A Porsche vem observando um aumento expressivo nas vendas no Brasil entre 2022 e 2023. Segundo uma análise do InvestNews, as vendas da marca alemã cresceram 60% no Brasil, enquanto no resto do mundo, o aumento foi de apenas 3%.
Este crescimento que vem ocorrendo colocou a Porsche em uma posição favorável no mercado nacional, superando até mesmo a Mercedes-Benz, algo que raramente se vê em outros países.
Em 2023, foram vendidas 5.200 unidades da Porsche no Brasil, contra 4.000 Mercedes-Benz, um cenário incomum até mesmo em mercados de luxo, como Mônaco. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Mercedes ainda lidera com 350.000 unidades vendidas anualmente, enquanto a Porsche comercializa cerca de 75.000 carros por ano.
A análise do InvestNews também destacou que, no primeiro semestre de 2024, a Porsche vendeu 524 unidades por mês, uma alta de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a média era de 433 unidades mensais.
Mantendo esse ritmo, as projeções indicam que a marca pode fechar o ano com aproximadamente 6.200 veículos vendidos, um número próximo ao registrado pela Audi no país, por exemplo.
Um dos principais motivos para o sucesso da Porsche no Brasil é o preço competitivo dos seus modelos, comparado aos concorrentes. O Porsche 911 Carrera 4 GTS, por exemplo, pode ser adquirido por R$ 1.095.000, enquanto um Mercedes-AMG GT de 4 portas não sai por menos de R$ 1.634.900.
Já nos Estados Unidos, enquanto o Mercedes-AMG GT 4 portas sai por cerca de 98.500 dólares, o Porsche 911 Carrera 4 GTS custa 158.200 dólares, uma diferença de 60% a favor da Mercedes.
Esse diferencial de preços tem sido um fator determinante para o aumento das vendas da Porsche no mercado brasileiro.
Atualmente, o Porsche mais acessível no Brasil é o 718 Cayman, que custa R$ 535.000. Já o BMW M2 Coupé, seu concorrente direto, é oferecido por R$ 620.950, o que coloca o modelo da Porsche com um preço cerca de 14% inferior ao da BMW.
Na Europa, essa diferença de preços é bem menor, com o Cayman custando apenas 3% a mais que o M2 na Alemanha e 12% a mais no Reino Unido, o que torna o cenário brasileiro ainda mais peculiar.
Esse crescimento das vendas da Porsche no Brasil, impulsionada por preços relativamente mais baixos em comparação com concorrentes de mesmo segmento, destaca um mercado de luxo em expansão para a marca do grupo Volkswagen, onde a montadora tem conseguido se posicionar de maneira vantajosa.
Os modelos que mais contribuem para as vendas da Porsche no Brasil são os SUVs Macan e Cayenne, que juntos representam uma grande fatia do mercado de luxo. Entretanto, os esportivos puros da marca, como o 911, continuam a destroçar a concorrência direta devido ao seu custo-benefício.
Em 2023, por exemplo, o Porsche 911 vendeu 1.053 unidades no Brasil, superando carros de luxo mais convencionais, como o Audi A3, que vendeu 673 unidades, e o Honda Civic, com 475 unidades.
Em 2024, o ritmo de vendas do Porsche 911 está ainda mais acelerado, com um crescimento de 58% até o momento, o que pode resultar em cerca de 1.700 unidades vendidas até o final do ano, segundo projeções do InvestNews. Este número é comparável ao do Volkswagen Jetta GLI, o esportivo zero km mais acessível do mercado brasileiro, que vendeu 2.230 unidades em 2023.
Entre os esportivos mais vendidos do primeiro semestre de 2024, o Porsche 911 lidera com 994 unidades, seguido pelo Porsche 718 Boxster (460 unidades), Ford Mustang (225 unidades), Porsche 718 Cayman (192 unidades) e BMW M2 (153 unidades).
Porém, o aumento da presença da Porsche nas ruas brasileiras também traz à tona questões de segurança. Desde dezembro de 2023 até julho de 2024, foram registrados cinco acidentes fatais envolvendo modelos da Porsche.
Esses incidentes acendem um alerta sobre a responsabilidade que os motoristas devem ter ao conduzir veículos tão potentes. Para se ter uma ideia, o Jeep Compass mais potente atualmente faz de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos, desempenho similar ao de uma Ferrari dos anos 1980.
Isso mostra como a tecnologia evoluiu, mas também ressalta a necessidade de maior cautela ao volante.
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