Até a apresentação do Renault Kwid E-Tech, vendido por R$ 142.990 (com entregas a partir de agosto), o automóvel 100% elétrico mais barato do Brasil era o JAC E-JS1, com preço sugerido de R$ 164.900. Hoje, esses modelos são o segmento de entrada dos elétricos.
Ainda se aguarda a chegada do Caoa Chery EQ1, que promete ser o elétrico mais em conta desse grupo. Acima deles, o modelo mais barato é o Renault Zoe, vendido a R$ 239.990, portanto com um salto significativo de preço.
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Se você está pensando em entrar para esse mundo, nunca foi tão barato comprar um carro elétrico no Brasil. Duro mesmo é abrir mão de um SUV vistoso para estacionar na garagem alguns desses “mal acabados”. Mas, se você está disposto a abrir mão da beleza para ser ambientalmente responsável, vamos desses modelo vale mais a pena.
Motor/Desempenho
As potências são semelhantes, mas o E-JS1 tem um torque consideravelmente maior. O compacto da JAC também se destaca na aceleração até os 100 km/h. Já a superioridade do Kwid na velocidade máxima não é necessariamente uma vantagem, já que se tratam de elétricos com vocação urbana, onde a velocidade é inimiga da autonomia da bateria. Confira os números:
Kwid E-Tech
65cv de potência e 11,5kgfm de torque
Máxima: 130km/h
Aceleração: 14,6 segundos
JAC E-JS1
62cv de potência e 15,3kgfm de torque
Máxima: 110km/h
Aceleração: 10,7 segundos
Autonomia
A autonomia do E-JS1 é de 302 quilômetros pelo ciclo NEDC, enquanto o Kwid E-Tech roda 298 quilômetros pelo ciclo SAE. Esses valores foram fornecidos pelos fabricantes para deslocamentos somente na cidade, que é mesmo o ambiente desses subcompactos.
Os números podem indicar um empate técnico, mas o elétrico da JAC deve ser considerado vencedor nessa categoria porque o ciclo NEDC é considerado mais fiel à realidade que o SAE J1634. A superioridade da bateria também confirma a vitória do E-JS1 nesse quesito, com 30,2 kWh, contra 26,8 kWh do Kwid.
Tempo de recarga
O E-JS1 faz uma recarga completa em 1h20 em um sistema de carregamento rápido, 6h em um wallbox e 14h30 em uma tomada 220V. Já o Kwid E-Tech demora 1h30 em carga rápida, 5h no wallbox e 13h na tomada 220. De forma geral, o Kwid demora um pouco menos para recarregar, mas é preciso levar em conta que sua bateria é “menor”. Portanto, temos um empate técnico.
Espaço interno
Apesar de ser homologado apenas para quatro ocupantes, o Kwid E-Tech tem mais espaço interno. Além do subcompacto da Renaut ter entre-eixos maior, 2,42 metros, seu porta-malas é bem mais generoso, com 290 litros.
Já o E-JS1 foi homologado para cinco pessoas. O elétrico da JAC tem 2,39 metros de entre-eixos e 121 litros de porta-malas.
Conteúdo
O E-JS1 é mais bem equipado. Seu interior é mais vistoso, com quadro de instrumentos digital e multimídia com tela de 10,25 polegadas, além de bancos em couro. O modelo da JAC ainda oferece chave presencial, ar-condicionado digital, freio de estacionamento por botão com auto-hold, rodas em liga leve de 14 polegadas e controle de cruzeiro adaptativo.
O único vacilo do E-JS1 é oferecer apenas airbags frontais, enquanto o Kwid E-Tech ainda traz os laterais e de cortina. No entanto, há de se levar em conta que o pequeno elétrico da Renault é R$ 22 mil mais em conta. Com essa diferença significativa, podemos considerar que temos um empate técnico.
Design
Essa categoria é subjetiva, e só entra no comparativo para fazer raiva no leitor que discorda da reportagem. Nenhum dos modelos chega a ser bonito. Porém, o Kwid E-Tech é bem mais simpático que E-JS1, que é um “puxadinho” elétrico do velho J2.
Rede
Apesar de não viver sua melhor fase no Brasil, a Renault é uma marca mais sólida. A ideia é que 45% das mais de 300 concessionárias da marca estejam aptas a dar manutenção especializada no Kwid E-Tech, o que deve representar cerca de pontos. A JAC possui 13 concessionárias próprias e nove oficinas credenciadas em todo o país, o que é muito pouco.
- Resultado: Kwid 3 x 2 E-JS1
A vitória do Kwid E-Tech foi apertada, com ênfase para a superioridade da rede de concessionárias da Renault, espaço interno e preço. O E-JS1 é bem superior no conteúdo, mas a diferença de preço acaba derrubando o subcompacto da JAC.
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