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Ford Fusion 2015: 10 pontos para quem quer comprar um usado

Sedan médio-grande fez sucesso em suas duas gerações e é opção de automóvel confortável, bem equipado e com bom desempenho

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O modelo 2015 do Ford Fusion equipado com motor 2.0 Ecoboost e tração AWD
O modelo 2015 do Ford Fusion equipado com motor 2.0 Ecoboost e tração AWD Foto: O modelo 2015 do Ford Fusion equipado com motor 2.0 Ecoboost e tração AWD

Antes de a Ford só querer saber de SUV, picape e do Mustang, a marca fazia sedans muito legais. Talvez, o melhor exemplo recente da história da marca no país tenha sido o Ford Fusion. O modelo médio-grande chegou como uma opção bem mais acessível na categoria, sem abrir mão de espaço, equipamentos e desempenho.

Entre as opções de modelos usados, o três-volumes se mostra um carro com bons argumentos para compra. Na segunda geração, traz motor turbo e até opção de tração integral ou de variante híbrida. Reunimos 10 fatos importantes sobre o Ford Fusion 2015 e de outros anos/modelo.

Ford Fusion SEL 2.3 sedan modelo 2006 preto de frente no asfalto
A primeira geração do sedan da Ford desembarcou no Brasil em 2006, com visual ainda comportado (Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)

1 – Um breve histórico do Ford Fusion

O Ford Fusion foi lançado em 2006. Importado do México, chegou aqui com motor 2.3 16V de 162cv, a gasolina, para brigar em um segmento até então dominado pelos japoneses. Com relação custo/benefício agressiva, logo o modelo da marca norte-americana superou o Honda Accord (que deixou de vir do México e passou a ser importado do Japão) e Toyota Camry.

Ford Fusion SEL 2.3 sedan modelo 2006 preto de traseira no asfalto
O modelo era vendido na versão SEL equipada com motor 2.3 litros a gasolina (Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)

Em 2009, o Ford Fusion sofreu uma reestilização e o motor quatro-cilindros ficou mais potente, com 173cv. Além disso, a linha passou a ter câmbio automático de seis velocidades (no lugar do de quatro marchas) e a opção do motor V6 3.0 litros, com 243cv e tração integral.

Ao longo dos tempos, o modelo agregou equipamentos de segurança e de conforto, e ainda teve uma variante V6 com tração dianteira e híbrida antes da chegada da segunda geração.

Esta foi apresentada em dezembro de 2012, já como linha 2013, com desenho bem mais moderno, comportamento dinâmico mais apurado e maior espaço interno. Na virada de geração, o Ford Fusion tornou-se um carro global e foi vendido como a terceira geração do Mondeo na Europa.

Para o Brasil, as versões mais caras trocaram o motor V6 aspirado pelo turbo da linha Ecoboost, com 240cv de potência – a tração integral foi mantida, assim como a transmissão de seis marchas. Nos anos seguintes, passou a ser importado também com tração dianteira, ao mesmo tempo em que chegaram as opções híbrida e com motor 2.5 litros flex.

A partir do Ford Fusion 2015, a gama recebeu equipamentos interessantes, sobre os quais falaremos adiante. O sedan mexicano ainda teve duas reestilizações (linhas 2017 e 2019) antes de ter a importação encerrada, em 2019.

Ford Fusion SEL 2.5 sedan modelo 2010 prata de frente no asfalto
Em 2009, o Fusion foi reestilizado, ganhou motor mais potente e câmbio automático de seis velocidades (Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)

2 – A relação custo/benefício e vendas do sedan médio-grande

Desde o início, o Ford Fusion sempre teve um posicionamento bastante competitivo no mercado. No conteúdo, já em sua estreia, em 2006, trazia seis airbags, retrovisor eletrocrômico, Isofix, banco do motorista com ajuste elétrico, sensores de luminosidade e chuva, entre outros.

Tinha outras bossas, algumas herdadas de outros modelos emblemáticos. Sabe aquelas teclinhas numéricas da nova picape Maverick? O Ford Fusion também tinha – herança do falecido Taurus. Com tudo isso, o sedan da Ford ainda custava menos que seus rivais diretos.

O resultado foi que, em 2007, o Ford Fusion já tinha virado líder da categoria e ainda beliscava vendas das versões topo de linha dos médios (quando falamos de Corolla, Civic e cia). Emplacou 11.415 unidades naquele ano, muito à frente do Honda Accord (pouco mais de 1.700 unidades), e do VW Passat (1.066).

