O mercado automotivo brasileiro esboçou uma discreta reação em maio. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemorou um crescimento de 6,8% no volume de produção de veículos, comparado ao mesmo mês do ano passado, além de um ganho de 10,7% em relação a abril.
No último mês, o volume total produzido superou as 200 mil unidades. Isso não acontecia desde dezembro de 2021. O número exato de veículos produzidos em maio foi de 205,9 mil unidades, considerando automóveis, motocicletas, ônibus e caminhões.
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De acordo com a Anfavea, foi justamente em maio do ano passado que a falta de componentes eletrônicos começou a gerar os primeiros impactos relevantes no setor automotivo brasileiro. Com discrição, a associação acena para um possível início de recuperação quanto as restrições impostas pela crise global dos semicondutores.
Semicondutores ainda preocupam
Mas é preciso ter cautela quanto ao assunto. Alguns fabricantes, como a Volkswagen, precisaram dar férias coletivas para os funcionários em maio justamente por falta de semicondutores. Esse cenário indica que o problema ainda não foi normalizado.
Para se ter ideia da situação atual, de janeiro a maio de 2022 foram registradas 16 paradas de fábrica no Brasil. Essas paralisações somaram 331 dias de inatividade, o que corresponde a uma média de 20 dias por fábrica. A perda estimada pela Anfavea na produção de veículos nesse período é de 150 mil veículos.
Além da produção, vendas de veículos estão em crescimento
As vendas de veículos apresentaram crescimento pelo quarto mês consecutivo. Em maio foram 187,1 mil veículos licenciados, um crescimento expressivo de 27% comparado a abril. A média diária de vendas foi de 8,5 mil unidades, a maior do ano. Já, em relação a maio de 2021, as vendas recuaram 0,9%.
Exportação também é destaque
Em maio foram exportados 46,1 mil veículos, uma alta de 2,8% sobre abril e de 24,6% em relação a maio de 2021. No acumulado do ano, o volume de exportação cresceu 19,4% frente ao mesmo período de 2021. Em questão de valores, o crescimento em 2022 é de 27%.
“Chama a atenção a consistência do crescimento de mercado, um degrau a cada mês desde o início do ano, para vendas e produção. Exportações já largaram o ano em alta, e se mantêm assim. Como a tendência histórica do nosso setor é de um segundo semestre mais robusto que o primeiro, estamos muito otimistas quanto à manutenção desse bom ritmo de recuperação”, analisa Márcio de Lima Leite, o novo presidente da Anfavea.