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Jeep Renegade 1.8 flex: saiba 10 fatos sobre o SUV antes de fechar negócio

Ele está longe de ter a boa performance das versões a diesel, mas é interessante para quem quer um utilitário verdadeiramente alto

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O que mais se lê em comentários depois de uma matéria sobre utilitário esportivo ou sobre o Jeep Renegade em particular é que o Jeep compacto é fraco. As críticas recaem sobre o motor 1.8 16V do SUV, que, segundo as más línguas, não sobe meio-fio e pena para atravessar um quebra-molas. Só que, ao se olhar os números de vendas do modelo, não existe nada de fraqueza.

O Jeep Renegade é um sucesso desde seu lançamento, em 2015. Estreou com duas opções de motor (a flex e a turbodiesel, essa 4x4) e muitas configurações de acabamento. Em 2017 passou por uma leve reestilização. Logo se tornou um dos mais comercializados da categoria e alternava novidades em versões e séries especiais.

Em pouco mais de seis anos já soma mais de 450 mil unidades produzidas em Goiana (PE) - a grande maioria, quase 90%, dos modelos aspirados flex. Em 2021 foi mais uma vez o utilitário esportivo mais vendido do país, com quase 74 mil unidades e participação de 11% de todo o mercado - incluindo compactos, médios e médios-grandes.

Foi no ano passado, inclusive, que o Jeep Renegade passou por uma remodelação e trocou o motor 1.8 aspirado pelo novo 1.3 GSE turboflex, com opções de tração 4x2 e 4x4, já que as variantes turbodiesel foram descontinuadas. Porém, o sucesso se replica entre os seminovos e usados e o Renegade 1.8 é figurinha fácil no mercado de segunda mão.

Já testamos o Jeep Renegade 1.3 turbo: assista ao vídeo!

https://www.youtube.com/watch?v=HlRDPxEmLPw

1- Desempenho

O Jeep Renegade flex realmente tem uma pegada mais de SUV butique para a cidade por causa do motor. O 1.8 16V da família E.torQ confere desempenho apenas suficiente para o uso urbano. São 139/135 cv de potência e boas saídas de semáforo, mas o rodar é áspero e o nível de vibração também incomoda.

Mas o grande gargalo na performance está na transmissão automática de seis marchas. O câmbio da japonesa Aisin tem muitas imprecisões e atrapalha o já defasado propulsor, com buracos e delays entre a terceira e quinta marchas.

Nas horas das retomadas, inclusive, se der, pise leve no acelerador e apele para as mudanças sequenciais da caixa, que os gaps serão menores. Segundo dados do fabricante, o 0 a 100 km/h do Renegade 1.8 aspirado é feito em 11,8 segundos.

2- Consumo do Jeep Renegade 1.8 Flex

Motor 1.8 flex do Jeep Renegade Sport
Motor 1.8 flex não prima pelo consumo

O conjunto 1.8 do Jeep Renegade também tem fama de beberrão, especialmente no ciclo rodoviário. Veja os números mais recentes, de 2020, pelos padrões do Inmetro para o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV).

  • Gasolina cidade: 9,5 km/l
  • Gasolina estrada: 11,0 km/l
  • Etanol cidade: 6,7 km/l
  • Etanol estrada: 8,1 km/l
  • Classificação categoria: D
  • Classificação geral: C

3- Dinâmica

Apesar de ser um SUV alto e estreito, o Jeep Renegade não prega sustos no motorista. A suspensão tem bom acerto e o carro se segura bem nas curvas e retas. Mesmo em velocidades altas permitidas na estrada, a direção se mostra comportada e direta, sem exigir correções.

4- Conforto

Painel do Jeep Renegade Longitude 1.8 flex
Interior exibe com acabamento e ergonomia correta

O espaço interno nunca foi o forte no Jeep Renegade. Para quem gosta de carro alto, a posição de dirigir é elevada e ereta, a ergonomia para o condutor funciona bem na maioria dos comandos e os bancos dianteiros oferecem espaço normal para pernas e ombros. Atrás, contudo, o ambiente é mais apropriado para dois adultos.

No aspecto conforto, o acerto da suspensão é competente. O Jeep Renegade usa um jogo McPherson independente nas quatro rodas e barras estabilizadoras na frente e atrás, e, mesmo com considerável vão livre do solo, lida bem com os buracos.

O acabamento do Jeep Renegade é um dos grandes destaques. Além de alguns easter eggs espalhados, tem desenho moderno sem abandonar o aspecto tradicional da marca evidente. As peças são bem encaixadas e, conforme a versão, há partes emborrachadas agradáveis ao toque.

