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SUVs e crossovers continuarão a ganhar participação em 2023

As vendas de SUVs cresceram menos de 1% de 2021 para 2022, mas devem aumentar ainda mais com a chegada de novos modelos este ano

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No ranking geral, o Chevrolet Tracker foi o sétimo modelo mais emplacado em 2022, mas entre os SUVs garantiu o primeiro lugar
No ranking geral, o Chevrolet Tracker foi o sétimo modelo mais emplacado em 2022, mas entre os SUVs garantiu o primeiro lugar Foto: No ranking geral, o Chevrolet Tracker foi o sétimo modelo mais emplacado em 2022, mas entre os SUVs garantiu o primeiro lugar

No mercado de automóveis, o avanço dos SUVs e crossovers (na realidade pseudo-SUVs) prosseguiu. Estes representaram 43,8% das vendas em 2022, discreta evolução de 0,9 ponto percentual sobre os 42,9% de 2021, segundos dados da Fenabrave.

Solicitei à consultoria Bright uma análise ainda mais segmentada comparativamente a automóveis (hatches e sedãs): SUVs representaram 33,8% e crossovers, 14,7%, somando 48,5%. A diferença se dá pelos monovolumes incluídos pela Fenabrave e o conceito de crossovers.

A participação, no entanto, avançará mais porque em 2023 Gol e Voyage deixarão de engrossar as vendas de hatches e sedãs e haverá poucos lançamentos neste segmento. As previsões preliminares para este ano, sem contar revitalizações (facelifts), limitam-se a VW Polo Track e GTS, Nissan Sentra, Mercedes-Benz Classe A, Honda Civic (híbrido e Type R), Toyota Corolla GR-S e Peugeot 208 Turbo.

Fiat Fastback Limited Edition Powered by Abarth 2023 cinza de frente em movimento.
O Fiat Fastback deve ganhar uma versão verdadeiramente Abarth este ano

A lista de novos SUVs, incluindo variantes híbridas e esportivadas, é bem maior (também excluindo facelifts): BMW X7 e XM; Caoa Chery Omoda 5; Chevrolet Tracker RS; Citroën C3 Aircross; Fiat Fastback Abarth; Haval H6, Tank; Honda CR-V e ZR-V; Hyundai Tucson; Jeep Grand Cherokee 4xe; Kia Sorento; e Ford Equator (sucessor do Territory).

A Nissan planeja um novo SUV (pouco maior que o Kicks), mas deve ficar para 2024. Ford Everest (SUV de sete lugares derivado da nova Ranger) também pode entrar nessa relação, se realmente for produzido na Argentina.

Elétricos não estão incluídos porque em 2022 representaram apenas 0,4% das vendas de automóveis e comerciais leves. Porém, dos 10 lançamentos previstos neste nicho bastante restrito de mercado para este ano apenas três não são SUVs/crossovers. De acordo com a Anfavea, no ano passado, 2,1% dos modelos vendidos foram híbridos, 83,3% flex, 11,7% a diesel e 2,5% a gasolina (quase todos importados).

O mercado brasileiro de veículos leves também continuou a receber mais equipamentos eletrônicos ao longo de 2022. Levantamento da Bright mostrou que 59,9% tinham câmeras de ré; 54,6% telas de áudio ou multimídia; 28,8% sistemas de freio automático para evitar ou mitigar colisões; 22,1% navegadores de bordo; 15,8% controles de velocidade de cruzeiro adaptativo; e 11,1% monitores de ponto cego.

Motores turbo estiveram em 45,3% dos modelos vendidos, um grande salto, pois em 2020 representavam apenas 31,1%.

Indústria automobilística continuará devagar este ano

Com tantas variáveis que afetaram o mercado interno brasileiro, a produção e exportação de veículos leves e pesados em 2022, o ano passado mostrou resultados de acomodação nas vendas. No balanço geral, que inclui automóveis, picapes, furgões, caminhões e ônibus, houve queda de 0,7% para 2.104.461 unidades. São números distantes (32% a menos) do que os 2,788 milhões de unidades vendidas em 2019 antes da pandemia da COVID-19.

Produção (2,37 milhões, mais 5,4%) e exportação (487 mil, mais 27,8% e superando o nível pré-pandemia) apresentaram volumes animadores que ajudaram a elevar o número de empregos na indústria, neste caso incluindo máquinas agrícolas e rodoviárias, em 1,4%.

As previsões são de outro ano sem avanços ou, se houver, bastante modestos em termos de vendas. A Fenabrave quase acertou no centro do alvo ao rever suas projeções em meados de 2022, prevendo queda de 0,8%. A entidade representante de 52 associações de marcas incluídas as de motocicletas, tratores e máquinas rodoviárias, totalizando cerca de 7 mil concessionárias, acredita que os mercados de automóveis, comerciais leves e caminhões terão crescimento zero em 2023, mas ônibus subirão 5%.

O setor de veículos, sem as motos, cresceria então apenas 0,1% em 2023 frente ao ano passado. Anfavea também prevê um ano difícil com as mesmas limitações de 2022: juros altos, limitação de crédito, crescimento econômico baixo, inflação corroendo o poder de compra e ainda dificuldades (mesmo que menores) no fornecimento de chips e na cadeia logística. A entidade dos fabricantes antevê crescimento de vendas em 3% este ano (2,168 milhões de unidades), sendo 4,1% no segmento de veículos leves e recuo de 11,1% entre os pesados.

As exportações devem cair 2,9% para 467 mil unidades, basicamente pela crise econômica na Argentina, principal cliente do Brasil. Produção aumentaria 2,2%, representando 2,421 milhões de unidades. Como os estoques totais em pátios de fábricas e concessionárias continuam baixos (apenas 26 dias e 188 mil unidades) é possível que os consumidores encontrem um pouco mais de facilidade para comprar o modelo que desejam ao longo do ano.

ALTA RODA

MARCAS japonesas de automóveis não têm investido muito no lançamento de motores turbo no mercado brasileiro, ao contrário de outros fabricantes. Até a picape Fiat Strada terá uma versão com motor 1.0 litro turbo ainda este ano. Honda saiu na frente com o HR-V Touring (topo de linha), que apresenta comportamento nitidamente mais ágil em comparação ao antigo motor de aspiração atmosférica. No uso diário, o SUV compacto com motor 1.5 flex, 177cv/24,5kgfm, entrega desempenho muito bom especialmente no modo Sport, porém, o nível de ruído poderia ser menor, apesar da manta fonoabsorvente no capô. Característica interessante é o fechamento elétrico da tampa do porta-malas. Após apertar o botão e desde que com a chave na mão, dá tempo de retirar ou colocar objetos e a tampa abaixa automaticamente ao se afastar do carro.

Honda HR-V modelo 2023 Touring 1.5 turbo de frente branco no asfalto
O Honda HR-V Touring, versão topo de linha, é equipado com motor 1.5 turbo

PNEUS a prova de furos, sem ar comprimido, começaram a ser testados pela Michelin em Singapura, desde 10 de janeiro último, em quase 50 furgões da DHL Express. Trata-se de um grande avanço não só em termos de segurança como também evitar o descarte prematuro de pneus danificados por furos ou estragos em sua estrutura causados por buracos e diferentes obstáculos. Conhecido pela sigla UPTIS (em inglês, Sistema Único de Pneu à Prova de Furos), exige uma roda de projeto específico. A fabricante francesa fará testes até o fim do ano e pretende comercializá-lo em 2024. Ainda não foi anunciado o preço e nem limitações de peso que pode suportar mesmo em veículos leves. Projeto começou em 2017.

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