Em maio de 2022, uma propaganda do Volkswagen Polo viralizou nas redes sociais. Tal peça, que, na época, já havia sido veiculada há cerca de um ano, mostrava um casal homoafetivo, o que causou uma onda de comentários preconceituosos. Alguns internautas convocaram até boicote ao modelo e previram forte queda nas vendas. Mas o tempo passou e mostrou que os haters não poderiam estar mais errados.

No mês passado, o Volkswagen Polo foi o carro mais vendido do mercado brasileiro: emplacou, durante esse período, 9.949 unidades, superando a picape Fiat Strada, que é líder no total acumulado entre janeiro e junho. Mesmo assim, no período que envolve os sete primeiros meses do ano, o hatch também alcança ótimo resultado, com 37.722 exemplares comercializados e um terceiro lugar geral. Os números são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Diante da alta procura pelo modelo, a Volkswagen cancelou um layoff na fábrica de Taubaté (SP). Trata-se de uma espécie de pausa na produção, que começaria no dia 1º de agosto e duraria dois meses. Essa unidade industrial fornece o Polo Track, que tem os preços mais acessíveis da gama e compete no segmento de entrada. E, justamente por isso, é uma versão com grande volume de vendas.

Volkswagen Polo Track e linha 2023 embalaram vendas

A versão Track, inclusive, foi a principal novidade da linha 2023 do Polo, que iniciou uma virada no mercado. Quando a atual geração do hatch chegou ao Brasil, em 2017, a Volkswagen a posicionou em uma faixa de preço superior à dos concorrentes diretos, em uma subcategoria que já foi conhecida como a dos compactos premium.

O modelo realmente tinha algumas sofisticações incomuns no segmento, mas os preços espantaram os compradores. As vendas, cabe destacar, andavam mornas desde o lançamento e pouco se alteraram após as já citadas reações à campanha publicitária. Diante disso, a Volkswagen alterou a estratégia e criou a versão Track, que substituiu o Gol: atualmente, os preços partem de R$84.690.

As demais configurações também ficaram com preços mais competitivos em relação à concorrência. É verdade que, para isso, a Volkswagen fez algumas simplificações na linha Polo: as versões Comfortline e Highline, por exemplo, perderam equipamentos como freios a disco nas quatro rodas e saída de ar-condicionado para o banco traseiro. Até o motor 1.0 turbo perdeu potência.

Porém, o caso é que, de acordo com os números de vendas, essa estratégia deu certo. Ao que parece, o discurso de ódio nas redes sociais não surtiu qualquer efeito prático e, ao menos nesse caso, já está praticamente esquecido.

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