O Dia Mundial do Meio Ambiente foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante conferência realizada em Estocolmo, em 1972. Ficou estabelecido que a data seria comemorada em 5 de junho. Mas, 51 anos depois, fica a pergunta: Será que temos motivos para comemorar? Muita coisa mudou de lá para cá, mas o que se sabe é que os automóveis continuam sendo um dos grandes vilões na emissão de gases de efeito estufa.
A intenção de criar o Dia Mundial do Meio Ambiente foi chamar a atenção de governos e da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que não são inesgotáveis. Foram propostas mudanças no modo de ver e tratar as questões ambientais no mundo, e alguns setores foram submetidos a normas e regras rígidas para conter a emissão de poluentes.
O setor automotivo demorou, mas foi obrigado a rever seus projetos e a investir em pesquisas que levassem ao desenvolvimento de motores mais eficientes, menos poluentes, além de buscar fontes alternativas de energia. A pressão sobre o setor tinha uma razão: entre os principais problemas que afetam o meio ambiente está o uso de combustíveis fósseis.
De acordo com estudos realizados por órgãos ambientais, em todo o mundo, o setor de transporte é responsável por quase um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa. Já a coleta de dados realizada pela Universidade de São Paulo (USP) revelou que os veículos são responsáveis por cerca de 60% das emissões de partículas poluentes em São Paulo e Rio de Janeiro. Uma clara e evidente agressão ao meio ambiente.
E essa realidade poderia ser ainda pior no Brasil se não fosse o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), estabelecido em 1986. Inspirado nas regulações adotadas em regiões como a Europa, o programa estabeleceu metas para a redução de emissões de poluentes dos veículos, que ficam mais rígidas a cada fase.
Já estamos na etapa L7, que retirou de mercado alguns modelos equipados com motores que já não atendem mais às exigências da lei de emissões. E a L8 chegará em 2025, com exigências ainda mais severas. As montadoras chegaram a pedir o adiamento da entrada em vigor do Proconve L7, alegando problemas gerados pela pandemia da COVID-19, Mas a nova fase foi mantida e passou a valer a partir de 1º de janeiro de 2022. O meio ambiente já foi castigado demais e não podia esperar.
A poluição do ar causada por veículos movidos a combustão gera doenças graves e causa mortes pelo mundo afora. E é preciso considerar que a idade média da frota de veículos circulantes no Brasil é de 11 anos, ou seja, muito velha e com motores que contribuem para aumentar os índices de poluição. A renovação da frota tem de ser vista como prioridade.
Soluções vêm sendo buscadas e as alternativas aos combustíveis fósseis são o principal desafio dos fabricantes de veículos. Com foco na redução de poluentes e consequente contribuição para a preservação do meio ambiente, algumas montadoras apostam suas fichas nos carros elétricos, que desde o processo de produção à geração da energia para alimentá-los, não estão isentos da emissão de poluentes. São uma boa opção, mas ainda precisam evoluir, principalmente no que diz respeito às baterias.
No Brasil, temos o etanol como uma fonte limpa e renovável de energia, uma boa solução para o uso em modelos híbridos, como parte no processo de transição para os elétricos. Mas as políticas governamentais não favorecem a expansão do etanol como combustível prioritário no país, e o que se vê é o produto derivado da cana de açúcar sendo gerido de acordo com os interesses dos grandes produtores.
Os governos mudam e a busca incansável por petróleo em território nacional continua. É preciso dar crédito à pesquisa nas universidades no Brasil e incentivar a busca por combustíveis alternativos. Um país privilegiado pela luz solar abundante, pelas grandes áreas para plantações de cana de açúcar e por regiões onde os ventos são capazes de produzir milhões de quilowatts de energia não pode ficar preso aos combustíveis fósseis.
O carro elétrico no Brasil ainda é uma realidade distante para a maioria da população, pois o produto custa caro e a infraestrutura para mantê-lo circulando sem restrições exige investimentos pesados. O híbrido flex pode ser uma alternativa até a chegada de projetos mais ousados, como o carro elétrico movido a energia solar ou eólica. Vale tudo na corrida pela preservação do meio ambiente e da saúde da população mundial.
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