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Fernando Calmon

Desvalorização de elétricos usados impactam no crescimento de vendas

Coluna do Fernando Calmon aborda a temida desvalorização dos elétricos seminovos e como isso afeta o mercado de zero km

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BYD está liderando o segmento de carros elétricos no Brasil
BYD está liderando o segmento de carros elétricos no Brasil Foto: Jorge Lopes/EM/D.A.Press

O comportamento do mercado quando uma nova tecnologia começa a se desenvolver, costuma enfrentar percalços que não podem ser previstos com facilidade em sua duração e alcance. Isso se repete agora no Brasil em relação aos carros 100% elétricos na comercialização de modelos usados. Comprar por impulso levou uma primeira leva de clientes a ter frustrações com a recarga de baterias em estradas e colocar o carro à venda sem encontrar interessados. O resultado foi uma forte desvalorização no preço de mercado.

Uma segunda onda ocorreu com a chegada dos elétricos chineses. Seus preços bem abaixo do mercado levaram a uma previsível e súbita desvalorização de veículos usados de todas as marcas. Para contornar a elevação do imposto de importação houve antecipação de importação e altos estoques destes veículos. Uma “invasão” de marcas chinesas com preços baixos levaram à atual onda de supertaxação tanto nos EUA quanto na Europa.

Em recente reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do portal Webmotors, Eduardo Jucevic, informou que a desvalorização média ao longo deste ano de modelos elétricos atingiu 12% contra 2,2% de carros convencionais. E acrescentou que o tempo médio para venda é 26% maior em relação a modelos híbridos ou com motores só a combustão.

Também na Europa e nos EUA os compradores resolveram esperar os preços dos elétricos recuarem e isso também levou à demanda em baixa. Por fim, o interesse redobrou por outras soluções com a consequente mudança de rumo de vários fabricantes em direção a híbridos e híbridos plugáveis. Estes últimos atraem quem deseja viajar sem se preocupar com postos de recarga.