipamentos do Chevrolet Vectra GT

Apesar de ser um hatch médio e uma geração à frente do Astra, o Chevrolet Vectra GT não é lá muito espaçoso. O motorista tem boa posição de dirigir e desfruta de uma ergonomia funcional na maior parte do tempo. Só que no banco traseiro, o entre-eixos 9cm mais curto (2,61m no total) que o do Vectra sedã cobra a conta no espaço para joelhos dos ocupantes.

O acabamento interno é muito parecido com o do irmão três-volumes. Não inspira sofisticação, porém é bastante correto nos fechamentos. O isolamento acústico deixa a desejar em velocidades mais altas.

O porta-malas leva 345 litros, apenas razoável. Já a suspensão por eixo de torção na traseira tem boa calibragem. Filtra bem os buracos na maior parte do tempo e contribui para um bom comportamento do hatch em curvas na estrada. Mas os pneus de perfil baixo e o acerto mais firme da suspensão da GT-X comprometem um pouco o conforto.

7- Boa pedida

Chevrolet Vectra GT azul de frente em movimento
Vectra GT-X 2011, último ano de fabricação, é boa pedida no mercado de usados

O Chevrolet Vectra sempre foi um carro bem equipado, até porque estava posicionado acima do Astra em sua época de comercialização, e o GT não é exceção. Na segurança, todas as versões são dotadas de airbag duplo frontal, freios com ABS e a disco nas quatro rodas, faróis com regulagem de altura, retrovisor eletrocrômico e cintos de três pontos para todos os ocupantes (não era obrigatório naqueles tempos).

No conforto, destaque para o ar-condicionado automático e digital, trio elétrico, chave com telecomando das portas, ajustes de altura e profundidade do volante e banco traseiro bipartido. O som pode ser operado pelos comandos na direção.

Indicamos o Chevrolet Vectra GT-X 2.0 manual 2011, último ano de sua produção. Tem preços de R$35 mil a R$42 mil nos principais sites de compra e venda e recebe a mais que o modelo de entrada retrovisores rebatíveis eletricamente, bancos de couro, piloto automático e função Bluetooth no som, que também ganha leitor de cartão de memória.

8- Cor só na propaganda

Chevrolet Vectra GT vermelho de traseira
Cor Volcano Orange não chegou ao mercado

A campanha de lançamento do Vectra GT trazia o hatch da Chevrolet num belo tom laranja. Chamado de Volcano Orange, tratava-se de uma “cor conceito”. Ou seja, o modelo não foi vendido naquela cor, que serviu apenas para as propagandas, para carros de test drive na concessionária ou para avaliação da imprensa.

Se serve de consolo, o Chevrolet Vectra GT foi vendido em uma também belíssima opção de tom azul depois da reestilização de 2009. A Arian Blue foi copiada dos modelos da OPC, a então divisão esportiva da Opel.

9- Manutenção do Chevrolet Vectra GT

Por usar motor conhecido Família II, o Chevrolet Vectra não tem grandes diferenças em termos de mecânica e peças de motor e transmissão. Os preços dos itens, de uma forma geral, são bastante razoáveis, além de serem fáceis de achar.

Confira alguns preços de componentes do Chevrolet Vectra GT:

  • Jogo com 4 pastilhas do freio dianteiro: de R$90 a R$130
  • Jogo com quatro velas de ignição: de R$65 a R$100
  • Bomba de combustível: de R$300 a R$570
  • Kit troca de óleo (5 litros 20w50 + filtro): de R$190 a R$300
  • Amortecedor traseiro: de R$210 a R$430
  • Para-choque traseiro: de R$350 a R$600
  • Farol direito: de R$380 a R$560

10- Principais problemas do Chevrolet Vectra GT

Um dos problemas crônicos do Chevrolet Vectra GT diz respeito à ignição. Em muitos carros, a chave fica travada, o que é solucionado apenas com a troca do tambor. A parte elétrica também costuma dar pau, com travamento dos vidros elétricos e queima precoce de lâmpadas.

Fique atento também à embreagem. Existem muitos relatos de desgastes prematuros dos discos e do platô. A direção e a transmissão do Chevrolet Vectra GT costumam apresentar trepidações excessivas. Não foram registrados recalls do hatch.

Carros que marcaram época no Brasil: equipe VRUM comenta em vídeo!

https://youtu.be/URABCRDzn_E