Uma filigrana técnica vem sendo discutida no Brasil a partir da criatividade infeliz do Departamento de Energia dos EUA ao considerar o sistema start-stop (desliga-liga o motor ao parar o veículo no trânsito) como micro-híbrido.
Na realidade, este deveria ser um não assunto, mas com a proximidade de definição por parte do governo federal do IPI Verde dentro do programa Mover sempre podem pairar dúvidas. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico, acredito que de boa-fé, também adota essa nomenclatura.
Fato é que, com a proximidade de uma política fiscal de estímulos a veículos mais limpos do ponto de vista ambiental, as definições precisam estar bem claras, pois um sistema híbrido tem de alguma forma ajudar a tracionar o veículo.
A Stellantis adotou uma posição clara sobre o assunto. Para João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da empresa, “o governo certamente consultará normas internacionais para separar um simples sistema desliga-liga o motor a combustão de um híbrido básico que pode ter baterias de 12 ou 24V para um motor elétrico auxiliar. Híbridos plenos e os plugáveis em tomada completam as três soluções, antes de chegar aos 100% elétricos”.
Durante a apresentação didática do engenheiro sobre este tema, perguntei a Medeiros como lidar com uma distorção que ocorre hoje na Europa em relação às informações obrigatórias sobre consumo de combustível.
Segundo o padrão WLTP, é comum híbridos plugáveis atingirem até 200km/l de gasolina no teste padronizado em razão da metodologia involuntariamente incorreta do ciclo de medição. “A tecnologia avança de forma mais rápida do que a regulamentação”, resumiu.
Confira os vídeos do VRUM nos canais do YouTube e Dailymotion: lançamentos, testes e dicas