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GWM e BYD: invasão chinesa no mercado brasileiro promete

Nos próximos anos, essas marcas chinesas prometem agitar o mercado brasileiro com lançamentos em diferentes segmentos, com modelos híbridos e elétricos

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A GWM Bamaq foi inaugurada esta semana em Belo Horizonte e já são 133 lojas da marca no país
A GWM Bamaq foi inaugurada esta semana em Belo Horizonte e já são 133 lojas da marca no país Foto: A GWM Bamaq foi inaugurada esta semana em Belo Horizonte e já são 133 lojas da marca no país

Se a situação não parece tão boa para marcas como Hyundai e Caoa Chery, já estabelecidas no mercado brasileiro, para as chinesas GWM e BYD as previsões para o futuro próximo são promissoras. Ambas chegaram trazendo produtos importados de boa qualidade, com muita tecnologia e sofisticação, e já anunciaram que vão se estabelecer no Brasil, com produção local.

Por coincidência, GWM e BYD fazem a investida no território nacional exatamente no momento em que a Hyundai e Caoa Chery registram queda em suas participações no mercado brasileiro. No acumulado de 2022, a Hyundai teve participação de 9,59% na soma dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves. Já de janeiro a julho deste ano, a participação caiu para 8,36%.

BYD Dolphin EV de frente em movimento
O BYD Dolphin chegou ao mercado brasileiro com preço de R$ 149.800

A situação da Caoa Chery não é diferente. Nos 12 meses de 2022, a marca teve 1,79% de participação no mercado brasileiro. E nos sete primeiros meses deste ano a participação caiu para 1,16%. A Hyundai se garante com a linha HB20 e o SUV compacto Creta, mas ainda engatinha com modelos eletrificados. Trouxe o Ioniq e o Kona, ambos híbridos, porém, com vendas bem tímidas.

A Caoa Chery, 13ª marca no ranking das mais emplacadas de janeiro a julho deste ano, se garante atualmente no mercado brasileiro com os modelos Tiggo 5X, Tiggo 8 e Tiggo 7, todos com volumes de vendas ainda acanhados. Hyundai e Chery precisam renovar suas linhas no mercado brasileiro para conter a invasão prometida pela BYD e GWM, que prometem produtos de qualidade superior.

E isso é fato. A BYD já comercializa no Brasil o híbrido Song Plus e os 100% elétricos Dolphin, Yuan Plus, Tan e Han. Desde o compacto Dolphin, todos os modelos da marca chinesa entregam bom desempenho, tecnologia e acabamento de qualidade. Qualidades há até pouco tempo inimagináveis para carros chineses. E a BYD promete lançar outros modelos até 2024, entre eles o Seagull, compacto elétrico que promete chegar com preço em torno de R$ 120 mil. E a BYD também já confirmou que terá fábrica na Bahia, de onde sairá o primeiro modelo elétrico produzido no Brasil.

GWM Haval H6 vista fronto lateral
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Outra marca que não quer ficar para trás é a GWM, que, por enquanto, traz seus modelos de fora, mas também pretende instalar fábrica no Brasil. Atualmente, a marca comercializa o modelo H6 nas versões HEV, PHEV e GT PHEV. O lançamento mais recente da marca é o Ora 03, um hatch compacto 100% com desenho da carroceria que lembra um Porsche, pelo menos de frente.

E na inauguração de mais uma concessionária no Brasil – já são 133 distribuídas em território nacional – , em Belo Horizonte, o CEO da marca, Oswaldo Ramos, não escondeu o entusiasmo . “A projeção da GWM é de que o Brasil seja o segundo maior mercado consumidor da marca, depois da China”, afirmou. Para o executivo, ainda é preciso desmistificar o carro eletrificado no país, mas ele percebe que a aceitação aumenta gradativamente.

A concessionária GWM Bamaq, inaugurada na capital mineira, já tem 150 unidades faturadas em três meses de atuação de portas fechadas. Mas de acordo com Oswaldo Ramos, a loja deve atingir rapidamente o volume de 100 unidades/mês. Atualmente, a GWM vende cerca de mil unidades/mês no Brasil.

“Nós não temos foco em carros elétricos populares. Vamos vender produtos premium, híbridos e elétricos com muita tecnologia e sofisticação”, afirmou o CEO da GWM. Ele disse ainda que é grande a expectativa do início das atividades da fábrica da marca em Iracemápolis, no interior paulista, onde será produzida a picape média Poer e SUVs de diferentes tamanhos. As primeiras unidades pré-série da caminhonete deverão ser mostradas em maio de 2024.

Já Clemente Faria Júnior, CEO do grupo Bamaq, disse que resolveu abrir concessionárias GWM no Brasil por ter se impressionado com o investimento feito pela marca no país. “É uma marca que impressiona pela qualidade dos produtos, pela modernidade tecnológica de seus sistemas e pela estrutura montada”, afirma Clemente. A GWM já conta com um centro de distribuição de peças em São Paulo para garantir um pós-vendas de qualidade.

O executivo da Bamaq afirma que os números de vendas da GWM vão crescer muito no Brasil, pois além da caminhonete Poer a marca já tem programados os lançamentos de 10 SUVs eletrificados. “Nós vamos construir aqui uma marca que já tem uma indústria por trás”, concluiu Clemente Faria Júnior.

Portanto, nos próximos anos, a concorrência deve ficar ainda mais acirrada, e com o início da produção local da GWM e BYD a participação das chinesas vai aumentar gradativamente. A concorrência que se cuide, pois eles estão chegando com produtos de qualidade, com tecnologia e sofisticação até então só vistas em modelos de marcas superiores. Vamos ver quem vai se dar bem nessa disputa. Tomara que ganhe o consumidor.

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