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ESTÚDIO VRUM

Carro a diesel: vale a pena ter um na garagem?

Com as rígidas metas de redução das emissões de poluentes e a mistura com o biodiesel, os motores a diesel serão cada vez mais proibitivos

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Diesel deixou de ser vantajoso, pois seu preço subiu muito e a mistura com o biodiesel traz sérios problemas
Diesel deixou de ser vantajoso, pois seu preço subiu muito e a mistura com o biodiesel traz sérios problemas Foto: Arquivo EM

É cada vez mais comum a dúvida dos consumidores sobre se vale a pena a compra de um carro a diesel. E no Estúdio VRUM desta semana, os jornalistas Boris Feldman e Enio Greco conversam sobre o assunto, tentando responder a pergunta, revelando os prós e contras dos motores a combustão alimentados com diesel.

 

Boris Feldman afirma categoricamente que “nem com uma espada na cabeça compraria um carro a diesel”. E recomenda que o consumidor deve sempre optar por carros com motor flex, a gasolina ou até mesmo GNV, mas nunca a diesel, principalmente no Brasil.

Lá fora, na Europa e Estados Unidos, os carros a diesel chegaram a representar 50% das vendas no passado, mas atualmente o volume é muito menor. E a explicação é simples: o diesel polui mais, pois suas emissões superam as dos outros combustíveis. Além disso, o preço de um motor a diesel é mais elevado.

No Brasil, em passado recente, o consumidor achava vantajoso investir em um carro a diesel porque o litro do combustível era mais baixo em relação à gasolina e etanol. Atualmente, jã não é mais.

Os motores a diesel até evoluíram muito nos últimos anos, mas ainda assim poluem mais do que os propulsores a gasolina ou etanol. O combustível derivado da cana de açúcar é ainda mais eficiente no que diz respeito às emissões de poluentes. Isso se dá pelo fato de a cana de açúcar, ao crescer nas lavouras, absorve CO², equilibrando a equação com a poluição emitida pelo carro a etanol.

Com o carro a diesel isso não acontece, já que se trata de um combustível que libera carbono na atmosfera desde a sua produção até a queima no motor.

E no Brasil a situação do carro a diesel é ainda pior, pois o combustível fóssil é misturado ao biodiesel, derivado de óleos vegetais e animal. O biodiesel, de fato, é um combustível limpo, pois não tem carbono em sua composição. Mas a mistura dele com o diesel pode ser muito danosa.

No mundo há um consenso de que até 7% de biodiesel no diesel não se percebe danos aos motores. No Brasil, durante alguns anos, a mistura foi de 10% de biodiesel, o chamado B10. Mas o governo aumentou o percentual para 12% e mais recentemente, em março, para 14%.

Sabe o que isso significa? Na prática, o biodiesel decanta e vai para o fundo do tanque e do motor do carro a diesel, se transformando em uma graxa. Esse material vai para o motor e entope tudo que encontra pela frente, comprometendo o funcionamento, fazendo com que o carro chegue a parar.

E se o carro for rebocado para a oficina de uma concessionária, certamente dirão que o diesel usado está adulterado. De acordo com Boris, “está adulterado com biodiesel, e a adulteração não foi feita pelo posto, pois a mistura foi feita pela distribuidora”.

E é importante saber que até 2030 a intenção é chegar ao B20, ou seja, 20% de biodiesel misturado ao diesel. Tudo para atender os interesses dos produtores do biocombustível, que forçaram o governo federal a conceder essa vantagem de faturamento às custas de prejuízo no bolso do consumidor.

E a bancada ruralista no Congresso levanta a bandeira do biodiesel sob o argumento de que trata-se de um combustível limpo. Realmente é, mas a mistura ao diesel provoca prejuízos enormes aos motores, prejudicando frotas de caminhões e ônibus. A Confederação Nacional do Transporte protestou contra o excesso de biodiesel no diesel, embasada pelo relato de frotistas prejudicados pela mistura.

Portanto, se com o B12 os problemas nos carros a diesel, ônibus e caminhões já são grandes, imagine com o B20? Então, na dúvida, é melhor evitar a compra do carro com motor a diesel. Os modelos flex, a gasolina ou os eletrificados são as melhores opções.

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