A Fiat entrou meio tarde naquele segmento de sedãs com preço de compacto e espaço generoso, acima da categoria. Isso se deu na segunda geração do Siena, chamada de Fiat Grand Siena e lançada em 2012 para se posicionar acima justamente do antecessor, que usava base do Palio de 1996 e com quem conviveu.
O Fiat Grand Siena chegou com diferentes versões e duas opções de motores. Projeto desenvolvido pelos Centros de Estilo da Fiat na Itália e em Betim (MG), foi produzido sobre a plataforma 326 na unidade mineira. Pela primeira vez, o sedã seguiu um design diferente do Palio (que também já estava na segunda geração).
Foram poucas as mudanças no Grand Siena ao longo de nove anos de vida. A linha 2017 ganhou nova grade – ao mesmo tempo em que o Siena EL, o velho, saía de cena. Na linha 2020, faróis com lentes escurecidas e outros detalhes. Ao longo do tempo, também tornou-se uma compra mais racional, já que tinha opção de GNV de fábrica e ainda recebeu opção de motor 1.0, em 2016.
O modelo se despediu em dezembro do ano passado, com uma linha enxuta de apenas duas versões, e juntamente com o Uno e os motores E.torQ da Stellantis (dona da Fiat). Veja mais detalhes e fatos sobre o Grand Siena.
1 - As opções de motores do Fiat Grand Siena
O Fiat Grand Siena chegou ao mercado com duas opções de motores. O velho 1.4 da gama Fire, com 88cv de potência quando abastecido 100% com etanol e 85cv, com gasolina, e torque máximo de, respectivamente, 12,5kgfm (e)/12,4kgfm (g) a 3.500rpm. O câmbio, no caso, é sempre o manual de cinco marchas.
As opções mais caras do sedã eram equipadas com o 1.6 16V E.torQ, motor oriundo da fábrica paranaense da Tritec, joint-venture entre BMW e Chrysler no anos 2000. A potência fica em 117cv (e)/115cv (g) e o torque de 16,8kgfm (e)/16,2kgfm (g) está disponível nas 4.500rpm. Esse propulsor trabalha com o câmbio manual ou o automatizado Dualogic, ambos com cinco marchas.
O motor 1.6 saiu do mapa em 2019 – até porque encostava em preço com o já lançado Cronos. Mas, antes, em 2016, chegou o 1.0 Fire. Com 75cv (e) e 73cv (g) e 10,1kgfm (e)/9,7kgfm (g) de torque, ocupou o lugar de sedã de entrada da marca italiana com a aposentadoria do velho Siena.
2 - Consumo de combustível do sedã compacto
Com motores defasados, o Grand Siena está longe de ser uma referência no consumo. Veja as médias nos ciclos urbano e rodoviário de acordo com os padrões do Inmetro para o Programa Brasileiro de Etiquetagem na tabela de eficiência energética publicada em 2018 (em km/l).
Grand Siena Attractive 1.0 8V
- Consumo etanol cidade: 7,9km/l
- Consumo etanol estrada: 9,5km/l
- Consumo gasolina cidade: 11,2km/l
- Consumo gasolina estrada: 13,6km/l
- Nota categoria: C
- Nota geral: B
Grand Siena Attractive 1.4 8V
- Consumo etanol cidade: 7,7km/l
- Consumo etanol estrada: 9,4km/l
- Consumo gasolina cidade: 11,1km/l
- Consumo gasolina estrada: 13,5km/l
- Nota categoria: C
- Nota geral: B
Grand Siena Essence 1.6 16V
- Consumo etanol cidade: 6,8km/l
- Consumo etanol estrada: 8,4km/l
- Consumo gasolina cidade: 9,9km/l
- Consumo gasolina estrada: 12,1km/l
- Nota categoria: D
- Nota geral: C
Grand Siena Essence 1.6 16V Dualogic
- Consumo etanol cidade: 6,6km/l
- Consumo etanol estrada: 8,1km/l
- Consumo gasolina cidade: 9,6km/l
- Consumo gasolina estrada: 11,8km/l
- Nota categoria: E
- Nota geral: C
3 - Espaço interno do Fiat Grand Siena agrada?
O Siena fazia jus ao Grand do prenome, pelo menos em relação ao velho sedã compacto original, lançado em 1997. São 4,29 metros de comprimento (13cm a mais), 1,70m de largura (6cm a mais) e 1,50m de altura (5cm adicionais). O grande ganho no espaço para os ocupantes se deu também graças à distância entre-eixos 13,7cm maior, com totais 2,51m.
Claro que não é uma limusine, mas tornou-se um sedã mais confortável e com melhores condições para brigar com modelos da época, como Chevrolet Cobalt, Nissan Versa e Renault Logan.
4 - Porta-malas é ponto forte do sedã
A esticada no sedã resultou em um porta-malas ainda mais volumoso em relação ao antecessor, que já era bom neste quesito. O Grand Siena tem espaço para bagagens com 520 litros de capacidade (20 litros a mais que a geração anterior). Na prática, é profundo e largo, onde cabem duas malas grandes sem maiores dramas.
