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Carro para ricólogo

Híbridos e elétricos são ainda mais complicados no Brasil pela falta de incentivo governamental

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“Quando é que o carro elétrico estará a venda?”

Essa foi uma das perguntas que mais ouvi no Salão do Automóvel de São Paulo, pois os elétricos e híbridos chamavam a atenção do público que admirava, extasiado, vários modelos com um conjunto de baterias no lugar do tanque.

Mas é solução a longo prazo que, por enquanto, só atende a usuários especiais. Os motores convencionais, de combustão interna, ainda estarão sob o capô durante décadas, mas o futuro é elétrico. Resposta da engenharia ao desafio de substituir o combustível fóssil, que, mais dia menos dia, se esgotará. Noves fora a exigência do veículo limpo, sem emissões de gases.

O híbrido é a transição entre a combustão e a eletricidade, pois se utiliza de ambos. Tanto que já rodam mais de quatro milhões deles pelo mundo. Mas é caro, pois exige dois motores para tracioná-lo.

Autonomia e geração de energia elétrica são os dois principais obstáculos para viabilizar o carro elétrico. O primeiro já pôs milhares de engenheiros pesquisando baterias mais leves e eficientes que as atuais, que entregam os pontos antes dos 200 quilômetros rodados. O segundo é ainda mais complexo, pois para recarregá-la vai uma carga elétrica idêntica ao consumo de um bom apartamento ou uma pequena casa. Apagão à vista, pois a cidade que tiver um carro elétrico em cada moradia terá a demanda de eletricidade dobrada. Ainda pior na Europa, pois boa parte da energia elétrica é produzida por usinas a diesel e carvão.

Outro problema complicado é a recarga individual. Onde e como? A ideia é ligar o carro na tomada à noite. Mas tem tomada na garagem? E quantas casas e apartamentos pelo mundo não dispõem de garagem? Um engenheiro israelense bolou um sistema (a empresa que o desenvolve é a Better Place) em que a bateria descarregada é rapidamente substituída por outra, no posto. A Renault adotou a ideia, mas ainda tem muito chão pela frente até que a operação entre nos eixos.

No Brasil, a solução ainda é mais complicada, pois, ao contrário de países do Primeiro Mundo, ainda não foi contemplada com nenhum incentivo fiscal. O governo diz que só reduzirá os tributos de híbridos e elétricos diante da perspectiva de serem produzidos no país. Nos Estados Unidos, Europa e Japão, ambos contam com subsídio governamental de US$ 5 mil a US$ 7,5 mil. E mesmo assim o carro ainda é mais caro que o convencional.

Temos dois híbridos no nosso mercado, o Ford Fusion (já à venda) e o Toyota Prius, que será comercializado em 2013. Ambos por cerca de R$ 120 mil, o que limitará sua venda ao