Só se fala na nova Chevrolet Montana ultimamente. No entanto, a picape da General Motors já teve duas gerações anteriores bem diferentes. Especialmente a Montana 2010, a segunda geração do modelo, tem boa procura no mercado de usados. Essa "fornada" do veículo causou controvérsias, mas também agradou pela carga útil e tamanho da caçamba para o segmento de picapes pequenas. Veja agora 10 fatos sobre a Chevrolet Montana de 2010 para cá:
1 Trajetória da Chevrolet Montana 2010
A segunda geração do Chevrolet Montana foi apresentada em setembro de 2010, já como linha 2011. O modelo chegou apenas com o motor 1.4 flex do Agile e em duas versões bem definidas: LS para trabalho e Sport, com pegada para o lazer.
Em seus primeiros anos, a Montana vendeu bem, embora jamais tivesse sido páreo para a líder suprema das compactas, a Strada. Tampouco ameaçou a Saveiro. Em 2011, por exemplo, vendeu 45.830 unidades, contra 71 mil da Volkswagen e 118 mil do modelo da Fiat.
Em 2015, quando a picape da GM ganhou direção hidráulica de série em toda a gama e teve a potência do motor reduzida, a Montana já dava sinais de cansaço no mercado. Foram pouco mais de 23 mil veículos vendidos, menos de ¼ de tudo que a Strada comercializou naquele ano.
"Tapa" no consumo
A última grande mudança na segunda geração da Montana se deu em 2016, mas não foi visual. A GM promoveu ajustes mecânicos para deixá-la mais econômica (tal qual havia feito na linha Onix). A picape recebeu novos pistões, bielas e alternador.
Além disso, adotou sistema de arrefecimento com ventoinha de menor atrito. A Chevrolet Montana de segunda geração ainda passou a beber um lubrificante mais “leve” (0W20 no lugar do 5w30), de menor viscosidade, e adotou os chamados pneus “verdes”, de menor resistência ao rolamento.
Segundo a GM, as mudanças resultaram em consumo 13,2% melhor. Pelos padrões do Inmetro à época, o consumo ficou em 7,9 km/l na cidade e em 9,2 km/l, na estrada, com etanol. E em 11,7 km/l e 13,4 km/l com gasolina, respectivamente.
As alterações, contudo, pouco surtiram efeito nas vendas. Em seu último ano cheio, a Chevrolet Montana teve 6.654 emplacamentos. Foi só a décima picape mais comercializada do Brasil (incluindo todos os segmentos). Deixou de ser produzida em abril de 2021 para dar lugar à nova geração do modelo, que chegou agora, quase dois anos depois.
2 Visual esquisito
Não tem como negar que a Montana 2010 é para lá de esquisita. Também pudera. Ela foi inspirada no Agile, que já estava longe de ser unanimidade em termos de estilo. A grade trapezoidal bipartida e os faróis angulosos, além do capô inclinado, emprestam um estilo bastante controverso.
A caçamba com linha de cintura reta pouco ajuda. Para piorar, a tampa traseira mais baixa para não atrapalhar a visibilidade do motorista (quando sem carga) - e facilitar o acesso às mercadorias - complicou ainda mais a harmonia do projeto.
3 Plataforma regrediu?
A maior crítica em relação ao carro, porém, recai sobre a plataforma. Isso porque a primeira Montana, de 2003, era feita sobre o Corsa de segunda geração, que tinha sido lançado um ano antes no Brasil e na Europa.
A Chevrolet Montana 2010, como dito, usava a arquitetura do Agile. O hatch, por sua vez, era oriundo do Projeto Viva que aproveitava a plataforma do primeiro Corsa, aquele de 1994. Ou seja, uma base mais antiga…
4 Desempenho da Chevrolet Montana 2010
A Chevrolet Montana teve o mesmo motor desde 2010. O propulsor era o mesmo 1.4 8V do Celta, da Meriva e do Agile. No início, a picape tinha potência de 102 cv a 6.000 rpm e 13,5 kgf.m a 3.200 rpm com etanol e 97 cv e 13,2 kgf.m a 3.200 rpm, com gasolina.
