O mercado de carros usados está vivendo uma reviravolta nos preços, que estavam hiper-inflacionados desde o ano passado, quando a falta de microprocessadores emperrou a produção e elevou o patamar dos preços em toda a cadeia.
Os preços dos usados chegaram a evoluir de tal forma que carros com um ou até dois anos de uso eram ofertados com valores acima da tabela do mesmo modelo zero-quilômetro. Essa distorção foi provocada pela falta de modelos zero-quilômetro nas concessionárias, que não eram atendidas pelas montadoras ou porque desviavam o estoque para o mercado paralelo, onde era vendido com ágio.
Essa situação provocou uma bolha que agora começa as esvaziar. Muitos revendedores estão desconsiderando as informações da tabela Fipe, a principal referência do mercado na hora da compra do carro usado. Eles avaliam que a cotação ainda não detectou essa tendência de queda dos preços, uma vez que encontram carros usados a preços mais baixos.
“Um carro usado mais velho, cotado a R$ 20 mil na tabela, pode ser facilmente encontrado por R$ 18 mil ou R$ 19 mil”, disse um revendedor ouvido pela coluna.
Claro que as tabelas de preço do mercado devem detectar rapidamente a queda de preço, mas é importante o consumidor saber que ocorre essa tendência e que deve fazer uma boa pesquisa na hora da compra do carro usado nesse momento de desarrumação do mercado.
A orientação para quem está pensando na compra do carro usado é fazer a sua própria cotação, pesquisando ofertas de particulares nos classificados. E se não for caso de muita necessidade, o ideal, do ponto de vista financeiro, é adiar a compra do carro usado, porque a tendência é de uma queda contínua dos preços nos próximos meses.
Essa variação entre o preço cotado e o realmente praticado cria problema também no setor de seguros, uma vez que em caso de ocorrência o seguro vai ser indenizado pelo valor da cotação, que pode ser superior ao valor real do carro usado.
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