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Renault Mégane Grand Tour: 10 fatos sobre a perua francesa

Station-wagon média foi uma das últimas produzidas no Brasil e é boa opção de carro familiar para quem não aguenta mais SUV

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Renault Mégane Grand Tour 2.0 na versão Privilege, modelo 2009
Renault Mégane Grand Tour 2.0 na versão Privilege, modelo 2009 Foto: Renault Mégane Grand Tour 2.0 na versão Privilege, modelo 2009

Peruas estão para se tornar clássicos do nosso mercado. Isso porque elas sumiram em prol de minivans, num primeiro momento, e de SUVs como opção de carro familiar. Porém, para quem curte um veículo deste tipo raiz, as station-wagons repousam tranquilas no mercado de usados, como a Renault Mégane Grand Tour.

A station-wagon derivada do sedan médio teve vida curta no Brasil, mas pode-se dizer que garantiu seu pequeno brilho nos seis anos de mercado. Isso porque a Grand Tour reunia o conforto e bossas do Mégane e, no fim de sua existência, ainda apostou em uma relação custo/benefício que hoje ainda se reflete no segmento de veículos de segunda mão. Veja agora 10 fatos sobre a Renault Mégane Grand Tour.

renault megane grand tour 2.0 privilege cinza de traseira em movimento no concreto
Perua tem dimensões generosas e estilo sóbrio

1 – Uma trajetória curta no Brasil

A Renault Mégane Grand Tour foi lançada em novembro de 2006, quase sete meses após a estreia da segunda geração do Mégane. A chegada ao mercado se deu em duas versões (Expression e Dynamique) e dois motores para a linha: 1.6 flex e 2.0 a gasolina, ambos multiválvulas, mas só a motorização maior tinha opcional de câmbio automático.

Em 2008, surgiu uma nova configuração topo de linha, a Privilége, mas a perua produzida em São José dos Pinhais (PR) foi ter até série especial com design esportivo, a Extreme, em 2009. No ano seguinte, facelift, mas, com o esvaziamento do segmento, a Renault resolveu focar na relação custo/benefício da Grand Tour.

Em 2010, a Renault Mégane Grand Tour passou a ser vendida apenas em uma versão, a Dynamique 1.6. Com preço competitivo, espaço de sobra e lista interessante de equipamentos, conseguiu se manter no mercado por mais dois anos.

2 - Taxistas a fizeram durar mais que o sedan

A jogada com a Renault Mégane Grand Tour foi bem pensada. Ao enxugar a linha da perua, a montadora garantiu bom volume de vendas diretas. Os emplacamentos para locadoras e taxistas – no Rio, por exemplo, foi uma enxurrada do modelo na frota amarelinha – garantiram a produção até 2012, com as vendas sendo encerradas em 2013, ou seja, três anos após o Mégane sedan sair de linha.

renault megane grand tour 2.0 privilege cinza interior painel bancos estatica no concreto
Plástico predomina no acabamento interno, que é de boa qualidade

3 – Os rivais sumiram do mercado

A Renault Mégane Grand Tour chegou com ainda rivais brabos em um segmento de stations médias, que, como dito, perdia espaço. Em seu primeiro ano cheio, 2007, a perua da Renault emplacou 5.833 unidades e ficou atrás da Toyota Fielder (8.511), mas à frente da Peugeot 307 SW, que era importada e entregou apenas 1.400 unidades.

Em 2008, a Renault Mégane Grand Tour perdeu vendas, mas já era líder da categoria, com 4.279 unidades, contra 2.718, da Fielder. Com a Toyota fora do segmento, em 2009 a perua da Renault reinou absoluta e anotou 2.428 unidades, mais que o dobro da principal concorrente da época, a Volkswagen Jetta Variant (1.082).

A reestilização de 2010 e o foco em uma única versão mais competitiva deram resultado. No ano seguinte, as vendas da station saltaram para 9.810 unidades, sendo 40% de vendas diretas. Em seu último ano de produção, a Renault Mégane Grand Tour se despediu com quase 10 mil unidades. Ao todo, foram mais de 35 mil carros licenciados em seis anos.

renault megane grand tour 2.0 privilege cinza interior banco traseiro de lado estatica no concreto
Bom espaço para as pernas para quem senta atrás

4 – E como é o desempenho da Renault Mégane Grand Tour

A Renault Mégane Grand Tour com motor 1.6 16V flex é aquele carro que dá conta do recado. São 115cv de potência com etanol e 110cv, com gasolina, que conferem arrancadas dignas. O câmbio manual de cinco marchas com as primeiras relações levemente curtas ajudam a mover o carro de 1.300kg.

Segundo dados da época, a Renault Mégane Grand Tour com o 1.6 acelera até 100km/h em menos de 13 segundos. Nas retomadas, o torque de 16kgfm (etanol)/15,2kgfm (gasolina) já desperta o motor antes das 4.000rpm.

Neste conjunto, só não espere consumo animador. Com etanol, as médias ficam em torno dos 7km/l na cidade. Com gasolina, não chega a 9km/l no ciclo urbano, segundo medições com a Renault Mégane Grand Tour 1.6 de 2012.

