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Mitsubishi Pajero TR4 2015: 10 fatos para quem vai comprar

Também conhecido como Pajerinho, foi o substituto nacional do iO e sinônimo de 4x4 acessível por muito tempo

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Mitsubishi Pajero TR4 chegou ao mercado para substituir o Pajero iO
Mitsubishi Pajero TR4 chegou ao mercado para substituir o Pajero iO Foto: Mitsubishi Pajero TR4 chegou ao mercado para substituir o Pajero iO

Antes de utilitário-esportivo ter nojinho de lama, era sinônimo de capacidade fora de estrada e 4x4. O MItsubishi Pajero TR4 é uma síntese boa e mais barata disso. Isso porque, vendido até a linha 2015, o jipinho da marca japonesa foi, por muito tempo, a porta de entrada para os SUVs antes de o Ford EcoSport inventar essa coisa de aventureiro urbano.

Mas quem se orgulha de ser off road raiz, e não se preocupa com o sacrifício no conforto e manutenção que isso implica, tem no Pajerinho uma boa opção de usado. O carro tem construção robusta e boa altura em relação ao solo para lidar na selva urbana, assim como uma capacidade fora de estrada que permite fazer uma brincadeira com o SUV nos fins de semana.

Mitsubishi Pajero TR4 modelo 2002 prata de lateral na lama
O Jipinho ficou conhecido por sua valentia no fora de estrada (Foto: Mitsubishi/Divulgação)

Veja agora 10 fatos sobre o Mitsubishi Pajero TR4 até 2015.

1 - Por que o modelo ficou conhecido como Pajerinho?

Em 1999, a Mitsubishi começou a importar o Pajero iO – o menor da família – para o Brasil. O modelo foi lançado com motor 1.8 16V de 117cv, mas quatro anos depois foi nacionalizado. Pelas mãos do Grupo Souza Ramos, atualmente HPE Motors – que tem licença para vender e fabricar carros da marca japonesa aqui –, o modelo virou TR4, passou a ser montado em Catalão (GO) e ganhou motor 2.0 16V.

2 – A trajetória do Mitsubishi Pajero TR4

Lançado em 2003 e vendido ate a linha 2015, o Mitsubishi Pajero TR4 manteve as principais características do iO, com exceção do conjunto mecânico. Ao longo de mais de uma década, mudou muito pouco e teve baixa variedade de versões.

Em 2005, ganhou uma opção blindada de fábrica, além da variante com maior tanque de combustível, de 91 litros, para melhorar a autonomia – e devidamente chamada de Long Range.

Mitsubishi Pajero TR4 modelo 2002 prata de traseira na terra
Com formas robustas, o Pajero TR4 passou por poucas modificações de estilo ao longo de sua existência (Foto: Mitsubishi/Divulgação)

A primeira alteração se deu em 2006, quando passou por um face-lift e teve faróis e lanternas redesenhados. No ano seguinte, o mesmo motor 2.0 passou a ser flex. Esse propulsor ficou mais potente em 2009, na carona de uma nova reestilização.

Em 2011, o Mitsubishi Pajero TR4 era um dos poucos SUVs compactos com 4x4, mas em meio às tendências do mercado, acabou por estrear uma derivação com tração apenas na traseira. Em 2014, se despediu como linha 2015, mas antes teve a série limitada O’Neill, com 600 unidades, feita em parceria com a marca de roupas californiana, para celebrar as três décadas da linha Pajero no mundo.

3 – Com assinatura Pininfarina e participação brasileira

O projeto do Pajero iO, que originou o nosso TR4, foi assinado pelo renomado estúdio italiano Pininfarina. Tanto que, em alguns mercados, o utilitário-esportivo se chamava Pajero Pinin. De qualquer forma, as duas atualizações no desenho do 4x4 foram feitas por uma equipe brasileira.

Tanto a reestilização de 2006 como a de 2009 foram crias da MMC Automotores (outro nome da atual HPE), e precisaram ser submetidas à autorização da matriz japonesa. A última foi a remodelação mais significativa.

Além dos faróis e dos vidros de trás, a Mit brasileira mudou praticamente todos os painéis externos do Pajero TR4. Destaque para as lanternas traseiras e saídas de ar claramente inspiradas no Land Rover Freelander da época. Por dentro, o Mitsubishi Pajero TR4 trazia novos volante e quadro de instrumentos, com iluminação azul.

Mitsubishi Pajero TR4 4x4 modelo 2014 preto de traseira versão ONeill na areia praia
Em 2014, se despediu como linha 2015, mas antes teve a série limitada O’Neill, com 600 unidades (Foto: Mitsubishi/Divulgação)

4 – Como é o desempenho do jipinho valente?

O Mitsubishi Pajero TR4 é um tratorzinho bem disposto. Apesar de ser um SUV pesado (mais de 1.300kg), desde o início de sua versão nacional o 2.0 16V de 131cv e 18kgfm entrega um desempenho interessante, especialmente com o câmbio manual de cinco marchas, com as relações das primeiras marchas mais curtas, para privilegiar as arrancadas.

Mas está longe de ser um esportivo. Para se ter ideia, os testes da época apontavam aceleração até 100km/h em mais de 13 segundos. Com a adoção da tecnologia flex, a coisa melhorou um pouco de figura e a potência com etanol chega a 133cv e o torque máximo a 19kgfm.

Na reestilização de 2009, a Mitsubishi colocou pistões maiores e elevou a taxa de compressão (de 9,5:1 para 11,0:1) do motor 2.0 e a potência chegou a 140cv (e)/135cv (g), com torque de 22kgfm (e)/20kgfm (g). Mais uma vez, o acerto prioriza mais as arrancadas, sem qualquer proposta de alta performance.

