Os números são auspiciosos e indicam que o mercado interno está reagindo muito bem. Nos quatro primeiros meses do ano, as vendas de veículos leves e pesados atingiram 735 mil unidades, aumento de 16,3% sobre igual período de 2023. Está bem acima das previsões da Anfavea no início do ano, de incremento de 6,1%. A entidade só pretender reavaliar os seus números a partir de meados deste ano.
Já a Fenabrave viu no início de 2024 um cenário mais exuberante e até agora não tem do que se arrepender. Considerando somente as vendas de veículos leves, que representam 94% dos emplacamentos (5% caminhões e 1% ônibus), o mercado subiu 17,5% sobre o mesmo quadrimestre do ano passado. Para o fechamento do 2024, sua previsão é 12% de aumento, porém, pode ser revisado para cima, graças à oferta de crédito aliada a juros um pouco mais baixos.
No entanto, o Banco Central reduziu o ritmo da queda de juros básicos (taxa Selic) entre suas reuniões realizadas a cada 45 dias. Vinha sendo de 0,5% e agora, em 8 de maio, o percentual ficou em 0,25%, sendo fixada em 10,5% ao ano. Tudo indica, dependendo da inflação e da situação das contas públicas, que o BC continuará mais prudente até o fim do ano. Isso afeta a taxa do Crédito Direto ao Consumidor, que historicamente representa mais de 65% das vendas de veículos e no momento está em pouco mais de 35%.
O mercado também continua afetado por uma operação tartaruga do Ibama (greve branca) realizada nos portos, que tem limitado a importação. Produtos fabricados na Argentina, Uruguai e México sofrem com grandes atrasos. Carros elétricos, no entanto, estão livres dos trâmites burocráticos.
Marcas chinesas concentradas em elétricos e híbridos, como BYD e GWM, aceleraram bastante suas operações e formaram grandes estoques para compensar a segunda rodada de aumento de imposto de importação agora em julho. A taxação passará de 10% para 18%, depois 25%, em julho de 2025 e 35%, em julho de 2026.
Promoções incrementaram as vendas de veículos neste nicho de mercado e proporcionaram percentuais vistosos de crescimento, porém, sobre uma base comparativa ainda muito baixa. No primeiro quadrimestre deste ano híbridos convencionais e plugáveis somaram 30,4 mil unidades (4,4% do mercado de automóveis e veículos leves), e os elétricos 20,8 mil unidades (3% do total).
Carros com motores flex representaram 78,5%; diesel, 9,8% (basicamente picapes médias e pesadas, furgões, caminhões leves) e gasolina, 4,2% (modelos importados). Diesel prevalece em praticamente todos os veículos pesados.
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