Não faz muito tempo, o segmento hoje tão desejado e disputado do mercado tinha apenas dois representantes. A categoria de utilitários-esportivos compactos, até 2015, só conhecia Ford EcoSport e Renault Duster. Mas, naquele ano, chegou o Honda HR-V para bagunçar para valer o coreto. Nossa dica de compra da semana é o Honda HR-V 2016.
O SUV compacto da marca japonesa foi lançado em março de 2015 cercado de expectativas. A primeira geração (brasileira) usava parte da plataforma da dupla Fit e City e abriu uma espécie de porteira de lançamentos que massacraram o EcoSport: um mês depois, vieram Jeep Renegade e Peugeot 2008 e, nos anos seguintes, Nissan Kicks e Hyundai Creta.
O Honda HR-V logo se destacou nas vendas, ganhou equipamentos ao longo do tempo e até uma opção turbo, a partir de 2017, um ano antes de sua reestilização. Deixou de ser produzido em fevereiro de 2022 para dar lugar à nova geração, que acaba de chegar, mas continua sendo um modelo valorizado (até demais) e querido no segmento de usados.
Por isso, separamos o Honda HR-V 2016, do primeiro ano cheio de vendas, e trazemos 10 fatos sobre o SUV compacto.
1 - Potência maior com etanol ou com gasolina?
Não é erro nosso. O motor 1.8 16V do Honda HR-V 2016 é mais potente com gasolina do que com etanol. São 140cv com o combustível fóssil e 139cv com o derivado da cana de açucar, sempre a 6.300rpm. Já o torque segue o padrão: 17,4kgfm (e) e 17,3kgfm (g) a 5.000rpm.
Na época do lançamento do Honda HR-V, a fabricante justificou que foi o equilíbrio possível na reprogramação da central eletrônica. O motor era o mesmo do Civic, só que combinado a um câmbio automático convencional de cinco marchas no sedã, ao contrário do SUV, que recebe caixa CVT.
Dizem, porém, que o motivo foi também economia. Correu à boca miúda que a Honda não quis gastar com novos injetores no desenvolvimento do utilitário esportivo. De qualquer forma, a boa nova é que o Honda HR-V 2016 já chegou com sistema automático de partida a frio, o que dispensou o famigerado tanquinho extra de gasolina.
2 - Como é o desempenho do Honda HR-V 2016?
Tudo no Honda HR-V 2016 privilegia o conforto, inclusive a performance. O SUV acelera bem, mas de forma gradual, muito bem pontuado pelo câmbio automático do tipo CVT – que só tem simulação de marchas na versão topo de linha EX-L.
O desempenho é bem raiz, com comportamento praticamente linear e sem trancos. Na hora das retomadas, paciência. O motor só tem força para valer em giros altos e ao pisar de forma brusca no acelerador, o câmbio CVT segura o giro e o propulsor fica naquela função liquidificador por um certo tempo.
3 – Os números de consumo do SUV compacto
O Honda HR-V 1.8 2016 tem consumo apenas regular. Na tabela do Programa Brasileiro de Etiquetagem de 2017 (com os modelos 2016), pelos padrões do Inmetro só obteve notas “C” – a versão manual chegou a ser “D” no comparativo da categoria daquele ano. Confira as médias, em km/l.
Honda HR-V 2016 manual
- Consumo na cidade com etanol: 6,7km/l
- Consumo na estrada com etanol: 8,6km/l
- Consumo na cidade com gasolina: 10km/l
- Consumo na estrada com gasolina: 12,5km/l
Honda HR-V 2016 CVT
- Consumo na cidade com etanol: 7,1km/l
- Consumo na estrada com etanol: 8,5km/l
- Consumo na cidade com gasolina: 10,5km/l
- Consumo na estrada com gasolina: 12,1km/l
4 - Conforto de sobra é um dos destaques do HR-V
Além da suavidade no rodar, o Honda HR-V 2016 foi pensado para ser um SUV com nível de conforto acima do que a categoria oferecia naqueles tempos. O espaço a bordo agrada e o motorista tem posição elevada de dirigir, mas com a sensação de estar em um carro de passeio.
O isolamento acústico também é eficiente e o espaço no banco traseiro acomoda bem dois adultos e uma criança. Bom salientar que o Honda HR-V 2016 herdou o sistema modular de bancos ULT, que permite o rebatimento dos bancos de uma forma que otimiza a cabine.