5 - A versão mais legal do Fiat Grand Siena é...
A Attractive ano 2019 modelos 2020 é uma boa pedida para quem quer um sedã robusto, relativamente espaçoso e não muito velho. Tem preços entre R$ 45 mil e R$ 54 mil e já adotou as últimas atualizações da linha, com pequenas mudanças na grade e nas molduras dos faróis de neblina e lentes escurecidas, além de novas calotas e rodas de liga-leve e novo logotipo da Fiat na tampa traseira.
Como já era um carro com proposta bem voltada para frotas e vendas diretas, só é equipado com ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros dianteiros elétricos, ajustes de altura do banco do motorista e do volante, encosto traseiro rebatível e computador de bordo.
Porém, é possível achar modelos seminovos com os opcionais da gama: sensor de ré, alarme, comando elétrico dos vidros traseiros e dos retrovisores e som com entradas USB e Bluetooth.
6 - Uma série legal do modelo da Fiat
Para quem quer um carro com esses equipamentos citados e com melhor desempenho, sem se importar com idade, tem a série limitada Sublime. Lançada em 2013 e baseada na Essence, usa motor 1.6 16V E.torQ.
No design, frisos cromados, faróis escurecidos, saias laterais, rodas de liga-leve exclusivas e grade dianteira e capas dos espelhos pintadas de cinza metalizado. Em equipamentos, além de trio elétrico, som e descansa-braço, traz pintura exclusiva nas saídas do ar-condicionado e bancos parcialmente revestidos de couro.
Detalhe: esta edição especial foi lançada há quase 10 anos pelo preço de R$ 46.360. O preço médio desse carro no mercado de usados é, atualmente, R$ 42 mil.
7 - Fiat Grand Siena com GNV de fábrica
O sedã fabricado em Betim (MG) é um dos poucos carros com “GNV de fábrica”. A variante Tetrafuel foi lançada no primeiro Siena, em 2007, e levava esse sobrenome por aceitar quatro combustíveis: gasolina brasileira, gasolina argentina (sem adição de etanol), álcool e gás natural veicular.
A opção foi mantida no Grand Siena desde a estreia até 2016 – depois voltou como “preparado” para receber kits GNVs homologados pela fabricante. Modelos deste último ano têm valores médios cobrados no mercado de seminovos de R$ 36 mil a R$ 48 mil.
8 - Fuja porque é fria!
O Grand Siena teve o bacana teto-solar Sky Wind como opcional de fábrica na linha em 2012. Por mais que seja tentador, pondere bem e examine minuciosamente o equipamento se for comprar algum sedã usado com esse “diferencial”. Sem a manutenção e lubrificação adequada, as palhetas do vidro costumam apresentar problema e um conserto pode sair por R$ 5 mil.
Fuja para valer é do câmbio Dualogic. A transmissão automatizada de embreagem simples e cinco marchas é daquelas para se irritar e esquecer. Além dos trancos e falta de grip, bebe mais que a derivação manual comum, como você pode observar nos dados de consumo do Inmetro.
9 - Manutenção com preços razoáveis
O plano de revisões do Grand Siena não chega a ser dos mais baratos, mas tem preços razoáveis. Veja a tabela da Fiat para o ano/modelo 2020.
Grand Siena 1.0
- 10.000 km: R$ 260
- 20.000 km: R$ 568
- 30.000 km: R$ 952
- 40.000 km: R$ 788
- 50.000 km: R$ 536
- 60.000 km: R$ 1.764
Grand Siena 1.4
- 10.000 km: R$ 260
- 20.000 km: R$ 568
- 30.000 km: R$ 872
- 40.000 km: R$ 788
- 50.000 km: R$ 536
- 60.000 km: R$ 1.700
As peças também têm preços bastante competitivos no mercado geral. Confira alguns componentes das versões 1.4 do Grand Siena:
- Jogo de pastilhas de freio dianteiro: entre R$ 45 e R$ 70
- Jogo de velas (quatro): entre R$ 80 e R$ 100
- Kit amortecedor traseiro: entre R$ 500 e R$ 680
- Bomba de combustível: entre R$ 270 e R$ 440
- Kit óleo original Mopar 5W30 (5 litros + filtro): entre R$ 240 e R$ 290
10 - Principais problemas do Fiat Grand Siena
Fique atento a barulhos agudos e metálicos vindos da suspensão traseira, que costuma apresentar desgaste prematuro de coifa e coxim. Além disso, há relatos de quebra da correia da direção hidráulica, problemas no cilindro-mestre do freio e defeitos na embreagem (disco e platô).
O que não falta é recall envolvendo o Grand Siena, inclusive o famoso caso dos airbags mortais da Takata, chamado recentemente. Também tem convocação para substituição do volante (2013 e 2014), do atuador da embreagem (2014), da caixa de marchas (2017), bobina da ignição (2017), relés (2018), seletor de marchas (2018), retrovisores (2021), batentes das portas (2021) e bomba de combustível (2021).
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