A Volkswagen tem um histórico de liderança em vendas no mercado brasileiro, fato que não pode ser negado. Durante quase três décadas, o lendário Gol foi o modelo mais vendido por aqui, sendo o principal responsável por colocar a marca no topo do ranking. Agora, a VW volta a ocupar posição de destaque no mercado, mas apenas no segmento de automóveis. Será que os produtos da montadora alemã fazem jus a este cenário?
No passado, a Volkswagen era praticamente imbatível, com produtos fortes para um mercado que não tinha lá tantas opções. E foi talvez por isso que o Gol foi o líder de vendas de 1987 a 2014, ou seja, 27 anos na posição mais alta no ranking de modelos mais emplacados no mercado brasileiro. Depois de 42 anos de sucesso, o Gol deu adeus à linha de montagem em dezembro de 2022, somando 8,6 milhões de unidades produzidas.
E depois do Gol, quais modelos sustentam os ainda bons números de vendas da Volkswagen? O principal produto no portfólio da marca é, sem dúvida, o VW Polo, que teve a sua sexta geração lançada por aqui em 2017. Com um histórico de peso no cenário nacional, o hatch compacto ganhou status de premium ao trazer a plataforma MQB, que daria origem também ao Virtus, T-Cross e Nivus.
A sexta geração do Volkswagen Polo já está no mercado há quase sete anos, passou por discreta reestilização em 2022 e ganhou a versão Track, mais pelada, que chegou para substituir o Gol. E apesar dos sinais de envelhecimento do projeto, a jogada da marca alemã deu certo. O Polo é atualmente o automóvel mais emplacado no mercado brasileiro.
De janeiro a setembro, foram emplacadas 71.927 unidades do modelo, mas praticamente a metade (36.607) em vendas diretas (frotistas e locadoras). Com isso, o Volkswagen Polo deixou para traz o Chevrolet Onix (hatch/70.746 e sedan/55.980), Hyundai HB20 (hatch/61.802) e até o Fiat Mobi (51.630), que é um dos modelos mais baratos comercializados no Brasil.
O Polo só perde para a Fiat Strada, que teve 86.638 unidades emplacadas de janeiro a setembro, e que junto com a Toro (38.095) e outros modelos ajudam a marca italiana a dar uma virada na Volkswagen no mercado brasileiro. No acumulado do ano, a VW tem 16,44% de participação no segmento de automóveis, seguida de perto pela Fiat, que tem 16,38%.
Mas no segmento de comerciais leves a Fiat dá um banho na concorrência, com 43,64% de participação no acumulado de janeiro a setembro, deixando para traz a General Motors (12,85%) e a Volkswagen (12,19%). Não é pra menos, a VW tem a Saveiro e a Amarok no segmento, dois projetos ultrapassados que precisam de renovação. A Saveiro passou por um facelift, mas mudou muito pouco. A Amarok mudou lá fora, mas aqui permanece velha.
Na prática, somando automóveis e comerciais leves, a Fiat abocanha o primeiro lugar no ranking no acumulado do ano, com 22,16% de participação. A Volkswagen aparece em segundo com 15,54% de participação. Uma diferença significativa em um mercado tão disputado, com outras marcas ganhando posições e subindo no ranking.
O grupo Stellantis tem boa representatividade com as marcas Fiat, Jeep e Peugeot no mercado brasileiro. Marcas que vêm trazendo novidades em seus portfólios, com produtos em diferentes segmentos. As chinesas BYD, GWM e Chery apostam nos eletrificados, trazendo modelos com preços mais competitivos.
E a Volkswagen, o que prepara de novo para os próximos meses? A princípio, o SUV Tiguan AllSpace reestilizado, que deve desembarcar por aqui ainda este mês. O modelo está ausente desde 2021, mas vale lembrar que nunca teve volume significativo de vendas em nosso mercado.
Fora isso, a Volkswagen sinaliza sua entrada na eletrificação no mercado brasileiro com modelos da família ID, que chegam como carros de aluguel. Proposta muito tímida para uma marca que está presente no país há décadas e que anda devendo novidades mais consistentes. A reestilização do T-Cross também está na programação, mas os fãs da marca esperam por mais ousadia daquela que parece estar adormecida em berço esplêndido.
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