A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou os números de fechamento de produção, vendas no mercado interno e exportação em 2022. E pelo segundo ano consecutivo, Minas Gerais garantiu a liderança no número de emplacamentos de veículos novos, com 24,8% de um total de 2,1 milhões de unidades no mercado nacional.
De acordo com dados da Anfavea, em 2021, Minas Gerais já havia alcançado a liderança em emplacamentos de veículos novos no mercado brasileiro, com 457 mil unidades, representando 21,5% do total nacional.
Em 2022, os números de emplacamentos de veículos novos em Minas Gerais subiram para 521 mil unidades, com participação de 24,8% no mercado brasileiro. Crescimento que não reflete a realidade nacional, já que no país houve queda no número geral de emplacamentos.
Dados da Anfavea sobre o mercado de veículos novos em 2022
De acordo com relatório da Anfavea, a produção de veículos no Brasil – automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – atingiu 2,37 milhões de unidades, registrando crescimento de 5,4% em relação a 2021.
Já nos emplacamentos houve queda em relação a 2021. O boletim da Anfavea revela “estabilidade”, com 2,104 milhões de unidades emplacadas em 2022, contra 2,120 milhões em 2021, queda de 0,7%. Mas a Anfavea enfatiza que as vendas de veículos novos acumuladas do segundo semestre de 2022 foram 29% maiores do que as registradas no primeiro semestre, e 13,5% em relação a igual período de 2021.
As exportações foram afetadas pela crise na Argentina, mas mesmo assim os resultados em 2022 foram superiores aos obtidos em 2021 em 27,8%, com total de 481 mil unidades de veículos novos. Mercados como o do México, Colômbia e Chile ajudaram a elevar os números de exportações da indústria automotiva brasileira, compensando em parte a redução do consumo argentino.
Para o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a falta de semicondutores no mercado foi o principal vilão na produção da indústria automotiva. Ele revelou que o mundo deixou de produzir 10,5 milhões de veículos com a crise dos semicondutores em 2021. No ano passado, esse número caiu para 4,5 milhões.
No Brasil, a falta de semicondutores fez com que a indústria deixasse de produzir 370 mil veículos em 2021 e 250 mil em 2022. Mas Márcio de Lima acredita que o fornecimento de componentes deverá ser praticamente normalizado a partir do segundo semestre deste ano.
Expectativas para 2023 na indústria automotiva
Na projeção feita pela Anfavea para o ano que se inicia, a expectativa é que haja um crescimento geral de 3% nos emplacamentos. De acordo com Márcio de Lima, é esperado um aumento de 4,1% nas vendas de veículos leves, mas uma queda de 11,1% no segmento de pesados, que será afetado pelas novas normas de emissões.
As expectativas para as exportações de veículos novos em 2023 também não são boas. Espera-se uma queda de 2,9%, com previsão de 467 mil veículos exportados.
De acordo com o presidente da Anfavea, para o Brasil voltar a emplacar mais de 3 milhões de veículos novos por ano é preciso ter uma agenda prioritária, com foco na reindustrialização e fortalecimento da cadeia de suprimentos. “Temos que focar na descarbonização, na eletrificação, no biocombustível e no gás, com olhos para a renovação da frota e inspeção veicular eficiente”, afirmou Márcio de Lima.
Ele enfatiza que é preciso também garantir crédito mais acessível para atender consumidores de renda mais baixa, estimulando as vendas a prazo. Em 2022, 70% das vendas de veículos novos foram feitas à vista, confirmando uma inversão no mercado brasileiro de veículos.
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