A liderança se manteve praticamente até toda a vida do Ford Fusion, que chegou a vender mais que o Focus Sedan, que era mais barato. A segunda geração, então, abusou dos licenciamentos – no primeiro ano foram mais de 12 mil unidades. Nem o Hyundai Azera, que veio com uma relação custo/benefício ainda mais agressiva, abalou o reinado do modelo da Ford.

Veja as vendas do Ford Fusion ano a ano (em unidades):

  • 2007: 11.415
  • 2008: 9.727
  • 2009: 9.822
  • 2010: 10.918
  • 2011: 9.586
  • 2012: 5.600
  • 2013: 9.562
  • 2014: 12.299
  • 2015: 7.410
  • 2016: 3.635 
  • 2017: 4.401
  • 2018: 4.497
  • 2019: 832

Fonte: Fenabrave

3 – Modelo teve a opção de tração integral

O Ford Fusion foi um dos poucos carros de passeio da época a ter opção de tração integral. O sistema sob demanda estreou em 2009 com o Fusion com motor V6 e novo câmbio automático de seis marchas.

Passou a ser um dos itens de diferenciação das versões mais caras. Na segunda geração isso se manteve, com a tração integral disponível na configuração Titanium com motor Ecoboost.

Ford Fusion Hybrid sedan modelo 2013 prata de frente no asfalto
A segunda geração do Ford Fusion Hybrid foi lançada em 2013 e tinha potência combinada de 191cv (Foto: Ford/Divulgação)

4 – Foi um dos primeiros modelos híbridos

Quando mal e porcamente se falava em modelos híbridos no Brasil, e a única referência de eletrificação era o ainda distante Toyota Prius, o Ford Fusion foi quase um pioneiro. Só não tem o título de primeiro eletrificado em série do país porque, meses antes, a Mercedes-Benz lançou o S400 Hybrid.

De qualquer forma, o Ford Fusion híbrido foi revelado em 2010 e custava 30% a mais que a opção topo de linha puramente a combustão da época, a Titanium V6. O modelo combina o motor 2.5 “aliviado” (158cv) com outro elétrico para gerar a potência combinada de 193cv. O câmbio é o automático do tipo CVT e a tração apenas na frente.

Já a segunda geração do Ford Fusion Hybrid foi lançada em 2013, curiosamente mais barata que a antecessora. No caso, mescla o motor 2.0 litros a gasolina a um propulsor elétrico de 88kW, com potência combinada de 191cv.

As baterias de íons de lítio são 23kg mais leves que as do primeiro sedan eletrificado. Na teoria, promete consumo acima de 16,6km/l na cidade e de cerca de 15km/l na estrada.

Ford Fusion Titanium 2.0 EcoBoost AWD sedan modelo 2015 2016 branco cofre do motor
O motor 2.0 EcoBoost de 243cv garante bom desempenho ao sedan, que traz ainda tração AWD (Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

5 – Como é o desempenho do Ford Fusion 2015?

O Ford Fusion 2015 tem diferentes comportamentos, conforme a versão. Obviamente, a com motor 2.5 Duratec flex não tem desempenho de esportivo – até porque falamos de um carro de mais de 1.500kg. Mas os 175cv (e)/167cv (g) lidam bem com o porte do sedan e as acelerações são agradáveis, com aceleração até 100km/h na casa dos 10 segundos.

O drama fica mais para as retomadas, com a força plena do motor só disponível acima das 4.000rpm. O câmbio automático de seis marchas pontua o desempenho, com algumas imprecisões a médios giros e entre a quarta e a quinta.

O cenário muda com o motor Ecoboost. Os 234cv dão outro ânimo ao Ford Fusion, ainda mais nas versões com tração AWD. As arrancadas são bem mais vigorosas e a aceleraçaão até 100km/h fica na faixa dos sete segundos.

Destaque ainda para os 38,6kgfm de torque máximo disponíveis a 1.750rpm. Ao pisar, apesar do ainda delay da transmissão automática, o motor responde bem e ajuda em ultrapassagens.

6 – Um sedan que não economiza no conforto

Trata-se do ponto alto do sedan mexicano. A começar pelo espaço interno proporcionado pelos 4,87 metros de comprimento e generosos 2,85m de distância entre-eixos. Isso se converte em uma cabine ampla, com espaço suficiente para cinco ocupantes adultos.

O motorista ainda tem à disposição uma posição extremamente confortável de dirigir e o banco garante costas inteiras mesmo em longas viagens. O acerto da suspensão do Ford Fusion foi melhor resolvido na segunda geração e o jogo multibraço traseiro ajuda o sedan a ter um comportamento bem menos banheirão.

