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COLUNA DO CALMON

Vendas sobem, porém, importações de carros sobem bem mais

Para que a indústria automobilística mantenha o nível de empregos de forma sustentável é preciso que as exportações compensem as importações

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Desde janeiro de 2024 o governo voltou a recolher imposto de importação dos veículos que chegam no país
Desde janeiro de 2024 o governo voltou a recolher imposto de importação dos veículos que chegam no país Foto: Reprodução da Internet

O Brasil está perdendo a batalha da balança comercial entre exportações e importações de veículos. Nos últimos anos, desde 2015, o país sempre alcançou superávit, com destaque em 2017. Mas, este ano, o crescimento das importações de carros vai superar as exportações, segundo projeções da Anfavea. Trata-se de uma combinação deletéria. Para manter o nível de empregos na indústria automobilística é necessário que exportações compensem importações. Se o balanço for superavitário, melhor ainda.

No fechamento do primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado, a produção total de veículos leves e pesados subiu apenas 0,5%. Passou de 1,132 milhões para 1,138 milhões de unidades. De janeiro a junho de 2024, as exportações caíram 28,3% e importações subiram bem mais: 37,7%. O resultado pífio deu-se em contraste com o firme aumento de vendas internas (varejo e atacado; leves e pesados), na soma de veículos nacionais e importados, que subiram 14,6%.

Na realidade o aumento das importações de carros – nada contra isso, contudo de forma prudente – deu-se em razão de carros elétricos e híbridos, além de concentradas em marcas chinesas. Híbridos convencionais e plug-in (somados 4,5%) e carros elétricos (2,9%) ainda representaram parcela muito pequena das vendas de veículos leves no primeiro semestre deste ano.

No entanto, a Anfavea defende uma volta imediata do imposto de importação de 35% para veículos elétricos e híbridos, sem o escalonamento em curso de 2024 a 2026. Será difícil o governo voltar atrás sobre o estabelecido.

A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) reúne hoje 10 marcas entre as 50 que atuam no mercado brasileiro de veículos leves, pesados e máquinas, sem incluir motos.

Elon Musk, CEO da Tesla, declarou que montadoras chinesas vão demolir marchas tradicionais, caso não sejam adotadas barreiras comerciais.
A BYD é uma das marcas chinesas que mais cresce no mundo, exportando seus modelos para diferentes mercados Foto: AFP

Marcelo de Godoy, presidente da Abeifa, afirma que “medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são sempre ineficazes e prejudiciais a toda a cadeia automotiva”. Mesmo discurso simplista de sempre. Ele tem razão num ponto: “Além disso, poderá prejudicar as relações com um parceiro comercial importante para o Brasil como a China”.

A BYD é, de longe, a maior associada da entidade em vendas, no primeiro semestre: 32.572 unidades, 71%. GWM vendeu menos, porém, não se associou. Mas o otimismo extrapola. A chinesa já previu comercializar 120 mil unidades este ano e depois corrigiu para 100 mil. Só que a Abeifa projeta 94 mil veículos emplacados das 10 marcas em 2024. Uma das duas estará errada.

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