De Curitiba (PR)* - "Uma caminhonete pensada para os centros urbanos": assim a Chevrolet descreveu a nova Montana para a imprensa nesta semana. De acordo com o fabricante, a ideia é oferecer uma picape cujo tamanho não seja desajeitado para as grandes cidades, mas capaz de entregar interior e caçamba com bom dimensionamento, além de dirigibilidade semelhante à de um SUV.
Em relação ao porte, a Chevrolet Montana 2023 está situada exatamente entre as picapes Strada e Toro, da Fiat. A novidade tem 4,72m de comprimento, 2,80m de entre-eixos, 1,80m de largura e 1,66m de altura. O tamanho é semelhante ao da Renault Oroch, que é outra concorrente direta. O vão livre do solo é de 18,5cm nas versões manuais e de 19,2cm nas automáticas.
A gama da picape tem quatro versões: as duas de entrada vêm com câmbio manual, enquanto as outras duas são automáticas, sendo que ambas as caixas têm seis marchas. Os valores das configurações LTZ e Premier, que foram negociadas em esquema de pré-venda, foram mantidos. Confira os preços da nova Chevrolet Montana:
- 1.2 turbo (câmbio manual): R$116.890
- LT 1.2 turbo (câmbio manual): R$121.990
- LTZ 1.2 turbo (câmbio automático): R$134.490
- Premier 1.2 turbo (câmbio automático): R$140.490
A caminhonete tem seis opções de cores: branca, prata, preta, azul, verde e vermelha. A Chevrolet Montana é fabricada em São Caetano do Sul (SP) e chega ao mercado como linha 2023/2023.
Consumo da nova Montana
A Chevrolet havia divulgado, inicialmente, os dados de consumo das versões automáticas da Montana 2023. Agora, o fabricante revelou os números das configurações manuais, ambos de acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE), do Inmetro. Confira os resultados:
Consumo da Nova Chevrolet Montana Versões com câmbio manual Versões com câmbio automático Cidade, com etanol 8,3km/l 7,7km/l Estrada, com etanol 9,6km/l 9,3km/l Cidade, com gasolina 12km/l 11,1km/l Estrada, com gasolina 13,6km/l 13,3km/l
Caminhonete urbana
Devido à citada proposta urbana, a nova Montana chega ao mercado unicamente com cabine dupla: o fabricante informa que não pretende lançar uma configuração de cabine simples. Do mesmo modo as rodas motrizes são sempre as dianteiras, sem perspectivas de que haja opção de tração integral.
O motor, por sua vez, é sempre 1.2 turbo, de três cilindros, com injeção indireta de combustível. Trata-se da mesma unidade que equipa o Tracker Premier, inclusive com números idênticos de potência e torque, apesar da calibração distinta. São 132cv e 19,4kgfm com gasolina ou 133cv e 21,4kgfm com etanol. A Chevrolet, mais uma vez, informa não ter planos de oferecer motorização a diesel ou flex mais potente.
No mais, o conjunto mecânico da nova Montana traz soluções padrão, incluindo suspensão dos tipos McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira: mas, ali, há amortecedores de duas fases e batentes duplos. Já os freios empregam tambores nas rodas posteriores. Por fim, a direção é elétrica. Tudo isso é semelhante às linhas Onix e Tracker, com as quais a caminhonete compartilha a plataforma GEM.
Como é o interior da nova Montana?
A Chevrolet afirmou, durante a apresentação, que a Montana 2023 tem maior espaço no banco traseiro que as concorrentes diretas, leia-se Fiat Toro e Renault Oroch. Porém, na prática, a caminhonete só abre vantagem mais expressiva da Strada nesse aspecto.
É que o vão para as pernas dos passageiros de trás é justo: um adulto de média estatura consegue se sentar sem encostar (por pouco) os joelhos nas poltronas dianteiras, desde que elas não setejam totalmente recuadas. Além disso, o encosto é bastante verticalizado, recurso que visa a otimização do espaço.
Em relação ao acabamento, a nova Montana também lembra bastante o Tracker, com padrão ligeiramente superior ao do Chevrolet Onix. Os toques de sofisticação ficam por conta dos apliques emborrachados nos apoios de braços das portas dianteiras. Já os bancos ostentam apoios de cabeça reguláveis, enquanto os do Onix vêm integrados aos encostos, formando peças únicas.
O painel traz instrumentos analógicos, também compartilhados com os irmãos de plataforma. Porém, o quadro integra-se à central multimídia, formando uma interessante solução de design. O equipamento tem tela de oito polegadas e conectividade com as plataformas Android Auto e Apple CarPlay, além de WI-Fi nativo e sistema On Star. Na versão Premier, há ainda carregador de celular por indução.
Caçamba
Na caçamba, a Chevrolet Montana 2023 comporta 874 litros de volume. A carga útil é de 600kg nas versões Premier e LTZ, mas chega a 637kg na configuração de entrada, chamada apenas de 1.2 Turbo. O compartimento de carga tem iluminação, oito ganchos de amarração, duas entradas USB e uma tomada 12V. E a tampa, com abertura convencional, traz mola para aliviar o esforço de manuseio.
O destaque da caçamba da nova Montana, contudo, é o sistema de vedação: a Chevrolet garante que ele é eficaz para impedir a entrada de água e de poeira. Além do mais, há uma série de acessórios para o compartimento de carga da picape, entre os quais capota marítima elétrica e divisórias internas Multi-Board.
Como é dirigir a Chevrolet Montana 2023?
Se, por um lado, a Chevrolet parece ter exagerado em relação ao espaço interno da nova Montana, por outro o fabricante foi fidedigno quanto à dirigibilidade, que realmente assemelha-se à de um SUV. Mais precisamente, à do Tracker Premier 1.2 Turbo, que empresta o conjunto mecânico à caminhonete.
A Chevrolet Montana 2023 tem posição de dirigir semelhante à do Tracker, mais elevada que em um hatch ou em um sedan. A visibilidade é boa, ajudada pelos amplos retrovisores externos. A coluna de direção com duplo ajuste, em altura e distância, ajuda na ergonomia; o banco do motorista também é regulável em altura.
O motor 1.2 turbo caiu bem na caminhonete. Ela não tem a exuberância de desempenho de uma Renault Oroch 1.3 turbo, mas está adequado ao peso do modelo, que é de 1310kg nas versões automáticas. No trajeto do test drive, com apenas duas pessoas a bordo, a nova Montana encarou ultrapassagens e um trecho de subida de serra sem dificuldade. Fica a dúvida de como ela se comportará carregada.
A suspensão também agradou. O itinerário incluiu ainda estradas de paralelepípedos e sem pavimentação, nos quais a novidade mostrou bom conforto de marcha. A suspensão tem calibração firme, característica que, associada à traseira leve, resulta na transferência de parte das imperfeições do solo para o habitáculo. Contudo, o resultado ainda é bom para uma caminhonete.
Outra boa notícia é que a estabilidade também agrada. Para um veículo de altura elevada, a nova Montana encara curvas com disposição. A direção elétrica com efeito regressivo e o câmbio automático afinado com o motor causaram, igualmente, boa impressão.
* O jornalista viajou a convite da Chevrolet
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