Maior fabricante de veículos do mundo acertou ao prever que a transição para veículos elétricos a bateria (VEB) seria mais acidentada do que se previa até o ano passado. Por isso continuou a investir em modelos híbridos plenos e plugáveis, embora esteja ainda um pouco atrasada na sua linha de VEB. Nos EUA, mercado-chave para Toyota, está preparada para o que der e vier. Como atua mais fortemente em automóveis e SUVs a estratégia revelou-se correta.
Gill Pratt, cientista-chefe da marca japonesa, afirmou à agência Bloomberg: “Vamos pensar no que realmente acontecerá, como são a natureza humana, a política, o dinheiro que as pessoas não têm para trocar de carro. Encontraremos uma maneira para aceitar a realidade de todas essas coisas e vamos mudar o que realmente podemos mudar.”
Ele lembra ser apenas questão de tempo até que clientes possam escolher qualquer trem de força, desde que seja pelo menos um híbrido. Também rejeita críticas aos biocombustíveis e aos combustíveis sintéticos. Estes, principalmente, têm potencial para atender mais de 1,25 bilhão de veículos leves que hoje rodam no mundo. A grande maioria não são elétricos e não o serão durante décadas. “Ambos representam oportunidade subestimada para reduzir drasticamente as emissões de CO2”, acrescentou.
No Brasil, Rafael Chang, CEO da Toyota América Latina e Caribe, esteve no Congresso SAE 2024, onde recebeu convite para presidir o mesmo evento em 2025. E confirmou o engajamento da marca: “Estou entusiasmado para nos reunirmos novamente no próximo ano, debater soluções de mobilidade sustentável realistas a fim de enfrentar o aquecimento global, contribuindo com um futuro melhor para as próximas gerações”.
O tema se estendeu, esta semana, no XVII Simpósio Internacional de Lubrificantes, organizado pela AEA. Ayrton Barros, da Neocharge, afirmou que, apesar da evolução de híbridos plugáveis e elétricos, a infraestrutura de recarga ainda não acompanha. “Atualmente, há apenas um carregador para cada 17 carros e a Agência Internacional de Energia recomenda um para cada 10 veículos. Menos de 10% dos carregadores públicos no Brasil são rápidos”, afirmou.
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