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Carros obsoletos: brasileiro está comprando modelos ultrapassados

Algumas marcas ainda comercializam no mercado brasileiro modelos que já saíram de linha ou foram totalmente renovados em outros mercados

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Citroën C4 Cactus tem motor 1.6 turbo de até 173cv
Citroën C4 Cactus tem motor 1.6 turbo de até 173cv Foto: Citroën / Divulgação

O Brasil ainda é palco, acreditem se quiser, para um show de obsolescência, pois, apesar de alguns modelos de automóveis mais modernos, existem os resilientes, com projetos de 10 anos ou mais, já arquivados no Primeiro Mundo. E quais seriam esses carros obsoletos?

 

Citroën C4 Cactus é um exemplo desses carros obsoletos. Derivado do hatch C3, que já está em nova geração, o C4 Cactus foi lançado na Europa em 2014, mas continua firme em nosso mercado desde o seu lançamento em 2018.

 

Chevrolet S10 Midnight 2024 de frente estacionada. Modelo entrou na onda dos carros populares e também teve redução de preço.
A picape S10 carece de renovação para enfrentar a concorrência

 

Chevrolet S10 e Trailblazer. A picape S10 já deu o que tinha que dar, pois ganhou uma nova geração em 2012, quando foi lançado o SUV derivado da mesma, o Trailblazer.

 

Chevrolet Spin é outro modelo que está entre os carros obsoletos. O monovolume de sete lugares foi lançado em 2012 e com a carroceria esticada de tanto bisturi para disfarçar as rugas. E ainda com o arcaico motor 1.8, que já foi do Monza e até do Fiat Stilo.

 

Mitsubishi L200 Triton, produzida em Catalão (GO) por um grupo nacional licenciado pela matriz japonesa. Foi lançada em 2014 e vem recebendo facelifts desde então, figurando entre os carros obsoletos.

 

Peugeot 2008 é outro exemplo clássico entre os carros obsoletos. O crossover ou SUV, lançado há 10 anos no Salão do Automóvel de Genebra, só chegou no Brasil em 2015 e continua por aqui sem grandes alterações.

 

peugeot 2008 linha 2024 prata de frente em movimento na cidade
Linha 2024 do Peugeot 2008 não traz mudanças estéticas, mas alterações no conteúdo das versões

 

Renault ou Dacia? Se a ideia da marca francesa é sofisticar seus produtos mundialmente, no Brasil ela pensou ao contrário. No passado, trocou modelos da Renault pelos de sua subsidiária romena, a Dacia. Resistentes, espaçosos e baratos, tinham o perfil ideal para o nosso mercado. Começou em 2004 com o sedan Logan, e seu hatch Sandero, em 2007. O SUV Duster em 2010 e a picape Oroch em 2016. E todos estão aí até hoje.

 

Toyota Hilux e SW4. A atual geração da picape Hilux foi lançada em 2015, mas foi reestilizada em 2021, com óbvios sinais de atraso em relação à concorrência, que não para de lançar modernidades.

 

Volkswagen Saveiro teve a última geração lançada há 13 anos, ainda baseada na plataforma do Gol, aposentado por obsolescência. A Saveiro é uma ótima picape, mas não resiste à modernidade dos vários recentes lançamentos. É tão anacrônica que a Volkswagen apresentou no Salão do Automóvel de 2018 uma novíssima picape, um conceito, a Tarok, com a nova plataforma mundial da marca, a MQB. O projeto foi para o lixo e a Saveiro acaba de voltar com uma simplória cirurgia plástica, permanecendo no grupo dos carros obsoletos.

 

Volkswagen Saveiro 2024 Extreme de frente; caminhonete passou por reestilização.
Ao invés de ganhar uma nova geração, a picape compacta levou apenas um tapa no visual

 

Tem ainda a Volkswagen Amarok, também há 13 anos no mercado. Sua obsolescência se traduz em vendas pífias. Na África do Sul, a VW se valeu da sua parceria com a Ford, maior produtora mundial de picapes, e comprou o projeto da novíssima Ranger, vestindo-a de Amarok.

 

No Brasil, achou que não valia a pena o investimento e usou o mesmo bisturi aplicado na Saveiro para apresentá-la em 2024 com uma ligeira modernização de estilo. É uma boa opção, até mais potente que a Ranger, com 258cv que podem ser anabolizados com mais 14cv graças a um booster. A picape da Ford tem 250cv, mas humilha a da VW com um show de tecnologias.

 

E o Volkswagen Tiguan também está entre os carros obsoletos? A montadora acaba de anunciar no Brasil o novo Tiguan AllSpace de sete lugares. Mas nota-se o desprezo da marca pelo nosso mercado, pois não se trata de uma novidade, mas é praticamente o mesmo modelo que foi importado do México até outubro de 2021 e que agora chega com apenas um facelift. E depenada, pois não tem mais tração nas quatro rodas, apenas das dianteiras, além de ter perdido 34cv para se enquadrar na nova legislação de emissões. E o pior é que já foi apresentado na Alemanha o novo – de verdade – Tiguan, completamente reformulado, modernizado e até em versão híbrida, que ainda vai demorar a dar as caras por aqui.

 

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