Destaque ainda para o porta-malas de 437 litros, beneficiado pela opção por suspensão traseira por eixo de torção, que filtra bem os buracos, apesar das queixas de ruídos (que trataremos mais adiante) – um multbraço limitaria o espaço para bagagens. O acabamento interno do Honda HR-V 2016, contudo, não inspira nem em aparência de sofisticação, tampouco em design.
5 – Se o assunto é equipamentos, o modelo 2016/2017 é mais recheado
O Honda HR-V 2016 tem quatro versões. A mais básica era a LX, com câmbio manual, mais para chamariz para o ponto de venda, já que a própria Honda projetava apenas 1% de vendas desta configuração.
De qualquer forma, toda a linha é equipada com controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente à partida em rampas, Isofix, auto hold, freio de estacionamento eletrônico, ajustes de altura e de distância do volante, além de ar-condicionado, direção elétrica, trio e som com Bluetooth e USB.
Mas fique de olho nos Honda HR-V 2016, já modelo 2017. Isso porque, em setembro daquele ano, a marca japonesa deu uma melhorada no nível de equipamentos do seu crossover compacto. A linha passou a ter novo revestimento para as laterais de portas, volante multifuncional, rodas de liga leve e ganchos para a fixação dos tapetes no assoalho.
6 – Qual a versão do Honda HR-V 2016 com boa relação custo/benefício?
A intermediária EX é uma boa opção de SUV usado da linha Honda HR-V 2016, modelo 2017. Tem preços entre R$ 89 mil e R$ 96 mil e nesta virada ano/modelo ganhou ar-condicionado digital automático, paddle-shifters para as trocas de marchas e aprimoramentos no sistema de áudio, com a adição de dois tweeters nas colunas dianteiras.
Isso se soma ao recheio já interessante do Honda HR-V 2016 EX. Câmera de ré, faróis de neblina, setas integradas aos retrovisores e piloto automático também fazem parte desta configuração.
7 - O modelo mais vendido da marca japonesa
No lançamento do HR-V, a Honda apostou que ele seria o modelo mais vendido da marca. Não demorou muito. No primeiro ano cheio de vendas, o SUV compacto anotou 55.758 unidades emplacadas, segundo a Fenabrave.
Desta forma, o Honda HR-V 2016 foi o nono veículo mais vendido do país naquele ano. E, de cara, tornou-se o SUV compacto mais comercializado do Brasil, superando o outro novato, o Jeep Renegade, que anotou 51.563 unidades entregues.
8 – Um SUV compacto valorizado
Pelos preços do Honda HR-V 2016 é possível constatar que trata-se de um carro muito valorizado – como todos os modelos da marca costumam ser no mercado de seminovos e usados. As boas vendas do SUV e a boa reputação da marca japonesa corroboram a baixa depreciação e ainda fazem o modelo ter boa liquidez.
9 – Alguns preços de manutenção do Honda HR-V 2016
Os carros da Honda não são difíceis de mexer, contudo, os componentes não chegam a ser baratos. Confira alguns preços médios levantados em lojas de autopeças e em sites de vendas na segunda semana de setembro.
- Jogo de pastilhas do freio dianteiro: entre R$ 280 e R$ 400
- Jogo com quatro velas: entre R$ 210 e R$ 300
- Conjunto bomba de combustível: entre R$ 780 e R$ 1.200
- Kit amortecedores traseiros: entre R$ 330 e R$ 600
- Kit troca de óleo (4 litros lubrificante 0W20 + filtro): entre R$ 250 e R$ 420
- Conjunto farol dianteiro: entre R$ 1.300 e R$ 1.800
- Conjunto lanterna traseira: entre R$ 1.100 e R$ 1.500
10 – Quais os principais problemas do Honda HR-V 2016?
Em grupos e fóruns com donos de Honda HR-V e também em relatos no site do Reclame Aqui são comuns as queixas de proprietários quanto a problemas no tensionador da correia dentada, responsável por manter a tensão correta do sistema de distribuição, cuja durabilidade se mostra bem abaixo dos 80 mil quilômetros recomendados pela fabricante.
Fique ligado também a falhas no freio de estacionamento eletrônico e a ruídos na suspensão traseira do Honda HR-V 2016 – a montadora até recalibrou os amortecedores na remodelação de 2019. Outro ponto de atenção é quanto à carroceria. São vários os casos de pintura que descasca ou com manchas, bolhas e até pontos de corrosão.
Os primeiros Honda HR-V também passaram por recalls. Os modelos produzidos entre março e setembro de 2015 foram chamados para confirmação do aperto dos parafusos dos cubos das rodas traseiras e eventual substituição. Já unidades feitas entre 2016 e 2018 foram convocadas para execução da sangria do sistema de freio.
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