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Por que a Chevrolet Montana ganhou o apelido de 'Mancona'?

GM diz que peso compensa baixa potencia do motor, mas não é verdade: desempenho deixa a desejar

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Nova Montana tem desempenho inferior ao das concorrentes (Foto: Chevrolet/Divulgação)
Nova Montana tem desempenho inferior ao das concorrentes (Foto: Chevrolet/Divulgação) Foto: Nova Montana tem desempenho inferior ao das concorrentes (Foto: Chevrolet/Divulgação)

A Chevrolet caprichou no projeto da nova caminhonete Montana e mirou duas concorrentes de uma vez: as campeãs de venda da Fiat, Strada e Toro. E também a Renault Oroch. Ela agrada nos principais quesitos como design, dirigibilidade, eletrônica, segurança e mecânica. Mas a ideia de seu marketing do produto foi lançar uma picape mais para automóvel.

Em termos de segurança, por exemplo, vem equipada com seis airbags desde a versão básica. No segmento, seus mimos eletrônicos são imbatíveis.

Ponto negativo da Manco…., desculpe, Chevrolet Montana, é a suspensão, extremamente agradável e que não pula como cabrito com a caçamba vazia. Entretanto, dotada de molas helicoidais e longe de oferecer a resistência do feixe de molas na traseira para aguentar o batente pesado, como a Fiat Strada. Questão de opção do projeto.

Mas, e o apelido? “Manca” foi provocado por sua motorização, o 1.2 turbo com apenas 133cv, mesmo do SUV Tracker. Correto para quem não exige desempenho, principalmente se não carregar a caçamba. Com certeza uma opção da fábrica para baratear seu custo, pois poderia ter oferecido o 1.4 turbo com 153cv.

A GM, questionada, diz que a falta de cavalos sob o capô não prejudica seu desempenho, pois é compensada pelo peso reduzido. Mas não é bem assim e os números provam que a fábrica não diz a verdade.

Nova caminhonete Chevrolet Montana cinza de frente
Motor 1.2 turbo da nova Chevrolet Montana desenvolve apenas 133cv (Foto: Chevrolet/Divulgação)

Nova Chevrolet Montana é, sim, 'Mancona'

Comparando a Montana com Toro e Oroch, ambas com motorização turbo, como ela: perde na potência pois, com seus míseros 133cv, a Toro chega a 185cv e a Oroch 160cv.

Perde também na relação peso/potência pois cada cavalo da picape Chevrolet tem que carregar quase 10kg (9,85 kg/cv) enquanto a Toro tem relação 9,02kg/cv e a Oroch, melhor que as duas, com apenas 8,42kg/cv.

Na aceleração de zero a 100km/h com câmbio automático, a Montana passa vergonha novamente: ela demora 10,1 segundos, mais lenta que a Renault Oroch, que faz em 9,8 segundos. Com a caixa manual, ela perde até para a Strada, que ainda não tem motor turbo: a Chevrolet chega em 11,7 segundos, a da Fiat em 11,2 segundos.

Velocidade máxima? A picape Chevrolet Montana é “lanterninha” novamente: ela chega a 170km/h enquanto a Oroch vai até 189 km/h. A mais veloz das três? A Fiat Toro, com 201km/h.

Se é picape, como fica sua capacidade de carga? Maior que as demais? Não: até aí ela perde, limitada em 600kg, 50kg menos que a Oroch, que pode carregar 650kg, e a Toro, com 750kg.

Resumo da ópera é que a nova Chevrolet Montana está mais para automóvel que para picape. Mas, neste caso, deveria pelo menos ter o motor 1.4 turbo de 153cv que equipa o Cruze, para um desempenho coerente com essa proposta.