O isolamento acústico começa a falhar em velocidades mais altas. Outro ponto que deixa a desejar é em alguns detalhes no acabamento do painel, com parafusos aparentes e rebarbas. Em compensação, o porta-malas de 514 litros recebe toda a sorte de bagagens – esse volume cai para 392 litros nas versões híbridas.

7 – Qual a nossa versão preferida do Ford Fusion 2015?

Nossa pedida é o Ford Fusion 2015 na versão Titanium AWD. Como motor turbo de 234cv, câmbio automático de seis marchas e tração integral, vem com equipamentos muito legais. Só na segurança são seis airbags, controles de estabilidade, de tração e de subidas, câmera de ré, retrovisores interno e externos eletrocrômicos, sensores de estacionamento na frente e atrás, e monitoramento da pressão dos pneus.

Tem mais: ar-condicionado automático de duas zonas com saídas para o banco traseiro, bancos dianteiros com regulagens elétricas, chave presencial, acionamento remoto do motor, revestimento em couro couro, teto-solar e central multimídia com GPS, Bluetooth, USB e CD Player.

A linha 2015 do Ford Fusion agregou bancos dianteiros com ventilação – antes, só tinha aquecimento. Além disso, a versão Titanium oferece som premium da Sony e grade dianteira ativa, que abre e fecha conforme a velocidade em prol de maior eficiência e menor resistência aerodinâmica.

8 – Lista de equipamentos inclui sistemas semiautônomos e cinto inflável

O Ford Fusion 2015 mais completo também reúne os chamados sistemas de auxílio à condução. Estão lá o controle de cruzeiro adaptativo (ACC), alerta de colisão com frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixas e sensor de ponto cego.

Naquele ano, o sedã também ganhou o cinto de segurança traseiro inflável.

O VRUM mostrou como funciona o cinto de segurança inflável do Ford Fusion:

https://youtu.be/mKq2HFXg7uQ

9 – Como são as despesas de manutenção do sedan?

A marca do oval azul já tem fama de manutenção cara, imagine um sedan do porte do Ford Fusion? O modelo tem componentes com preços naturalmente acima da média.

Confira os preços de algumas peças do Ford Fusion 2015:

  • Jogo de pastilhas de freio dianteiro: de R$ 260 a R$ 450
  • Kit com quatro velas de ignição: de R$ 290 a R$ 480
  • Kit óleo (4 litros 5W30 + filtro - Ecoboost): de R$ 370 a R$ 500
  • Bomba de combustível: de R$ 1 mil a R$ 1.800
  • Jogo de amortecedores traseiros: de R$ 600 a R$ 900
  • Farol dianteiro: de R$ 1.700 a R$ 2.900
  • Para-choque traseiro: de R$ 800 a R$ 1.500

10 – Os principais problemas do sedan médio-grande

O Ford Fusion tem alguns problemas recorrentes, segundo depoimentos de donos em fóruns sobre o automóvel e no site Reclame Aqui. Os mais comuns dizem respeito a defeitos crônicos no câmbio automático, que trava em algumas situações.

Fique de olho também na suspensão do Ford Fusion. Buchas, coxins e pivôs costumam ter durabilidade curta. Coluna da direção com ruídos e maçanetas quebradas são outras reclamações comuns em relação ao Ford Fusion.

Além disso, o carro teve uma penca de recalls. Confira:

  • troca dos airbags frontais de unidades fabricadas de 2006 a 2012
  • substituição da caixa de direção em modelos feitos entre 2010 e 2013
  • para troca da bomba de combustível em modelos produzidos entre 2012 e 2013
  • fixação dos bancos nas unidades fabricadas em 2012 e 2013
  • aplicação de isolante nos cintos de segurança de veículos produzidos entre 2012 e 2016
  • troca do trinco da fechadura em unidades montadas de 2012 a 2013
  • substituição das buchas do seletor de marchas de modelos produzidos entre 2012 e 2016
  • troca das mangueiras do freio em veículos feitos entre 2012 e 2017
  • substituição dos parafuso do volante nos Ford Fusion fabricados de 2013 a 2018

Ford Fusion SEL sedan modelo 2019 última geração cinza escuro de frente no estúdio
Em 2019, a Ford comercializou a última geração do Fusion no Brasil (Ford/Divulgação)

Confira os vídeos do VRUM nos canais do YouTube e Dailymotion: lançamentos, testes e dicas