Nos últimos anos, o mercado automotivo brasileiro passou por uma revolução com a chegada de carros elétricos de entrada, principalmente vindos de marcas chinesas. Modelos como BYD Dolphin, Dolphin Mini, GWM Ora 03 e Haval H6 chegaram com preços agressivos e trouxeram mais competitividade para o setor.
Essa movimentação forçou algumas montadoras tradicionais a reverem suas estratégias, resultando em uma queda nos preços de certos modelos elétricos. Um exemplo claro é o Renault Kwid E-Tech, que chegou ao Brasil custando R$ 142.990 e, hoje, já pode ser encontrado por R$ 99.990.
Essa redução aconteceu porque modelos chineses, mais modernos e com melhor custo-benefício, entraram no mercado pressionando a concorrência. No caso, antes do lançamento do Dolphin Mini, se especulava muito que o preço do hatch compacto seria abaixo dos R$ 100 mil. A Renault não quis esperar e abaixou de vez o preço do Kwid E-Tech.
Outro caso é o JAC E-JS1 e o Caoa Chery iCar, que também tiveram ajustes nos preços desde seus lançamentos. O Peugeot e-2008, um elétrico voltado para o segmento de SUVs, seguiu a mesma linha de redução para se manter competitivo.
Porém, a queda nos preços já não é mais tão comum. Isso porque os carros elétricos e híbridos passaram a ser impactados por uma carga tributária maior. O programa Mover, criado pelo governo federal, prevê um aumento gradual de impostos para modelos eletrificados, com alíquotas que podem chegar a 35% até julho de 2026.
Com isso, mesmo que o mercado ainda tenha opções acessíveis, a expectativa é de que os preços subam nos próximos anos e assim sucessivas quedas de preço não são mais comuns nesses últimos meses.
Para tentar driblar esses custos e continuar competitivas, montadoras como BYD e GWM estão investindo pesado na produção local. A BYD, por exemplo, já está prestes a operar em sua fábrica em Camaçari, na Bahia, onde pretende produzir o Dolphin Mini e o SUV Song Pro. Já a GWM está instalada em Iracemápolis, no interior de São Paulo, para iniciar a produção do Haval H6.
Desta forma, com a produção no Brasil, as empresas conseguem reduzir custos de importação, o que ajuda a equilibrar os preços no mercado e também evitar os impostos que o governo está colocando sob os carros eletrificados. Essa medida de taxar as montadoras com grandes alíquotas foi justamente para promover a produção local.
Além dos impostos, outros fatores pesam no custo dos carros elétricos no Brasil. A tecnologia das baterias ainda é cara e representa uma parcela significativa do preço final do veículo.
Outro ponto é que, enquanto as marcas chinesas continuam sendo as principais responsáveis pela democratização dos carros elétricos, algumas montadoras tradicionais ainda enfrentam dificuldades para competir no mesmo nível de preços.
A chegada dos carros elétricos ou híbridos de entrada mudou o jogo no Brasil e trouxe mais opções e forçando as marcas a se adaptarem. No entanto, o mercado agora enfrenta um desafio: como manter os preços competitivos com a alta de impostos e os custos de produção ainda elevados?
A resposta pode estar na expansão da produção local, no avanço da tecnologia de baterias e em incentivos governamentais que facilitem o acesso a esses modelos. Os elétricos por enquanto estão em alta, mas o impacto deles no bolso do consumidor ainda será uma questão a ser acompanhada nos próximos anos.
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