Para a cidade, o propulsor Família I sempre foi o suficiente. Vazia, a picape até arranca bem e encara ladeiras de forma digna. Com alguma carga na caçamba, a Montana 2010 precisa de bem mais paciência.
Depois de 2015, o modelo da Chevrolet fica mais econômico, porém, menos potente. Isso afeta principalmente as acelerações da picape e o motorista precisa de uma dose um pouco maior de atenção nas retomadas.
5 Boa capacidade de carga
É um dos grandes destaques da Chevrolet Montana 2010. A picape oferece 758 kg de carga útil. Ou seja, leva mais peso do que a antiga Strada 1.4 (705 kg) e que a Saveiro (715 kg).
Além disso, a caçamba com 1.100 litros (1.180 litros sem o protetor de caçamba) empata com a Fiat e supera a da VW. Uma vantagem para quem vai usar a picape para o trabalho é o para-choque feito com chapa de aço, que serve como um estribo funcional, sem falar nos degraus laterais.
6 Teve carroceria furgão
Em 2012 a General Motors tentou ampliar o público de frotistas da Montana. Assim como na primeira geração, transformou a caçamba da picape em um furgãozinho e voltou a usar o sobrenome Combo. O compartimento de fibra de vidro permite 3.300 litros de volume de capacidade, mas a carga útil se mantém em 758 kg.
7 Apenas cabine simples
Em 2010, quando a Chevrolet Montana chegou, a concorrência já tinha opções de cabine estendida. O exemplar da GM, contudo, só veio com cabine simples até o fim da vida. Detalhe que a Strada e a Saveiro, logo depois, também passaram a oferecer configurações cabine dupla.
8 Versão descolada
Sugerimos a Chevrolet Montana já no seu primeiro ano, 2010, e na variante Sport. Era a opção mais completa da linha e oferece airbag duplo frontal e freios com ABS e EBD. Além disso, por fora, tem faróis de neblina, rack funcional no teto e rodas de liga leve.
No conforto, ar-condicionado com display digital, direção com assistência hidráulica, trio elétrico, computador de bordo e volante com ajustes de altura e de profundidade. A Chevrolet Montana 2010 Sport ainda é equipada com piloto automático, sensor de luminosidade e som com entradas USB e Bluetooth.
Nos principais sites de compra e venda de carros usados, a Chevrolet Montana 2010 na versão Sport tem preços entre R$ 37 mil e R$ 45 mil.
9 Manutenção da Chevrolet Montana 2010
A grande vantagem da Montana 2010 para quem quer ter uma picape para ter na cidade é justamente o custo do pós-venda. O veículo usa um motor conhecido, com componentes tranquilos de encontrar no mercado de reposição e com manutenção relativamente simples.
Além disso, o custo dos componentes é bem competitivo. Veja o preço de algumas peças da Chevrolet Montana 2010:
- Jogo de pastilhas de freio dianteiro: de R$ 55 a R$ 80;
- Kit com 4 velas de ignição: de R$ 50 a R$ 75;
- Kit óleo (4 litros 5w30 + filtro): de R$ 180 a R$ 290;
- Bomba de combustível: de R$ 220 a R$ 480;
- Jogo de amortecedores traseiros: de R$ 500 a R$ 730;
- Farol dianteiro: de R$ 410 a R$ 580;
- Para-choque traseiro: de R$ 450 a R$ 700.
10 Principais problemas da Chevrolet Montana 2010
Donos da Chevrolet Montana 2010 queixam-se muito de juntas do cabeçote do motor queimadas precocemente, além do desgaste acentuado das bobinas e dos amortecedores. Verifique também se a bomba d’água e o compartimento de fluido dos freios não apresenta vazamentos.
Confira os recalls da Chevrolet Montana 2010 para cá:
- Para conserto do suporte da suspensão dianteira em modelos produzidos em 2012;
- Troca dos dutos de combustível de picapes feitas em 2012;
- Substituição do filtro de combustível de veículos fabricados em 2013 e 2014;
- Troca do airbag do motorista em carros produzidos entre 2013 e 2019;
- Substituição do tubo do tanque de unidades da Montana fabricadas em 2014.
Acompanhe o VRUM também no Dailymotion e no YouTube!