5- Porta-malas

Porta-malas do Jeep Renegade Sport 1.8 Flex
Porta-malas do Jeep Renegade é um dos menores do segmento

Sempre foi um dos pontos críticos do Jeep Renegade - e continua sendo. Com 320 litros, é um dos menores do segmento de SUVs compactos. Isso porque ganhou 47 litros a mais na virada da linha 2019, graças ao estepe temporário (na remodelação do ano passado, passou para 385 litros). Além do mais, o porta-malas não é muito profundo, o que dificulta a colocação de malas maiores.

6- Jeep Renegade Longitude

A Longitude 1.8 16V flex ano 2019 é uma opção interessante para quem quer um SUV compacto bem equipado. Longe de ser barato - nos sites de compra e venda, os preços oscilam entre R$ 96 mil e R$ 105 mil -, compensa justamente no custo/benefício.

A configuração era a topo de linha com o motor E.torQ. Na parte de segurança, sete airbags, controles de estabilidade e tração, assistente à partida em rampas, câmera de ré, faróis com regulagem de altura, Isofix, monitoramento de pressão dos pneus e retrovisor eletrocrômico.

Completam a lista ar-condicionado automático bizona, bancos de couro, sistema start/stop do motor, chave presencial, freio de estacionamento eletrônico, trio elétrico, controle de cruzeiro com limitador de velocidade, sensores de luminosidade e chuva, rodas de liga-leve e faróis de neblina. A central multimídia com tela de 5” espelha smartphone e tem entrada USB.

7- Série bacana

Em 2017, a Jeep apresentou o Renegade Night Eagle. A edição limitada em 500 unidades era baseada também na Longitude, e trocou os cromados e prateados da carroceria e da cabine por tons escurecidos ou na cor preto fosco.

A série especial tem esses detalhes nas rodas de liga leve aro 18”, nas molduras dos faróis de neblina, no acabamento da tradicional grade com sete barras verticais e nos símbolos da marca. No interior, preto brilhante nos raios do volante e nas molduras dos alto-falantes. O Renegade Night Eagle 2017/18 tem preços de R$ 87 mil a R$ 95 mil no mercado de usados.

8- Robustez

Jeep Renegade Sport 1.8 Flex cinza de traseira estacionado com paisagem de montanhas ao fundo
Design ainda é um dos atributos do Jeep Renegade

Falem o que quiser, mas o Jeep Renegade é o SUV que mais parece um SUV. O desenho quadradinho tradicional da marca e a pegada jipeira ficam evidentes também em suas capacidades. Apesar de as versões 1.8 não terem tração 4x4, alguns números do modelo conferem melhor aptidão para trafegar em trechos de terra e esburacados.

  • Vão livre do solo: 18 cm
  • Ângulo de ataque: 27°
  • Ângulo de saída: 31°

9- Manutenção

O Jeep Renegade não chega a ser um carro barato de manter. Modelos comprados a partir de 2019 ainda estão com um resto de garantia. As revisões com preço fixo são feitas em intervalos a cada 12 mil km, diferentemente do padrão a cada 10 mil km. Confira alguns preços das manutenções na rede autorizada e também o custo de algumas peças:

  • 4ª revisão - 48.000 km: R$ 822
  • 5ª revisão - 60.000 km: R$ 1.508
  • 6ª revisão - 72.000 km: R$ 1.037
  • Filtro de óleo: R$ 59 a R$ 70
  • Jogo de pastilhas de freio dianteiro: R$ 120 a R$ 190
  • Conjunto lanterna traseira esquerda: R$ 500 a R$ 700
  • Filtro de ar elemento: R$ 40 a R$ 55
  • Jogo de velas de ignição (com 4): R$ 343 a R$ 460

10- Principais problemas do Jeep Renegade

Jeep Renegade Sport 1.8 Flex cinza de frente estacionado com paisagem de montanhas ao fundo
Jeep já anunciou sete recalls para o Renegade

Fique atento aos problemas mais comuns relatados por donos de Jeep Renegade 1.8 flex. São frequentes as reclamações sobre o sistema elétrico, com problemas no acionamento dos vidros, mau contato nos faróis de neblina e panes na central multimídia.

Na parte mecânica, há muitas ocorrências que envolvem o câmbio automático de seis marchas, com defeito no trocador de calor da caixa, o que pode onerar qualquer reparo. Além disso, existem casos em que o fluido da transmissão se mistura ao líquido do sistema de arrefecimento, causando mais dores de cabeça.

E confira se o carro atendeu aos recalls. Ao todo, a linha teve sete chamados: atualizações do software da central eletrônica e do airbag; substituição do módulo do airbag frontal do passageiro; troca do cabo do freio elétrico de estacionamento; atualização do software do comando eletrônico da chave de seta; trocas dos relés e das pinças do freio traseiro.