5 - Com o motor 2.0…

A coisa muda de figura com a Renault Mégane Grand Tour equipada com motor 2.0 16V. Os 138cv (na perua esse propulsor só bebe gasolina) asseguram certa agilidade nas arrancadas, com 0 a 100km/h na faixa dos 10 segundos. As retomadas também são levemente espertas, com a maior parte dos 19,2kgfm disponíveis em 3.500rpm.

No caso do 2.0, o câmbio manual de seis marchas colabora para um desempenho mais legal. E a sexta marcha funciona como um overdrive para aliviar um pouco a sede do conjunto mecânico, mas não espere nada muito melhor que um ciclo urbano de 8,5km/l.

Com a caixa automática de quatro marchas, a Renault Mégane Grand Tour tem seu conforto realçado. Porém, a transmissão se mostra meio claudicante em médios giros. E o consumo fica abaixo desses 8km/l.

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Bancos revestidos em tecido e com os itens de segurança

6 – Conforto digno de uma boa perua

A maior virtude da Renault Mégane Grand Tour está no espaço interno. Com 4,50m de comprimento e 2,68m de distância entre-eixos, a perua recebe bem cinco ocupantes adultos. E ainda demonstra versatilidade para viagens, com seu amplo porta-malas de até 520 litros, com vão generoso para receber bagagens de todos os tamanhos.

Na condução, motorista tem posição ergonômica de dirigir e boa visibilidade na maior parte do tempo. A direção com assistência elétrica é uma maravilha na hora de estacionar e há espaço suficiente para pernas, joelhos e ombros.

O isolamento acústico é outro destaque, mas o acabamento de forma geral é apenas razoável. Há falhas no alinhamento de portas e painéis, e plástico de qualidade questionável nos revestimentos.

Já o comportamento da suspensão merece elogios. O acerto do eixo de torção traseiro absorve bem as irregularidades da pista. Não faz a cabine sacolejar e ainda ajuda numa boa dinâmica da Renault Mégane Grand Tour em curvas na estrada.

7 - Nossa dica sobre uma boa versão da station-wagon

Indicamos justamente as Renault Mégane Grand Tour 2012 na fase de versão única Dynamique. São as do último ano de produção e as mais novas, com preços entre R$ 27 mil e R$ 33 mil nos principais sites de venda de carros usados do país.

Além disso, esses modelos oferecem uma lista de equipamentos interessante. O modelo 2012 da perua vem com airbag duplo, freios com ABS e EBD, faróis com refletores duplos e regulagem de altura e cinto de segurança de três pontos para os cinco ocupantes.

A station-wagon ainda é equipada com ar-condicionado automático, trio elétrico, sensores de luminosidade e de chuva, piloto automático, volante com ajustes de altura e de distância e encosto traseiro rebatível e bipartido. O som é simples, com CD Player. Por fora, rodas de liga leve aro 16 polegadas e faróis de neblina.

O modelo traz umas bossas do Mégane sedan bem diferentonas para a época. Em especial a chave-cartão para partida do motor e o freio de estacionamento no estilo manche de avião.

renault megane grand tour 2.0 privilege cinza interior porta malas estatica no concreto
Porta-malas já tem bom volume com o banco traseiro na posição normal...

8 – Uma ideia sobre a manutenção e seus preços

O motor 1.6 costuma ser simples de mexer nas principais oficinas. E o custo de peças é bastante razoável para uma station wagon média. Confira os preços de algumas peças da Renault Mégane Grand Tour 1.6:

  • Jogo com quatro pastilhas do freio dianteiro: de R$ 120 a R$ 210
  • Jogo com quatro velas de ignição: de R$ 70 a R$ 100
  • Bomba de combustível: de R$ 190 a R$ 300
  • Kit troca de óleo (5 litros 10W40 + filtro): de R$ 170 a R$ 330
  • Amortecedor traseiro: de R$ 360 a R$ 500
  • Para-choque traseiro: de R$ 400 a R$ 660
  • Farol direito: de R$ 420 a R$ 700

9 - Principais problemas da Renault Mégane Grand Tour

Os primeiros anos da Renault Mégane Grand Tour são problemáticos quanto a para-brisa que trinca e panes elétricas. O modelo também apresenta falhas no acabamento, como portas desalinhadas – veja se elas fecham numa boa –, infiltração na cabine e para-choques de borrachão ressecados e desbotados.

O cartão-chave da station-wagon costuma dar dor de cabeça também. Na mecânica, atenção especial à direção com assistência elétrica. São comuns os relatos de falhas no módulo do conjunto e o conserto pode sair por uns R$ 5 mil.

renault megane grand tour 2.0 privilege cinza interior banco traseiro rebatido porta malas estatica no concreto
...mas se o banco traseiro for rebatido, a área para carga é ampliada significativamente

10 – Uma perua avessa a recall

A perua Renault Mégane Grand Tour ficou pouco tempo no mercado brasileiro e, talvez por isso, não chegou a figurar entre os modelos campeões de campanhas de recall. Pelo contrário, só foi feito chamado uma vez para fixação do spoiler traseiro em modelos feitos entre 2006 e 2012.

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