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Uso ou posse?

Você tem ideia do tipo de automóvel que seu bisneto estará guiando? Cartas para a redação...

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O Salão de Frankfurt continua o maior e mais importante do mundo. Em sua última edição, no mês passado, havia esportivos caríssimos e de produção limitada. E decorados, como sempre, por lindas e seminuas modelos louras de olhos azuis.

Mas o diferencial, a grande atração da mostra, foram os modelos elétricos, que serão, a médio prazo, a mais viável alternativa para os automóveis atuais, que queimam derivados do petróleo. A dificuldade para emplacar os elétricos? As baterias ainda são caras, pesadas e sua recarga demorada. Por enquanto, só se viabilizam para aplicações específicas.

A Fiat, pioneira no Brasil dessa tecnologia, produz em parceria com a Itaipu, unidades da Palio Weekend elétrica. Tem autonomia limitada, pois roda pouco mais de 100 quilômetros. E custa mais de R$ 100 mil.

Ou seja, para que o automóvel seja movimentado eletricamente, a única solução viável ainda é o carro híbrido, tracionado ora pelo motor elétrico, ora pelo motor a combustão (gasolina, álcool, gás ou diesel).

Até agora, o projeto mais inteligente já anunciado é o Volt, desenvolvido pela GM nos EUA. É elétrico e sua bateria confere uma autonomia de 65 quilômetros, que é, segundo a fábrica, o máximo que 80% dos motoristas rodam num dia. De noite, ao voltar para casa, ela é recarregada na tomada. Ou seja, o Volt pode ficar a vida toda nessa toada, sem gastar um pingo de combustível líquido.

Mas e se o motorista precisar de rodar 200 ou mil quilômetros num dia?

Neste caso, quando acaba a bateria, o sistema dá partida num motorzinho a combustão que aciona um alternador que volta a carregá-la. Genial, não?

Outra fonte de energia elétrica é a célula a combustível (fuel cell) a partir do hidrogênio. Limpo e prático, mas longe de se tornar viável pelos elevados custos de armazenar o combustível.

Propriedade?

A previsão de que o automóvel do futuro será movido a energia elétrica, qualquer que seja a fonte, não corre riscos de bola fora. Mas outra grande questão que se levanta é uma transformação ainda mais radical do automóvel. Não de sua composição mecânica, mas de um novo conceito de utilização.

O que já se questiona em diversos países é se o motorista será proprietário de um veículo urbano ou se simplesmente terá o direito de utilizá-lo. Ou seja, o cidadão usa o transporte público (ou de massa) de sua casa até as proximidades da grande metrópole. Para se locomover no perímetro urbano, ele usa um pequeno veículo, provavelmente elétrico, entre estacionamentos estrategicamente posicionados. Para ativar o carro, um cartão magnético, o mesmo que a empresa que explora o serviço utilizará para aferir e debitar o tempo usado em seus deslocamentos.

A ideia saiu do papel e já existe em algumas cidades.

Depois dessa, fundiu o motor de nossa bola de cristal....