Na semana da criança, uma reflexão me veio à mente e passei a procurar resposta para uma pergunta simples. De onde vem a paixão pelos carros? Cada um pode ter uma resposta diferente, mas é quase certo que a maioria diria que vem desde os tempos de criança, com alguma memória afetiva relacionada ao carro do pai ou do avô. Há também aqueles que foram hipnotizados pelos carros dos sonhos e tomaram gosto pela coisa, nutrindo uma paixão inexplicável pelo mundo automotivo.
No meu caso, a paixão por carros veio por influência do meu pai, que começou a trabalhar no setor automotivo em uma grande concessionária Volkswagen, em Belo Horizonte. E lá pelos anos 1970, ele às vezes me levava para o trabalho, aos sábados, para passar algumas horas naquele ambiente que parecia mágico pra mim. Carros novos em exposição para a venda, a oficina lotada e tomada pelo barulho ensurdecedor dos motores sendo testados e a fumaça que se espalhava pelo ar.
Para uma criança de 10 anos, aquilo era um parque de diversões de grandes proporções, com cores e brilhos que ficariam pra sempre na memória. E ali começava a paixão por carros, e na minha época não tinha a diversidade de marcas e modelos dos tempos atuais. Foi lá que vi pela primeira vez o Puma, o modelo que passou a encabeçar a minha lista de carros dos sonhos.
O Farus também foi um esportivo que marcou época e o VRUM mostrou um em estado impecável:
Quando conheci o Puma, ele já havia abandonado a mecânica DKW e usava motor 1.500 da Volkswagen e chassi encurtado do Karmann-Ghia. Era o modelo GT, que ficou conhecido como Tubarão por ter entradas de ar nas laterais que lembravam as guelras do peixe. Seu desenho esportivo e suas formas aerodinâmicas me impressionavam e ele acabou desbancando todos os outros modelos da minha pequena lista de carros dos sonhos.
Anos depois, meu pai montou sua própria oficina, e lá fui trabalhar com ele antes de ingressar na faculdade. Daí em diante, a paixão por carros só cresceu e fui percebendo que o Puma foi ficando no passado, pois, com a abertura do mercado brasileiro, vários modelos importados começaram a desembarcar por aqui. E a lista dos carros dos sonhos voltou a crescer.
Assim nascem os apaixonados por carros. Fui influenciado por meu pai e acabei influenciando o meu filho, que hoje assiste meu neto repetindo uma cena antes protagonizada por ele: fingir que está dirigindo, com as mãos no volante e tentando passar marchas. Com o carro parado e desligado, é claro!
Uma paixão que passa de geração em geração, que parece ir além do estímulo, como sangue correndo nas veias. O gosto pelo domínio da máquina, a adrenalina que a velocidade faz despejar, são sentimentos que só os apaixonados por carros conseguem entender.
E quanto aos carros do sonhos, ainda guardo com carinho o Puma, no topo da lista, em respeito à sua história e ao fato de ter despertado ainda mais minha paixão por carros. Em tempos em que muitos jovens já não dão tanta importância aos carros, por preferirem os aplicativos, percebo que meu filho e meu neto vão levar a diante o gosto pelos automóveis.
Quais serão os carros dos sonhos deles? Os do meu filho certamente são superesportivos, com motores poderosos e formas aerodinâmicas. Já meu neto ainda está começando a conhecer esse mundo. Mas ele tem dado uma dica. Dos carros em miniatura que ele tem o preferido é uma Kombi, que não sai de suas mãos.
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