5 - Disposição total para encarar desafios na lama

Até porque o negócio do Pajerinho é ser forte no fora de estrada. E nestas situações o jipe prova que é brabo. A começar pelo sistema de tração integral permanente, com diferencial central e quatro modos de operação: tração traseira, 4x4, 4x4 com bloqueio e reduzida.

Além disso, o Mitsubishi Pajero TR4 tem mais de 21cm de vão livre do solo e assoalho bastante alto. Tanto o ângulo de ataque como o de saída são de 35 graus. O modelo ainda promete capacidade para atravessar trechos com até 60cm de água.

Só fique atento aos pneus. Em 2009, entraram medidas 225/65 R17, de perfil mais baixo que os anteriores 225/70 R16 – e também mais caros.

6 - O consumo é o ponto fraco do Pajero TR4

Se você reparar, nenhum TR4 tem computador de bordo. Talvez por vergonha. Todo esse ímpeto para o off-road cobra um preço no consumo, não tem jeito. Os primeiros Pajero vendidos no Brasil faziam médias urbanas com gasolina abaixo dos 7km/l na cidade, e de pouco mais de 9km/l na estrada. Isso com câmbio manual.

Depois da adoção do flex e do aumento da taxa de compressão, o consumo em avaliações da época mostraram uma melhora com gasolina. Mas as médias com etanol são assustadoras: 5km/l no ciclo urbano e 6,5km/l, no rodoviário. Mais uma vez, números com caixa manual de cinco marchas.

Mitsubishi Pajero TR4 modelo 2002 prata interior painel câmbio automático
O interior é simples, com acabamento em plástico, fácil de limpar (Foto: Mitsubishi/Divulgação)

7 – Conforto também não é o forte do jipinho

O conforto também é comprometido justamente pela vocação jipeira do Mitsubishi Pajero TR4. Com seu robusto eixo rígido na suspensão traseira, é aquele utilitário-esportivo que quica bem no asfalto.

Além disso, o assoalho elevado obriga os passageiros a ficarem com os joelhos bastante articulados e elevados. O espaço no banco traseiro é limitado para pernas e acomoda apenas dois adultos normais. O pequeno vão das portas traseiras e a abertura limitada das mesmas também dificultam o acesso.

Mitsubishi Pajero TR4 4x4 modelo 2007 preto interior banco traseiro
Banco traseiro é desconfortável, com assento estreito e baixo (Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press)

O porta-malas com seus 312 litros é melhor do que o de um EcoSport, por exemplo. Além disso, o isolamento acústico é bem resolvido e a posição de dirigir elevada agrada em termos de visibilidade e ergonomia.

O acabamento interno segue o padrão de um fora de estrada, sem requintes e prático para limpeza. Só não espere um design revolucionário. Mesmo na linha 2015, o Mitsubishi Pajero TR4 tinha parado no tempo e traz um painel com jeito de carro dos anos 1990.

8 - Nossa dica: Mitsubishi Pajero TR4 2015

Indicamos o Pajero TR4 na linha 2015, ano de fabricação 2014 – o último do SUV da Mitsubishi. Nos principais sites de compra e venda de veículos, a opção com tração 4x4 e câmbio automático de quatro marchas tem preços entre R$ 72 mil e R$ 84 mil.

A lista de equipamentos é bem limitada. Tem freios a disco nas quatro rodas e os obrigatórios ABS e EBD e airbag duplo dianteiro. Completam o pacote ar-condicionado, direção assistida, trio elétrico, banco do motorista e volante com ajustes de altura, além de som com entrada USB e conexão Bluetooth.

Mitsubishi Pajero TR4 Flex modelo 2015 prata de frente na terra
Uma das melhores opções é a linha 2015 do modelo (Foto: Mitsubishi/Divulgação)

9 – Os preços de peças e manutenção do utilitário-esportivo

Carros da Mitsubishi geralmente têm um custo de manutenção elevado. Como o Pajerinho era o mais popular da marca, as peças são um pouco mais em conta e fáceis de achar. Mas nada que vá aliviar a carteira.

Confira os preços de algumas peças de Mitsubishi Pajero TR4 2015:

  • Jogo de pastilhas de freio dianteiro: de R$ 130 a R$ 190
  • Kit com quatro velas de ignição: de R$ 300 a R$ 400
  • Kit óleo (4 litros 10W40 + filtro): de R$ 240 a R$ 400
  • Bomba de combustível: de R$ 400 a R$ 650
  • Jogo de amortecedores traseiros: de R$ 490 a R$ 560
  • Farol dianteiro: de R$ 500 a R$ 800
  • Para-choque traseiro: de R$ 600 a R$ 1.100

10 – Os principais problemas do Mitsubishi Pajero TR4

Os primeiros Mitsubishi Pajero TR4 tinham um problema crônico de infiltração de água na cabine, algo imperdoável para um modelo com proposta fora de estrada. Segundo donos do SUV em fóruns na internet e nas redes sociais, a culpa era das borrachas de vedação.

O Pajerinho também tem queixas comuns em relação à oxidação precoce do sistema de escapamento e de vazamentos nas caixas de transferência, no diferencial central e também no câmbio.

Como todo 4x4, é bom observar a parte de baixo do Mitsubishi Pajero TR4, mesmo 2015, e ficar atento a amassados e sinais de raspões, o que pode indicar que o carro foi judiado em uma trilha. Além disso, em trechos de paralelepípedo e de terra, acione os modos de tração e fique atento a estalos ao virar o volante ou passar por irregularidades.

Em 2015 a Mitsubishi lançou o Pajero Dakar com a opção de sete lugares. Confira!

https://youtu.be/ztp5BqtHQPI

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