UAI
Até 2029

Investimento na indústria automotiva pode chegar a R$ 100 bilhões

Análise dessa previsão de investimento foi feita pela Anfavea, que atribui parte do otimismo ao plano governamental Mobilidade Verde e Inovação (Mover)

Publicidade
Fabricantes e fornecedores do setor automotivo estão investindo no Brasil
Fabricantes e fornecedores do setor automotivo estão investindo no Brasil Foto: Divulgação

Ao analisar, agora em fevereiro, os resultados da indústria em janeiro último, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) indicou que o conjunto de fabricantes e fornecedores vai investir no Brasil R$ 100 bilhões (US$ 20 bilhões, um valor menos “vistoso”) até 2029. O presidente da entidade, Márcio Leite, admitiu que se trata de previsão, porém com boas possibilidades frente aos novos rumos anunciados pelo plano governamental Mobilidade Verde e Inovação (Mover).

Nos últimos anos, quatro fábricas de veículos leves fecharam no País (duas Ford, uma Mercedes-Benz e uma Caoa Chery), sem contar três de peças (duas da Ford e outra da Toyota). Duas de veículos vão reabrir (as chinesas GWM e BYD) nas ex-instalações de Mercedes-Benz e Ford, respectivamente. Nessa conta não entram veículos pesados.

Talvez o mais importante do programa Mover seja a introdução do conceito de emissões de CO2 do poço (ou do campo) à roda, muito à frente de vários países ainda arraigados à medição incompleta (e até oportunista) do motor à roda. A ver, após a regulamentação prevista para até o final de março, como ficará o imposto nos próximos anos sobre veículos. Atualmente incide sobre cilindrada (conceito superado).

Parâmetros do programa Mover são mais justos

Hoje, há metas de redução de consumo com malus, se não for cumprida, e bônus, se atingir ou superar. Acabou em 2022 a distinção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) entre motores a gasolina e flex de 1-litro (mais da metade do mercado). Entre 1 litro e 2 litros, a diferença é de apenas 1,5%. Em motores acima de 2 litros, sobe para 5,3 pontos percentuais (representam apenas 3% das vendas totais).

Se o primeiro mês do ano foi bom em comercialização sobre janeiro de 2023 (mais 13%), não se alcançou o mesmo resultado em produção (estagnada) e exportações (queda de 43%). Modelos importados se destacaram com o maior percentual de participação nas vendas internas dos últimos 10 anos: 19,5%.

Parte das importações subiram por antecipação de compras externas para aliviar o início do escalonamento crescente do imposto sobre elétricos e híbridos, que começou no mês passado e voltará a ser de 35% em julho de 2026.