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FALA, BORIS!

Freio: um perigo para a sua vida ...e seu bolso

Com freio não se brinca! Mas o picareta consegue explorar o motorista à vontade, pelo receio de um acidente

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A pastilha de freio deve ser verificada periodicamente para se avaliar a espessura do material de revestimento sobre a base de aço
A pastilha de freio deve ser verificada periodicamente para se avaliar a espessura do material de revestimento sobre a base de aço Foto: Marlos Ney Vidal/EM/D.A Press

Os freios do carro funcionam com pastilhas pressionadas contra discos. A pastilha é composta de uma base de aço sobre a qual se deposita um revestimento de material mais macio. Ele faz o contato contra o disco e provoca o atrito que reduz a velocidade do carro. E se desgasta com o tempo.

A pastilha de freio deve ser verificada periodicamente para se avaliar a espessura do material de revestimento sobre a base de aço. Em alguns poucos modelos, quando ele atinge um valor mínimo, o motorista é alertado por uma luz no painel.

Cuidado: normalmente, a verificação é visual, muito simples e, na maioria dos casos, não há necessidade de desmontar nada no automóvel. Mas se a pastilha não for substituída, o material de revestimento se desgasta e a base de aço entra em contato com o disco, danificando-o. É o caso típico da manutenção corretiva que vai custar muito mais, pois, além da troca das pastilhas, haverá necessidade de retificar ou trocar o disco e, por isso, recomenda-se a verificação da pastilha a cada cinco mil ou 10 mil quilômetros.

Quando o motorista percebe um ranger de metais ao acionar o pedal do freio, é sinal de que a base de aço já está em contato com o disco. Se as pastilhas forem substituídas em tempo hábil, nenhum problema. Caso tenham surgido alguns frisos no disco, basta uma ligeira intervenção para deixá-lo novamente liso. Se a pastilha não foi trocada e a base de aço encostou no disco, os danos são mais profundos e será necessária uma verificação. Se for possível uma retífica do disco, sem ultrapassar a espessura mínima recomenda pela fábrica, o problema está resolvido. Caso contrário, os discos devem também ser substituídos.

Atenção para não se fazer uma retífica não recomendada pela espessura mínima ou pelo valor de um novo disco: a “boa notícia” é que, em muitos casos, o custo para sua aquisição é inferior ao de seu reparo por uma retífica.

Sistema de freio disco e pastilha em manutenção em oficina mecânica
Sistema de freio dispensa a limpeza, sendo a disco ou a tambor Foto: Eduardo Rocha/RR

Fading: de quem é a culpa?

Em uma longa e sinuosa descida de estrada, família e bagagem pesando o carro, o motorista pisa continuamente no freio. Até que ele se recusa a funcionar, para desespero de todos. Às vezes, dá para o motorista parar no acostamento algumas dezenas de metros adiante. Passada a tremedeira, todos sãos e salvos, passa também o problema e, como que por encanto, o freio volta a funcionar.

Mágica nenhuma: o sistema deixou de funcionar por superaquecimento, pois foi solicitado demasiadamente pelo motorista. Resfriado pela pausa, ele recupera suas funções. E aí vem a picaretagem: na oficina, no dia seguinte, diante da descrição do problema, o mecânico sugere a troca de vários componentes. Completamente desnecessária.

O que ele deveria sugerir é de o motorista aprender a dirigir e, numa longa e sinuosa descida, engatar uma marcha reduzida para que o freio motor ajude na redução da velocidade. A rigor, o que muitos fazem é engatar na descida a mesma marcha que utilizaria para subir aquele trecho.

Em resumo: fading é evitável. E quando ocorre, basta esperar até que o sistema de freios se resfrie naturalmente.

Limpeza do freio?

Pi-ca-re-ta-gem! Mecânico consciencioso não inclui este item no orçamento, apenas aproveita que vai abrir os freios traseiros (a tambor) para uma limpeza do pó que foi se acumulando em cada freada. E, se os freios das rodas traseiras forem – como as dianteiras – também a disco, nenhuma necessidade de limpeza.

Sistema de freio detalhe do reservatório do fluido de freio amarelo manutenção em oficina mecânica
Se o nível do reservatório do fluido de freio estiver baixo, não tente completá-lo. Leve o carro a uma oficina para que isso seja feito Foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press

Completar o reservatório?

Tão importante quanto verificar periodicamente o nível do reservatório do fluido de freio é NÃO completá-lo se estiver pouco abaixo do nível correto, mas levar o carro à oficina. Por dois motivos:

1 – Ele pode estar baixo pelo desgaste de pastilhas e lonas. Neste caso, basta substitui-las para ele voltar ao nível correto;

2 – Ele pode estar vazando em algum ponto do circuito hidráulico. Neste caso, a solução também é uma visita ao mecânico. Só mesmo se o reservatório estiver vazio, sinal de que o fluido está acabando, é que se deve completar para ter o sistema funcionando até chegar à oficina.

Outra recomendação: JAMAIS abrir a tampa do reservatório (só mesmo em uma emergência), pois o fluido é higroscópico (absorve umidade) e as gotículas de água misturadas reduzem a eficiência do sistema de freios.

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