O Estúdio VRUM está de volta e, em nossa primeira edição de 2024, Boris Feldman e Enio Greco debatem sobre um assunto importante: o aumento do percentual de etanol na gasolina. O Ministério das Minas e Energia pretende subir de 27% para 30% o percentual do combustível derivado da cana misturado à gasolina. Essa medida é boa ou ruim para nós, consumidores?
Boris Feldman revela que isso é ótimo para a bancada ruralista, o agronegócio e os grandes produtores de cana de açúcar, que pressionaram o governo para subir o percentual do etanol na gasolina. A Comissão Nacional de Política Energética foi encarregada de fazer um estudo sobre o assunto, mas na verdade a decisão já havia sido tomada.
Na prática, aumentar o teor de etanol na gasolina não traz riscos aos motores flex que equipam a maior parte da frota circulante no Brasil. Eles são feitos para funcionar com os dois combustíveis em qualquer proporção. Mas para os carros importados ou os mais antigos com motor a gasolina, esse aumento de 27% para 30% certamente poderá resultar em problemas.
E mesmo quem tem carro flex e está acostumado a abastecer com gasolina, vai ficar no prejuízo. É simples de entender. O etanol é um combustível que proporciona melhor desempenho, polui menos, mas apresenta consumo mais elevado. E se o governo autoriza aumentar o percentual de etanol na gasolina, o consumo com esse combustível fica maior.
Na prática, o cidadão estará pagando preço de gasolina, porém, levará um pouco mais de etanol, que é mais barato. Além disso, verá o consumo de combustível do carro aumentar. Ou seja, a medida é boa para quem produz o etanol, mas ruim para o bolso do consumidor.
Se o governo tem a intenção de estimular o consumo de etanol como combustível, deveria propor o retorno do motor puramente a álcool, sem ser flex. Aí sim teríamos uma solução mais limpa e eficiente, com motores que poluem bem menos do que os flex.
Mas para isso funcionar e dar certo é preciso ter o comprometimento do governo, indústria automotiva e os produtores de etanol, que deverão assumir o compromisso de garantir o fornecimento do combustível derivado da cana de açúcar.
O que não dá é aumentar cada vez mais o percentual de etanol na gasolina sem que haja uma compensação para o consumidor, que continua pagando o mesmo preço pelo combustível fóssil e tomando prejuízo pelo aumento de consumo de seu carro. Veja o vídeo do bate papo entre Boris Feldman e Enio Greco, dê o seu like e deixe seu comentário.
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